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Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar

 ISSN 2182-5173

SILVA, Inês Leite da    MARTINS, Elsa. Estenose arterial subclávia bilateral: mais do que uma descida da tensão arterial - Relato de caso. []. , 30, 5, pp.316-320. ISSN 2182-5173.

^lpt^aIntrodução: A isquémia crónica dos membros superiores é uma condição rara, sobretudo se bilateral. Dependendo da localização e rede de colaterais, pode permanecer paucissintomática ou cursar com isquémia sintomática dos membros superiores e risco acrescido de eventos coronários e cerebrovasculares. Apesar de o diagnóstico ser imagiológico, o exame objectivo pode revelar alterações, nomeadamente diferenças nos valores tensionais medidos nos dois braços, numa oclusão unilateral. Neste caso clínico, os valores tensionais eram consistentemente baixos bilateralmente, centrando a abordagem inicial na aparente descida tensional. Descrição do caso: Utente do sexo feminino de 77 anos de idade, hipertensa controlada e com dislipidémia em que, a partir de determinada altura, os valores tensionais medidos na artéria braquial se apresentavam persistentemente inferiores a 90/60 mmHg. A sintomatologia resumia-se a “cansaço” com movimentos amplos dos membros superiores. Na ausência de outras alterações optou-se pela redução subsequente da medicação anti-hipertensora, sem melhoria dos valores tensionais ou da clínica. Após alguns meses, mantendo-se este quadro, foi constatada, no exame objectivo, uma diminuição bilateral dos pulsos radiais e aumento do índice tornozelo-braquial, colocando a hipótese de patologia arterial dos membros superiores, posteriormente confirmada por Eco-doppler arterial que evidenciou oclusão arterial subclávia bilateral. Comentário: Os valores tensionais medidos na artéria braquial eram aqui erroneamente baixos, dada a oclusão subclávia bilateral salientando-se que, nestes casos, a avaliação tensional baseada numa só medição na artéria braquial pode condicionar uma abordagem errada. O caso evidencia ainda a importância da integração de todos os sinais e sintomas, bem como do exame objectivo no diagnóstico.^len^aIntroduction: Chronic ischaemia of the upper extremities is rare, particularly when it is bilateral. Depending on the existence and location of collateral vessels, it may remain asymptomatic or it may present with symptomatic ischemia of the upper limbs and a high risk of coronary and cerebrovascular disease. Although the diagnosis is made by ultrasonography, the physical examination may reveal abnormalities, including differences in blood pressure values between both arms with unilateral occlusion. In this case report, blood pressure values were consistently low bilaterally, which led to an erroneous initial approach based on a presumed decrease in systemic blood pressure. Case description: The authors describe the case of a 77 year old female patient, with controlled hypertension and dyslipidaemia, who presented with brachial blood pressure (BP) measurements consistently lower than 90/60 mmHg, as well as complaints of fatigue with movements of the upper extremities. In the absence of other abnormalities, changes were made to the dose of her anti-hypertensive medication, without clinical improvement. After a few months without change in the clinical situation, the physical examination revealed a bilateral decrease in radial pulses and an increase in the ankle-brachial index, suggesting occlusive upper extremity arterial disease. This was confirmed by an arterial Doppler ultrasound, which revealed bilateral occlusion of the subclavian arteries. Comment: Blood pressure measurements were erroneously low because they were made at the brachial artery in a patient with a bilateral occlusion of the subclavian arteries. In these cases, the evaluation of BP based solely on brachial measurements may lead to an incorrect approach. It is important to integrate other signs and symptoms as well as a more complete physical examination when evaluating a possible diagnosis of this condition.

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