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Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar

 ISSN 2182-5173

PEREIRA, Ângela et al. Treino do bacio: estudo observacional numa amostra de crianças saudáveis entre os 18 e os 42 meses. []. , 31, 2, pp.105-115. ISSN 2182-5173.

^lpt^aIntrodução: O treino do bacio (TB) ou controlo de esfíncteres é uma etapa importante no desenvolvimento infantil. Existem poucos estudos e diretrizes sobre esta temática e, da pesquisa bibliográfica efetuada, não há dados epidemiológicos nacionais. Este estudo pretende descrever o processo do TB numa amostra de crianças portuguesas, determinando variáveis biológicas, sociais e económicas envolvidas e métodos aplicados. Metodologia: Efetuado um estudo transversal, observacional e analítico, selecionando uma amostra de conveniência na consulta de saúde infantil e juvenil de três centros de saúde. Recolhemos os dados através de um questionário aos pais de crianças entre 18 e 42 meses (M). Excluímos patologias crónicas que interfiram na aquisição de controlo de esfíncteres, gémeos ou dados insuficientes. Resultados: Foram realizados inquéritos aos pais de 83 crianças com idades compreendidas entre 18M e 42M, das quais 24 não deram início ao TB. Das 59 restantes, 31 eram rapazes e a média de idades 31M (desvio-padrão (DP)=9). A idade média de início e término do TB foi 22M (DP=7) e 27M (DP=7), respetivamente (mais cedo nas raparigas). Crianças do meio rural, filhos de mães empregadas e com escolaridade ≤ 5 anos iniciaram o TB mais cedo. No total, 20 completaram o TB, após uma duração em média de 3M (mediana 2M (0-16M)). O grupo que iniciou mais cedo completou com menor idade o TB (p = 0,005); contudo, a duração até aquisição de controlo de esfíncteres foi maior (p = 0,046). Os métodos aplicados mais vezes pelos cuidadores foram reforço positivo e mostrar exemplos. Conclusões: A transição para TB apresenta grande variabilidade de fatores; nesta amostra, crianças do sexo feminino, filhos de mães empregadas e com menos instrução académica, a viver em meio rural, iniciaram o TB mais cedo. Existiu uma diferença estatisticamente significativa entre iniciar o TB com menor idade e a aquisição de controlo de esfíncteres mais precoce, mas também com maior duração do TB.^len^aIntroduction: Toilet training is an important stage in child development. There are few studies and guidelines and our bibliographic research found no national epidemiological data on this subject. The aim of the present study was to determine the patterns of toilet training in a Portuguese population, the factors that may be related to its timing and duration, and methods used. Methods: In this cross-sectional study we selected a convenience sample of children who were seen in three primary healthcare centers. Data were collected using a questionnaire given to parents of children between 18 and 42 months old (M). Children with chronic conditions that affect bladder and bowel control, twins, and replies with incomplete data were excluded. Results: Eighty three questionnaires were completed. In 24, the child had not started toilet training. Of the remaining 59 repies, 31 were from boys, with a mean age of 31M (standard deviation (SD)=9). Mean initiation and completion ages of training were 22M (SD=7) and 27M (SD=7) respectively (earlier in girls). Families living in rural settlements, employed mothers and mothers with less than 5 years of formal education started training earlier. Of the 20 children who completed toilet training, the mean duration was 3M (median 2M (0-16M)). Early initiation of intensive toilet training correlates with an earlier age at completion of training (p = 0.005) but also a longer duration (p = 0.046). The most methods most frequently employed by caregivers were positive reinforcement training and showing examples. Conclusions: Toilet training shows a high variability of factors in this population. We found that female children of employed mothers with less formal education living in rural areas initiate toilet training earlier. There was a statistically significant difference between starting toilet training at a younger age and the acquisition of control of sphincters earlier, but with longer duration of training.

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