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Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar

 ISSN 2182-5173

MENDES, José Eduardo; FERREIRA, Ana Vaz; MORAIS, Sofia    GIL, Carolina. Esquizofrenia: papel-chave do Médico de Família e recurso ao internamento em regime compulsivo. []. , 31, 5, pp.341-345. ISSN 2182-5173.

^lpt^aIntrodução: A esquizofrenia é uma síndroma psiquiátrica caracterizada por alterações cognitivas, comportamentais e emocionais associadas a uma marcada disfunção social. Os doentes com esta patologia não apresentam crítica face à própria doença, o que muitas vezes conduz à falta de adesão à terapêutica, condicionando descompensação e agravamento do quadro clínico. O internamento em regime compulsivo é uma ferramenta de último recurso para estas situações. Devido à dificuldade de avaliação destes doentes, muitas vezes só através de um acompanhamento de proximidade conseguido pelo médico de família é possível determinar as reais consequências da doença e desta forma permitir o início do tratamento psiquiátrico mais rápido. Descrição do caso: Mulher de 48 anos, divorciada, desempregada, constituindo uma família unitária, com diagnóstico de esquizofrenia desde os 30 anos de idade, que recorre à consulta da sua médica de família por queixas de descompensação do quadro psiquiátrico, com ideação delirante persecutória e interpretações delirantes. Ao longo de quatro meses recorre várias vezes à consulta da sua médica de família pelos mesmos motivos, verificando-se uma deterioração progressiva do seu funcionamento global, tendo a situação evoluído até um estado de agressividade com perigo iminente para si e para os outros. Como mantinha a recusa para se submeter ao necessário tratamento médico, foi contactada a autoridade de saúde para se proceder ao internamento em regime compulsivo. Comentário: A esquizofrenia é uma doença altamente incapacitante. Quando não controlada leva inevitavelmente a agudizações do estado clínico que são difíceis de gerir. A lei portuguesa contempla estes casos e prevê o recurso ao internamento em regime compulsivo. O médico de família tem vários recursos de saúde ao seu dispor e um conhecimento privilegiado do doente e do meio familiar que podem ser usados na gestão eficaz da deterioração psiquiátrica.^len^aIntroduction: Schizophrenia is a syndrome characterized by changes in thinking, mood and behaviour. Patients with this disorder lack insight into the disease, which often leads to non-adherence to treatment and worsening of symptoms. Compulsory admission is a last resort in these situations. Because of the difficulty in assessing these patients, close monitoring by the family doctor is required. Thus it is possible to assess the effects of the disease and permit timely initiation of psychiatric treatment. Case description: A 48 year-old woman, divorced, unemployed, and living alone, who was diagnosed with schizophrenia at age 30, consulted her family doctor with persecutory delusions and delusional interpretations. Over a period of four months, she consulted with her family doctor for the same reasons, with a progressive deterioration in her condition. The situation evolved to a state of aggression with immediate danger to herself and others. Because she refused the necessary treatment, the health authority was contacted to arrange for compulsory admission. Comment: Schizophrenia is a highly debilitating disease. When not under control, exacerbations in clinical status are difficult to manage. Portuguese law permits compulsory admission. The family doctor has health resources available and a privileged knowledge of the patient and the family, which can be used effectively to manage psychiatric deterioration.

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