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Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar

 ISSN 2182-5173

SANTOS, Paulo; HESPANHOL, Alberto    COUTO, Luciana. Estudo de seguimento de utentes após realização de um eletrocardiograma em Medicina Geral e Familiar. []. , 28, 4, pp.262-270. ISSN 2182-5173.

^lpt^aIntrodução: O eletrocardiograma (ECG) é um exame do quotidiano em Medicina Geral e Familiar (MGF), usado no estudo e seguimento de doenças relacionadas com o coração. Objetivo: Caracterizar a alteração clínica a médio prazo no seguimento dos utentes a quem foi realizado um ECG na consulta de MGF. Métodos: Estudo observacional longitudinal prospetivo dos ECG requisitados e realizados no Centro de Saúde de S. João, Porto, desde 01/03/2007 até 28/02/2009. Na requisição foi preenchido um protocolo que incluía o motivo para o pedido, a sintomatologia dos doentes, os seus antecedentes clínicos, e registado o resultado da leitura. Seis meses após, os processos clínicos foram avaliados para verificar a alteração à orientação clínica previamente definida para o utente. Usou-se um modelo de regressão logística multinominal para descrever a associação entre a alteração ao seguimento dos doentes e o motivo para a requisição dos exames e o seu resultado, classificado segundo o Novacode. Resultados: Foram avaliados 870 ECG de 817 utentes, 56,4% do sexo feminino, com uma mediana de idades de 57 anos. O principal motivo para a requisição dos ECG foi a presença de sintomatologia na consulta (48,5%). 54,5% foram normais e 9,7% apresentaram alterações major. Em 67,9% (IC95%:64,8-70,0%) mantiveram-se os cuidados previamente instituídos. A taxa de referenciação aos cuidados hospitalares foi de 5,7% (IC95%:4,8-7,5%). Na análise multivariada, a decisão na orientação dos utentes foi significativamente influenciada pelos resultados dos ECG, nos utentes em que o ECG é requisitado para seguimento de doença previamente diagnosticada mas não nos que apresentam sintomas na consulta. Conclusão: A maioria dos utentes que realizam um ECG na consulta de MGF mantém inalterados os cuidados instituídos previamente à requisição do exame, verificando-se uma maior utilidade nos casos de seguimento de fatores de risco cardiovasculares e de doença cardíaca prévia perante a existência de alterações eletrocardiográficas.^len^aBackground: Electrocardiography (ECG) is commonly used in primary care to study and follow patients with cardiovascular diseases. Aim: The purpose of this study was to assess changes in patient care after performance of an ECG during a primary care office visit. Methods: A prospective observational study was conducted at S. João Health Center, Oporto of all patients for whom an ECG was requested at primary care office visits over a two-year period, from 1/03/2007. Each time an ECG was requested, doctors recorded the reason for the test, the patient’s symptoms, and past medical history. Electrocardiograms were saved for later analysis. Clinical files were hand searched six months after the ECG to assess changes in patient care. A multinomial logistic regression model was used to test associations between results of the ECG, classified by Novacode, and the indications for the test. Results: We studied 870 ECG, from 817 patients (56,4% females) with a median age of 57 years. The main reason for requesting an ECG was the presence of symptoms (48,5%). Analysis of the results of the ECG showed that 54,5% were interpreted as normal, 35,9% had minor abnormalities, and 9,7% showed major abnormalities. Care of the patient remained unchanged after 67,9% of tests (CI95%: 64,8-70,0%), and referral for hospital care occurred after 5,7% (CI95%: 4,8-7,5%). In multivariate analysis, the decision to change patient care was significantly influenced by ECG results in patients in whom the test was requested for follow-up of known cardiovascular disease but not for those who reported symptoms at office visit. Conclusion: The ECG does not change the care of most patients who have the test done at an office visit. The greatest utility of the test was seen among patients with known cardiovascular risk factors or a past history of cardiovascular disease.

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