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Da Investigação às Práticas

 ISSN 2182-1372

VALE, Ana Paula    SOUSA, José. Tipo de erros e dificuldades na escrita de palavras de crianças portuguesas com dislexia. []. , 7, 3, pp.61-83. ISSN 2182-1372.

^lpt^aAs investigações sobre a natureza das dificuldades de escrita no quadro da dislexia têm sido pouco conclusivas e, principalmente no português europeu, escassas. Este estudo teve como objetivo caracterizar os tipos de dificuldades observados na escrita de crianças com dislexia. Foram comparadas crianças com dislexia no 5.º ano com crianças proficientes da mesma idade e ano de escolaridade, e ainda com crianças mais novas, no 3.º ano e emparelhadas pelo nível de leitura, na escrita de palavras e de pseudopalavras. As crianças com dislexia foram menos precisas, quer contando erros de cariz alfabético quer ortográfico, do que os seus pares cronológicos proficientes, em todas as categorias psicolinguísticas. Comparativamente aos controlos mais novos, cometeram mais erros na escrita de palavras irregulares e nas com regras contextuais mas tiveram um desempenho equivalente na escrita de palavras regulares e na de pseudopalavras. Também não se distinguiram das crianças mais novas quanto aos erros de conhecimento alfabético, mas cometeram mais erros no uso do conhecimento ortográfico. Em síntese, os resultados são consistentes com a ideia de que as crianças portuguesas com dislexia progridem, ainda que mais lentamente, e podem atingir bons níveis na escrita de cariz alfabético, mas apresentam um défice no uso do conhecimento ortográfico, particularmente daquele que depende mais do conhecimento lexical. Isto traduz um funcionamento cognitivo diferente nas crianças com dislexia.^len^aResearch on the nature of spelling difficulties of dyslexic children has shown mixed results and is scarce, specifically in European Portuguese. The present study aims at characterizing the spelling difficulties of Portuguese dyslexic children. Fifth grade children with dyslexia were compared with a group of typically progressing children of the same grade and chronological age and with a reading level-match group of younger third graders typical readers on word and pseudoword spelling tasks. Dyslexic children showed less accuracy, displaying more alphabetic and more orthographic errors, than their age-matched peers on all the psycholinguistics items categories.  When compared with the younger children, dyslexic fifth graders produced errors on the irregular and on the contextual words but obtained equivalent scores on regular words and on pseudowords. Also, they did not differ from the younger group in the amount of alphabetic type errors but produced significantly more errors indicating difficulties in the use of orthographic knowledge. In conclusion, the findings are consistent with the idea that fifth grade Portuguese children with dyslexia can learn and may achieve good alphabetic spelling levels, although in a slow manner, but still present a deficit of orthographic knowledge use, particularly one tapping lexical knowledge. This indicates a discrepant cognitive functioning of dyslexic children.^lfr^aLes résultats de la recherche sur la nature des difficultés d’écriture chez les enfants dyslexiques ont été peu concluants. En particulier, en ce qui concerne la variante du portugais européen, les études sont plutôt rares. Notre étude vise à caractériser les types de difficultés en écriture chez les enfants dyslexiques. Nous comparons des enfants dyslexiques de 5ème, en écriture, sous dictée, de mots et de pseudo-mots, avec des enfants témoins  du même âge et de la même année scolaire et avec des enfants témoins plus jeunes - 3ème année scolaire - ayant le même niveau de lecture. Les dyslexiques ont été moins habiles dans les tâches de nature alphabétique et de nature orthographique que les enfants du même âge avec une progression typique de l’apprentissage dans toutes les catégories psycholinguistique. Par rapport aux enfants témoins les plus jeunes, les dyslexiques ont fait plus d'erreurs en écriture des mots irréguliers et en graphies consistantes contextuelles, mais ils sont appariés dans l’écriture des mots réguliers et des pseudo-mots. Bref, les dyslexiques portugais évoluent, bien que plus lentement que leurs pairs du même âge, et peuvent atteindre un bon niveau dans les graphies alphabétiques, mais ils présentent un déficit dans les représentations orthographiques, en particulier, de celles  dépendantes des connaissances lexicales. Cela indique un fonctionnement cognitif différent chez les dyslexiques

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