15 4Endovenous management of chronic venous insufficiencyNovel anti-inflammatory and immunomodulation effects of Rose on the endothelium in normal and hypoxic invitro conditions 
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Angiologia e Cirurgia Vascular

 ISSN 1646-706X

ANTUNES, Inês et al. Arterialização venosa para alguns doentes com isquemia crítica sem outra opção - uma tentativa desesperada ou um tratamento de sucesso comprovado?. []. , 15, 4, pp.232-237. ISSN 1646-706X.

Introdução: Entre 14 a 20% dos doentes com isquemia crítica não são candidatos para revascularização dada a extensa doença oclusiva nas artérias crurais/pé. Frequentemente estes doentes são jovens e ativos e, nestes casos, o conceito de fazer aumentar o fluxo sanguíneo através de veias com o objetivo de obter um fluxo sanguíneo a nível da rede capilar torna-se atrativa. O nosso objetivo é apresentar a nossa muito recente experiência em arterializações venosas. Materiais/Métodos: Revisão retrospetiva dos casos clínicos de aretrialização venosa realizados na nossa instituição entre abril 2018 - 2019. Resultados: Foram tratados 4 doentes: 3 homens/1 mulher com idade média de 58.5 anos. Todos os doentes apresentavam doença arterial periférica grau IV. Todos os doentes foram estudados com ecodoppler e com angiografia e foram considerados não revascularizáveis (2 deles após uma tentativa de revascularização). Em 1 doente foi tentado um ciclo de prostagandina endovenosa, sem resposta clínica. Em todos os casos o tratamento alterativo seria a amputação major. A arterialização representou uma última tentativa para salvar o membro. Relativamente à técnica cirúrgica, a artéria dadora de inflow foi a poplítea infra-genicular em dois casos, a femoral superficial distal em 1 e a tibial anterior em 1 caso. Em 3 casos foi utiizada veia grande safena (VGS) in situ para arterializar a veia mediana marginal; em 1 caso foi usada a VGS invertida como conduto de bypass com a anastomose distal a veia tibial posterior. A destruição valvular foi feita com recurso a catéter Fogarty (proximalmente) e a balão de angioplastia (distalmente). As colaterais foram laqueadas de modo a direccionar o fluxo sanguíneo. Em todos os doentes foi percetível uma melhoria na perfusão do pé no pós-operatório. Dois deles tiveram boa evolução e cicatrizaram as lesões do pé. Um doente foi submetido a amputação major (transtibioperoneal) com bypass permeável. Um doente apresentou boa evolução inicial, mas teve trombose do bypass (presumivelmente devido a inadequado inflow da artéria tibial anterior) e foi submetido a amputação major (transtibioperoneal). Discussão/Conclusões: Apesar dos avanços nas técnicas de revascularização (cirúrgicas e endovascualres), um número importante de doentes com isquemia crítica não são candidatos para revascularização e a maioria deles irá enfrentar uma amputação major. A arterialização venosa deve ser considerada, mas nem todos os doentes são candidatos a este tratamento e uma cuidada avaliação pré-operatória é fundamental. A nossa muito recente experiência é encorajadora: o procedimento é relativamente simples, os resultados em termos de melhoria da perfusão do pé são surpreendentemente bons, a permeabilidade e salvamento do membro são respetivamente 75 e 50%. Na nossa opinião, as principais dificuldades são a seleção da artéria de inflow e da veia de outflow e a curva de aprendizagem na interpretação do resultado angiográfico para a ótima focalização do fluxo sanguíneo.

: Arterialização venosa; Isquemia crítica membro; Amputação; Revascularização.

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