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Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar

 ISSN 2182-5173

AGUIAR, Hélder. Os Cuidados Paliativos nos Cuidados de Saúde Primários: o desafio para o século XXI. []. , 28, 6, pp.442-447. ISSN 2182-5173.

^lpt^aO acentuado envelhecimento populacional que se tem vindo a registar em Portugal coloca desafios ao nível dos cuidados no fim de vida, com reflexo nos Cuidados de Saúde Primários (CSP) e nos médicos de família. Com o advento dos Cuidados Paliativos como área de especialização, foi-se progressivamente adquirindo consciência que o envolvimento dos médicos de família e dos CSP é fundamental para que todos os doentes possam beneficiar deste tipo de cuidados. Existe evidência sólida que este factor é importante para possibilitar a morte no domicílio, o local preferido para a maioria dos europeus, incluindo portugueses. Portugal apresenta uma das mais destacadas taxas de morte em meio hospitalar a nível europeu, reflexo provável, também, do investimento escasso na capacitação dos CSP para o final de vida. A criação do Plano Nacional dos Cuidados Paliativos e da Rede Nacional de Cuidados Continuados (da qual muitos médicos de família já fazem parte), a publicação da Lei de Bases dos Cuidados Paliativos de 5 de Setembro de 2012 e o incentivo às visitas domiciliárias são exemplos de medidas recentes de importância relevante. Porém, existem ainda muitas barreiras por ultrapassar para que cada vez mais médicos de família possam desenvolver cuidados paliativos generalistas com qualidade. Áreas como a formação, a disponibilização de recursos e a articulação com serviços especializados devem ser alvos prioritários. Estando ainda muito longe do padrão de outros países e de se poder oferecer qualidade no final de vida à maioria dos nossos doentes, é um imperativo ético a priorização dos Cuidados Paliativos na agenda da Medicina Geral e Familiar e em cada um de nós.^len^aThe aging of the Portuguese population poses challenges in end-of-life care for primary care and family physicians. The development of palliative care as an autonomous discipline has led to an understanding that the involvement of primary care and family physicians is essential for the global provision of care. There is evidence that this is an important factor in allowing patients to die at home. This is the preferred place of death for most Europeans, including the Portuguese. Portugal has one of the highest hospital death rates in Europe, possibly reflecting a lack of investment in training primary care physicians for end-of-life care. The creation of the National Plan for Palliative Care, the passage of the Palliative Care Law in Portugal, the creation of the National Network for Continuous Care (in which many family physicians are already taking part), and the provision of incentives for home visits are examples of recent important measures. However, there are still many barriers to overcome to help family physicians improve the quality of palliative care given by generalists. Areas such as training, the availability of resources, and coordination with specialist palliative care should be targeted for improvement. We are still far from the standards set by other European countries in our ability to offer good end-of-life care to our patients. It is ethically imperative to make palliative care a priority on the General Practice agenda in Portugal.

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