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Angiologia e Cirurgia Vascular

 ISSN 1646-706X

SOUSA, Pedro Pinto et al. Estenose carotídea moderada (50-69%) sintomática - Análise retrospetiva de um Centro. []. , 15, 3, pp.188-194. ISSN 1646-706X.

^lpt^aIntrodução: A Sociedade Europeia de Cirurgia Vascular (ESVS), de acordo com os estudos de maior validade publicados na literatura,“North American Symptomatic Carotid Endarterectomy Trial” (NASCET), “European Carotid Surgery Trial” (ECST) e “Symptomatic Veterans Affairs Co-operative Study Trial” (SVACS), determina a orientação de doentes com sintomas do território carotídeo nos seis meses precedentes e estenose carotídea moderada (50-69%) (ECM) para endarteriectomia carotídea associada ao melhor tratamento médico(1). Objetivo: Analisar os doentes admitidos com ECM, interpretar os motivos de decisão terapêutica e avaliar a adequabilidade da estratégia optada. Materiais e métodos: Os autores analisaram retrospetivamente, todos os doentes consecutivamente admitidos numa única Instituição com o diagnóstico de ECM sintomática, entre 2011 e 2016. Após a colheita de dados clínicos, os doentes foram estratificados em grupos: aqueles orientados para melhor tratamento médico (BMT) foram adjudicados ao grupo I, os que foram submetidos a endarteriectomia carotídea (CEA) + BMT ao grupo II e os que foram submetidos a stenting carotídeo (CAS) + BMT ao grupo III. Posteriormente, foi realizada uma análise estatística dos resultados obtidos durante o período de seguimento. Resultados: No grupo I foram incluídos 38 doentes, 25 do sexo masculino, com uma idade média de 74,5 anos. Durante o primeiro ano de seguimento foi registado um Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC) e dois Acidentes Isquémicos Transitórios (AIT), perfazendo 3 eventos cerebrais (7,9%). Associadamente, 8 doentes (21%) faleceram, de causa não relacionável. No grupo II foram incluídos 29 doentes, 24 do sexo masculino, com uma idade média de 72 anos. Em termos de endpoint avaliado, foram registados 2 AVC’s peri-operatoriamente, sendo que um condicionou a morte do doente, o que perfez 2 eventos (6,5%). No grupo III, foram incluídos 19 doentes, 14 do sexo masculino, com uma idade média de 76,3 anos. Neste grupo foram registados peri-operatoriamente 2 AVC’s, sendo que um condicionou a morte do doente, o que perfez 2 eventos (10,5%). Discussão/Conclusão: A análise estatística encontrou uma diferença estatisticamente significativa (p=0,038) favorecendo CEA + BMT em detrimento de CAS + BMT o que corrobora a evidência científica. Embora a existência de um maior número de eventos registados no Grupo I, não existiu diferença estatisticamente significativa quando comparado com o Grupo II (p=0,67). Apesar do reduzido número de doentes avaliados e do seguimento temporal, requerendo novos estudos, os autores consideram que, na presença de uma estenose carotídea moderada e sintomática, os doentes deverão ser orientados para CEA. Ainda assim, assume-se que possa existir um grupo residual de doente nos quais a CEA seja considerado um procedimento de elevado risco. Nesse grupo, a orientação adequada poderá ser para BMT com avaliações periódicas no sentido de ponderar CEA assim que possível. Estenose carotídea moderada (50-69%) sintomática - análise retrospetiva de um centro.^len^aIntroduction: The European Society for Vascular Surgery (ESVS), following the most validated data published by North American Symptomatic Carotid Endarterectomy Trial (NASCET), European Carotid Surgery Trial (ECST) and Symptomatic Veterans Affairs Co-operative Study Trial (SVACS), determina, regarding symptomatic carotid endarterectomy, designated carotid endarterectomy (CEA) to be considered for patients reporting carotid territory symptoms within the preceding 6 months and diagnosed with moderate (50-69%) carotid stenosis (MCS)(1). Aims: Analyse the admitted patients with MCS, scrutinise the therapeutic orientation and evaluate its adequacy. Materials and methods: The authors retrospectively studied all consecutive patients admitted at one single Institution with symptomatic MCS between 2011-2016. After data collection, patients that were guided to best medical treatment (BMT) were encompassed in Group I, those allocated to carotid endarterectomy (CEA) plus BMT were on Group II and those allocated to carotid stenting (CAS) plus BMT were on Group III. Afterwards we proceeded with a statistical analysis of the results obtained concerning outcomes during follow-up. Results: Group I included 38 patients, 25 males, with a mean age of 74,5 years old. During first year follow-up, was registered one stroke and two transient ischemic attack (TIA) accounting three events (7,9%). Relatedly, 8 patients (21%) died of non-related cause. Group II included 29 patients, 24 males, with a mean age of 72 years old. As peri-operative outcomes was registered two strokes, one causing the death of the patient, accounting two events (6,5%). Finally, in Group III were included 19 patients, 14 males, with a mean age of 76,3 years old. As peri-operative outcomes were registered two strokes, one leading to the death of the patient, accounting two events (10.5%). Discussion/Conclussion: We found a significant statistical difference (p=0,038) favouring BMT plus CEA in place of Stenting plus BMT in accord with already published evidence. Despite higher events registered in the BMT Group, the difference, when compared to CEA plus BMT was not substantial (p=0,67). Despite the reduced pool of patients analysed requiring further studies, according to these results, we believe that once presented with a patient with symptomatic MCS, CEA plus BMT should be offered whenever possible. Still, we consider that there may exist some high risk for CEA patients in whom we should allocate to BMT alone and repetitive re-evaluation considering CEA when neurological stabilization.

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