32Coïmbre, Tolède, Lisbonne: “Chrétiens Arabisés” dans l'Hispanie de la “Reconquête” 
Home Page  

  • SciELO

  • SciELO


Medievalista

 ISSN 1646-740X

MARTINS, Isadora Cristine. Arthur ainda vive? O problema da crença em seu retorno no século XII. []. , 32, pp.135-170.   31--2022. ISSN 1646-740X.  https://doi.org/10.4000/medievalista.5648.

^a

Há uma tradição historiográfica que associa a figura do Rei Arthur com o messianismo régio, expresso pela esperança de alguns grupos étnicos insulares que carregaram em comum um substrato de traços culturais celtas (córnicos, bretões e galeses) em seu retorno. Essa esperança, conhecida na historiografia como “espera bretã”1, foi apontada em algumas fontes dos séculos XII e XIII, nas quais os cronistas assinalavam que Arthur não estaria, de fato, morto para alguns grupos étnicos dentro do território da Grã-Bretanha.

Desde a década de 1990, a discussão sobre a tese da espera bretã se transformou. Virginie Greene questiona a pertinência de utilizar o termo “messianismo” para referir-se à realidade medieval e argumenta que ele não se aplica com o mesmo sentido que os historiadores utilizam para se referir à modernidade2.

Neste ensaio, tentamos retirar a análise do escopo de sua reprodução dentro do espaço cortês através da análise de crônicas selecionadas, partindo da perspectiva do movimento historiográfico conhecido como “A História Vista de Baixo”, para depreender quem é o povo que espera por Arthur e se essa espera é mais do que um discurso construído pelos cronistas.

A partir de um cruzamento entre crônicas e estudos arqueológicos, tentamos mapear tradições de culto, peregrinação e folclore associadas a Arthur, circulando pela Grã-Bretanha dominada pelos normandos. Executamos uma leitura das fontes observando referências laterais a Arthur e prestando atenção nas relações de poder que as crônicas ensejam.

^lpt^a

There is a historiographical tradition that connects King Arthur with royal messianism, expressed by the belief that some insular ethnic groups (Cornish, Welsh, and Bretons) had in his return. This hope, known in historiography as “the Breton hope”3, was suggested in some sources during the 12th and 13th centuries, in which chroniclers stated that Arthur was not, in fact, dead for some groups within Great Britain’s territory.

Since the 1990s, the discussion about the Breton hope has changed. Virginie Greene questions the pertinence of using the term “messianism” in the Middle Ages and argues that it cannot be used in the same sense as used by historians to refer to Modernity4.

In this essay we try to withdraw the analysis from the courtly environments in which they were reproduced, through some selected chronicles, from a History from Below perspective, to understand who are the people waiting for Arthur’s return and whether this hope represents more than a speech constructed by the chroniclers.

From a crossing between chronicles and archaeological studies, we try to map cults, traditions, and pilgrimages linked to Arthur that circulated through Great-Britain under the Norman rule. We read the sources observing side references to Arthur and paying attention to the power relations that the chronicles contain.

^len

: .

        · | |     · |     · ( pdf )