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Revista Portuguesa de Enfermagem de Saúde Mental

 ISSN 1647-2160

GONCALVES, Amadeu et al. Consumo de benzodiazepinas no idoso deprimido. []. , spe5, pp.107-111. ISSN 1647-2160.  https://doi.org/10.19131/rpesm.0176.

^lpt^aENQUADRAMENTO: O envelhecimento propicia o desenvolvimento de um processo depressivo, encontrando-se prevalências muito elevadas de depressão e ansiedade na população geriátrica institucionalizada (Montenegro & Silva, 2007). Associada ao envelhecimento a depressão pode considerar-se um problema de saúde pública, com implicações para o próprio indivíduo, família e para a sociedade. Torna-se necessário intervir nestes quadros clínicos, quer através da psicoterapia (nomeadamente a terapia cognitivo-comportamental), mas também de uma abordagem farmacológica do problema com recurso a medicamentos antidepressivos, muitas vezes associados a ansiolíticos do grupo das benzodiazepinas (BZD´s). OBJECTIVOS: Avaliar se o tratamento através das benzodiazepinas (BZD´s) exerce influência na sintomatologia depressiva e no funcionamento cognitivo do idoso institucionalizado. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo quantitativo de cariz transversal e correlacional. Os dados foram recolhidos numa Estrutura Residencial para Pessoas Idosas (ERPI) na região centro de Portugal (Covilhã). Para além do questionário sociodemográfico utilizaram-se três escalas de avaliação psicológica: o Mini-Mental Status Examination (MMSE) com objetivo de avaliar cognitivamente os participantes; a Escala da Depressão Geriátrica (GDS-15) para medir a sintomatologia depressiva e a Escala da Ansiedade Geriátrica (GAI-SF). Todas estas escalas estão devidamente aferidas à população portuguesa e apresentam boas características psicométricas. Os dados foram introduzidos e analisados com recurso ao Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 23.0. RESULTADOS: Verificámos que 54.8% da amostra consome BZD´s diariamente, sendo a mais consumida o lorazepam (58.8%), e a especialidade médica que mais os prescreve é a psiquiatria, 35.5%. Dos participantes que consomem BZD`s a maioria é do género feminino. Com base nos resultados obtidos do MMSE na GDS-15 e na GAI-SF parece que o consumo de BZD´s tem impacto negativo no défice cognitivo e no género feminino dos participantes, dado que foram encontradas diferença estatisticamente significativas. CONCLUSÕES: Os resultados mostram que são os idosos que consomem BZD´s que apresentam maior sintomatologia depressiva e ansiosa e os que denotam maior défice cognitivo. O uso inadequado de benzodiazepinas nos idosos institucionalizados é um problema bem conhecido e por isso deve ser monitorizado. Porém, o facto de a amostra ser reduzida e da existência da polimedicação nos idosos, os resultados obtidos, deverão ser interpretados com alguma prudência e sem generalizações.^les^aCONTEXTO: El envejecimiento permite el desarrollo de un proceso depresivo, cambios neurofisiológicos y factores de exclusión social que potencian la disminución de las funciones físicas y cognitivas de los ancianos, la búsqueda de la prevalencia de la depresión y la ansiedad en muy alta población geriátrica institucionalizada (Montenegro y Silva, 2007). La depresión en la tercera edad es una de las enfermedades más prevalentes e incapacitantes en todo el mundo. Asociada con el envejecimiento puede ser considerado como un problema de salud pública, con implicaciones para la persona y para la sociedad (Organización Mundial de la Salud, 2002). Sin embargo, es inevitable intervenir clínicamente en estos entornos clínicos. Además de psicoterapia (terapia cognitivo conductual) y otras medidas no farmacológicas, es el uso y abuso de la terapia farmacológica en los antidepresivos y benzodiacepinas (BZD) son de los que más predominan. OBJETIVOS: Esta investigación tiene como objetivo principal evaluar si el tratamiento através de las benzodiacepinas (BZD) influencia los síntomas depresivos, ansiógenos y el funcionamiento cognitivo en una muestra de 31 ancianos de una Estructura residencial para ancianos (ERPI). METODOLOGÍA: Se trata de un estudio cuantitativo de naturaleza transversal y correlacional. Los datos fueron recolectados en un marco residencial para ancianos (ERPI) en la ciudad de