43Chagos in ‘Blue’: Fortress conservation, archipelagic network and militarized science 
Home Page  

  • SciELO

  • SciELO


CIDADES, Comunidades e Territórios

 ISSN 2182-3030

COSTA, Ana Elísia da. O “Belo” e o “Bom” em Lisboa: Notas sobre parques hortícolas, hortas espontâneas e práticas artísticas. []. , 43, pp.66-84.   30--2021. ISSN 2182-3030.  https://doi.org/10.15847/cct.23988.

^a

O Plano Verde de Lisboa, concebido na década de 1990, propõe a articulação física de áreas verdes da cidade dedicadas não só ao lazer, mas também à produção agrícola. Nesse contexto são propostos parques hortícolas que, semelhante aos “grandes projetos” do final do século XX, recorrem a uma uniformidade formal em distintos cenários. A estratégia de implantação dos parques envolve a substituição de hortas espontâneas consolidadas em áreas expectantes desde a década de 1950 que, apesar de suas feições decadentes e labirínticas, possuem importância para as comunidades locais. Da vivência de uma prática artística nesses territórios espontâneos, são deflagrados questionamentos: Por seus padrões estéticos e sociais de difícil assimilação, essas hortas impõem uma insuportável presença do “feio” que justificaria a imposição do “belo” instituído? Assistimos à estetização da vida e à espetacularização do espaço público em detrimento do que possa ser “bom” numa perspectiva social? Guiado por esses questionamentos, este estudo é um ensaio que pretende refletir sobre a operação urbana de substituição das hortas pelos parques, contemplando possíveis juízos estético-éticos subjacentes a esses territórios, bem como refletir sobre potenciais e limites da referida prática artística para dar luz a esses juízos e aos conflitos que deles emanam. Para tanto, apoia-se em revisões bibliográficas e em sensações e percepções que emergiram de experiências nesses espaços. A despeito de distintos juízos estético-éticos, conclui-se que ambos, parque e prática, conduzem em diferentes graus e perspectivas à estetização do território, o que afirma a necessidade de contínuo exame dos seus meios e fins e dos discursos culturais vigentes.

^lpt^a

Plano Verde de Lisboa (Lisbon's Green Plan), conceived in the 1990s, proposes the physical articulation of the city's green areas dedicated to both leisure and agricultural production. In this context, horticultural parks are proposed. Alike “large projects” of the late 20th century, they resort to formal uniformity in different contexts. Their implementation strategy involves the replacement of spontaneous gardens consolidated in expectant areas since the 1950s which, despite their decadent and labyrinthine features, are important for local communities. Questions arise from the experience of an artistic practice in these spontaneous territories: Given their aesthetic and social standards, hard to assimilate, do these gardens impose an unbearable presence of the “ugly” that might justify the imposition of the instituted “beautiful”? Do we see the aestheticization of life and the spectacularization of public space, to the detriment of what might be “good” from a social perspective? Guided by these questions, we propose an essay that aims to reflect on the urban operation of replacing gardens by parks, contemplating possible aesthetic and ethical judgments underlying these territories, as well as reflecting on the potentials and limits of the aforementioned artistic practice to shed light on these judgments and resulting conflicts. We rely on bibliographical reviews and on sensations and perceptions that emerged from experiences in these spaces. Despite different aesthetic-ethical judgments, we conclude that both, park and practice, lead to the aestheticization of the territory in different degrees and perspectives. This states the need for continuous examination of territory's means and purposes, along with current cultural discourses.

^len

: .

        · | |     · |     · ( pdf )