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Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar

 ISSN 2182-5173

ESQUIVEL, Sofia; SAMPAIO, Joana Filipa    SILVA, Cristiana Teixeira da. Alimentar a vida ou sustentar a morte?: Uma reflexão em equipa partindo de um caso clínico. []. , 30, 1, pp.44-49. ISSN 2182-5173.

^lpt^aO uso da hidratação e nutrição artificial em doentes nos estádios finais de demência é um assunto controverso. Este tópico vai tornar-se cada vez mais importante, uma vez que a prevalência de demência vai continuar a aumentar com o envelhecimento da população e com a melhoria dos cuidados de saúde. Nos estádios mais avançados desta doença, os pacientes são incapazes de deambular ou de se alimentarem, ficando com incontinência, afasia e com importante perda da capacidade de relação. Ao serem confrontadas com um caso de demência terminal e disfagia, as autoras procuraram na literatura a melhor técnica de nutrição da doente. A decisão da inserção de uma sonda nasogástrica (SNG) ou gastrostomia percutânea endoscópica (PEG) constitui uma das mais difíceis decisões para os profissionais de saúde e familiares do idoso com demência avançada. Os estudos revistos não conseguiram comprovar que a alimentação artificial seja vantajosa na fase terminal da doença. A colocação de um tubo de alimentação (PEG ou SNG) nestes pacientes parece não acrescentar benefício para prevenir úlceras de pressão ou desnutrição e não mostrou aumento da sobrevida. Pelo contrário, esta intervenção pode diminuir a qualidade de vida por alterar a rotina de alimentação e por poder implicar a imobilização ou sedação do doente para que não retire o tubo. As diferentes técnicas de alimentação deverão ser explicadas aos familiares para os capacitar a intervir na tomada de decisão, permitindo que o doente alcance a melhor qualidade de vida possível nos seus últimos dias. São necessários mais estudos para que os riscos e benefícios da entubação de um paciente fiquem clarificados, assim como as vantagens e desvantagens de cada método.^len^aThe use of artificial nutrition and hydration in patients in the late stages of dementia is controversial. The prevalence of dementia will continue to increase with the aging population so this topic will become increasingly important. In the more advanced stages of dementia, patients typically are unable to walk or feed themselves, becoming incontinent and aphasic. When confronted with a patient with terminal dementia and dysphagia, the authors searched the literature for the best approach to nutrition for the patient. The decision to insert a nasogastric tube or a percutaneous endoscopic gastrostomy (PEG) for elderly patients with advanced dementia is one of the hardest decisions for health professionals and relatives. The studies reviewed have failed to show that artificial feeding is advantageous in the terminal stage of the disease. They concluded that feeding tube placement in these patients is not helpful for the prevention of pressure ulcers, malnutrition, or for prolonging survival. This procedure may reduce quality of life because of the change in feeding routines. It may require immobilization or sedation of the patient to prevent them from removing the tube. Family members should be more informed to make better decisions to improve the quality of life in the last days of the patient. Further studies are needed so that the risks and benefits of tube feeding are clarified as well as the advantages and disadvantages of each method.

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