Covilha, incluyendo el Hogar de San José que se ajusta legalmente como una institución privada de solidaridad social (IPSS). Esta institución tiene una capacidad máxima para 167 clientes institucionalizados, que son en su mayoría ancianos. Además del cuestionario sociodemográfico se utilizaron tres escalas de evaluación psicológica: el estado de examen Mini-Mental (MMSE) para evaluar los participantes cognitivamente; Escala de Depresión Geriátrica (GDS-15) para medir los síntomas depresivos y la escala de ansiedad geriátrica (GAI-SF). Todas estas escalas se evaluaron adecuadamente para la población portuguesa y tienen buenas características psicométricas. Después de la autorización de la Dirección del ERPI se procedió a la recogida de datos, que se realiza en un formato de entrevista inmediatamente después de obtener el consentimiento informado de los participantes. Posteriormente se introdujeron y se analizaron mediante el programa de análisis estadístico de los datos, llamado el Paquete Estadístico para Ciencias Sociales (SPSS) versión 23.0. RESULTADOS: Da análisis se encontró que el 54,8% de los consumos de la muestra diaria  de BZD, la más consumida es el lorazepam, el 58,8%, y la especialidad médica que más prescribe es la psiquiatría, 35,5%. Los participantes que consumen la mayor parte son mujeres. Sobre la base de los resultados obtenidos en el MMSE, el GDS-15 y SF-GAI, parece que el consumo de BZD tiene un impacto negativo sobre el deterioro cognitivo y el sexo femenino, ya que presentan una diferencia estadísticamente significativa. CONCLUSIONES: Se puede concluir que son los participantes que consumen BZD aquellos que tienen mayor sintomatología depresiva y ansiógena y los que tienen un mayor deterioro cognitivo.^len^aBACKGROUND: Aging leads to the development of a depressive process, with very high prevalence of depression and anxiety in the institutionalized geriatric population (Montenegro & Silva, 2007). Associated with aging, depression can be considered a public health problem, with implications for the individual, family and society. It is necessary to intervene in these clinical settings, either through psychotherapy (namely cognitive-behavioral therapy), or through a pharmacological approach to the problem using antidepressant medications, often associated with benzodiazepine anxiolytics (BZD's). OBJECTIVES: To evaluate whether treatment with benzodiazepines (BZD's) exerts an influence on the depressive symptomatology and on the cognitive functioning of the institutionalized elderly. METHODOLOGY: This is a cross-sectional and correlational quantitative study. The data were collected in a Residential Structure for the Elderly (ERPI) in the central region of Portugal (Covilhã). In addition to the sociodemographic questionnaire, three psychological assessment scales were used: the Mini-Mental Status Examination (MMSE) with the objective of cognitively assessing the participants; The Geriatric Depression Scale (GDS-15) to measure depressive symptomatology and the Geriatric Anxiety Scale (GAI-SF). All these scales are duly adapted to the Portuguese population and have good psychometric characteristics. The data were introduced and analyzed using the Statistical Package for Social Sciences (SPSS) version 23.0. RESULTS: We found that 54.8% of the sample consumed BZDs daily, with lorazepam being the one most consumed (58.8%), and the medical specialty that prescribes them the most is psychiatry, 35.5%. Of the participants who consume BZD`s the majority is of the feminine gender. Based on MMSE results in GDS-15 and GAI-SF, it appears that BZD consumption has a negative impact on the participants' cognitive and gender deficits, since a statistically significant difference was found. CONCLUSIONS: The results show that it is the elderly who consume BZD's who present greater depressive and anxious symptomatology and those that denote a greater cognitive deficit. Inappropriate use of benzodiazepines in the institutionalized elderly is a well-known problem and therefore should be monitored. However, the fact that the sample is reduced and considering the existence of polymedication in the elderly, the results obtained should be interpreted with some caution and without generalizations.

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