28 6 
Home Page  

  • SciELO

  • SciELO


Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar

 ISSN 2182-5173

GASPAR, Maria Ana; PINHEIRO, Ana Filipe    SANCHES, Ana. Molusco contagioso - intervenção terapêutica na idade pediátrica: Revisão Baseada na Evidência. []. , 28, 6, pp.418-426. ISSN 2182-5173.

^lpt^aIntrodução: O molusco contagioso é uma doença infecciosa viral cutânea frequente em crianças, ocorrendo tipicamente entre os 2 e os 5 anos de idade. Na maioria dos casos a doença é autolimitada e resolve entre 6 meses a 2 anos, mas nalguns casos persiste por 5 anos. A intervenção terapêutica pretende aliviar a sintomatologia, controlar a disseminação das lesões, prevenir o aparecimento de cicatrizes ou infecções bacterianas secundárias, e pode ainda ser utilizada por motivos cosméticos e sociais. Objectivo: Determinar a evidência existente sobre a eficácia terapêutica e os eventuais efeitos adversos das intervenções terapêuticas no molusco contagioso na idade pediátrica, em crianças imunocompetentes. Fontes de dados: Bases de dados Medline, Cochrane Library, Dynamed, National Guideline Clearinghouse e Evidence Based Medicine Guidelines. Métodos de revisão: Pesquisa de normas de orientação clínica (NOC), revisões sistemáticas (RS), metanálises (MA) e ensaios clínicos aleatorizados (ECA), publicados entre Janeiro de 2001 e Setembro de 2011, em português, inglês, francês e espanhol, com limite de idade =18 anos, utilizando o termo MeSH molluscum contagiosum. Foram critérios de exclusão na selecção dos artigos o molusco contagioso de transmissão sexual e em crianças imunodeprimidas. Para avaliar o nível de evidência foi utilizada a escala SORT (Strength of Recommendation Taxonomy) da American Family Physician. Resultados: Foram encontrados 22 artigos, tendo sido seleccionados duas normas de orientação clínica, uma revisão sistemática, um sumário da Dynamed e um ensaio clínico aleatorizado. Há evidência da eficácia com reduzidos efeitos adversos para a terapêutica tópica com extracto de folha mirtilo-limão ou com curetagem (força de recomendação B). Relativamente às terapêuticas tópicas com peróxido de benzoílo, imiquimod e cantaridina, a sua evidência é menor, bem como com a terapêutica sistémica com cimetidina e a destrutiva física com crioterapia (força de recomendação C). As restantes terapêuticas estudadas não apresentam evidência de eficácia suficiente para se emitir recomendação. Conclusões: Os resultados obtidos apresentam evidência limitada para a recomendação de intervenção terapêutica no molusco contagioso na idade pediátrica. São necessários mais estudos bem desenhados, prospectivos, sobre as diferentes opções terapêuticas versus placebo ou versus atitude expectante. Na ausência de evidência robusta sobre a eficácia e segurança dos tratamentos, deve ser considerada a atitude expectante.^len^aIntroduction: Molluscum contagiosum is a viral skin infection most frequently encountered in children between the ages of 2 and 5 years. In most cases the disease is self-limiting and resolves within 6 months to 2 years, but it may persist for up to 5 years. Treatment is given to relieve symptoms, to control the spread of lesions, to prevent scarring and secondary infection, and for cosmetic and social reasons. Aim: To assess the evidence for the efficacy and adverse events of treatments for molluscum contagiosum in immunocompetent children. Data sources: Medline, Cochrane Library, Dynamed, National Guideline Clearinghouse and evidence based medicine guidelines. Review methods: We performed a survey of clinical guidelines, systematic reviews, meta-analysis and clinical trials of treatment of molluscum contagiosum, published between January 2001 and September 2011, in Portuguese, English, French and Spanish, for children aged 18 years old or younger, using the MeSH term molluscum contagiosum. Exclusion criteria: sexually transmitted molluscum contagiosum and immunocompromised children. The SORT (Strength of Recommendation Taxonomy) scale of the American Family Physician was used to grade the evidence. Results: Twenty-two studies were found. We selected two guidelines, one systematic review, one Dynamed summary and one randomized clinical trial for this review. There is evidence of efficacy with few adverse effects for topical treatment with Australian lemon myrtle oil or for curettage of lesions (strength of recommendation B). For topical treatments with benzoyl peroxide, imiquimod and cantharidin, the evidence is weaker, as well as for systemic treatment with cimetidine and physical destruction of the lesions with cryotherapy (strength of recommendation C). No other evidence-based recommendations can be given for other treatments assessed. Conclusions: There is limited evidence to recommend treatment of molluscum contagiosum in children. Additional well-designed, prospective studies are needed on therapeutic options compared to placebo or watchful waiting. Without good evidence for the efficacy and safety of treatment, watchful waiting must be considered.

: .

        · | |     · |     · ( pdf )

 

Creative Commons License All the contents of this journal, except where otherwise noted, is licensed under a Creative Commons Attribution License