32 6 
Home Page  

  • SciELO

  • SciELO


Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar

 ISSN 2182-5173

ALMEIDA, Diogo Barata de    LOPES, Márcia Gonçalves. Recidiva tardia de melanoma cutâneo: relato de caso. []. , 32, 6, pp.410-414. ISSN 2182-5173.

^lpt^aIntrodução: Em doentes com melanoma maligno cutâneo (MMC), a sobrevida após os 10 anos tem sido considerada sinónimo de cura. Contudo, a recidiva após este período, designada como recidiva tardia, tem vindo a ser descrita por alguns autores. Com este caso pretende-se sensibilizar para a importância de estar atento às recidivas tardias do MMC e refletir sobre o papel do médico de família (MF) num diagnóstico atempado das mesmas. Descrição do caso: Homem de 50 anos, fumador, com história de hipertensão arterial e excisão de MMC da perna aos 28 anos, recorre à MF por tosse seca nos últimos dois dias, sem outra sintomatologia acompanhante. Admitiu-se infeção aguda do aparelho respiratório superior, tendo sido medicado sintomaticamente. Regressa um mês depois, por persistência da tosse, sem outros sinais ou sintomas adicionais. Colocou-se a hipótese de efeito secundário ao Zofenopril que tomava para a hipertensão arterial, tendo sido realizada substituição por Irbesartan. O utente regressa após dois meses, mantendo a queixa inicial. À observação mantinha-se sem alterações relevantes, voltando a ser excluídos sinais de alarme. Trazia, contudo, análises requisitadas pela medicina ocupacional que evidenciavam uma velocidade de sedimentação de 87mm/h sem outras alterações. Admitiu-se eventual tuberculose pulmonar ou neoplasia pulmonar, tendo sido referenciado ao serviço de urgência, onde realizou tomografia computorizada torácica que revelou lesão nodular de características proliferativas no ápex pulmonar esquerdo, compatível com possível processo neoplásico pulmonar. Foi referenciado à consulta de pneumologia e submetido a resseção parcial da massa. Os resultados histológicos mostraram metástase de MMC, 22 anos após o seu diagnóstico inicial. Comentário: Verifica-se na literatura um número crescente de casos reportando recidivas tardias de MMC, pelo que a sua deteção precoce deverá ser uma preocupação dos clínicos. Considerando a continuidade de cuidados prestada pelo MF, torna-se premente que este desempenhe um papel crucial na monitorização de tais casos.^len^aIntroduction: Ten-year survival for patients with cutaneous malignant melanoma (CMM) is considered to be synonymous with cure. However, there are reports of late recurrence after this period. This report stresses the importance of awareness of late recurrences and reflects on the role of the family physician (FP) in timely diagnosis. Case description: A 50-year-old man, who was a smoker with history of arterial hypertension and the excision of a CMM at 28 years of age, came to see his FP complaining of a dry cough for two days. An upper respiratory tract infection was diagnosed and treated symptomatically. One month later he returned due to the persistence of the cough. There were no other abnormal signs or symptoms. The cough was presumed to be a side effect of Zofenopril prescribed for control of arterial hypertension. This was stopped and replaced with Irbesartan. He returned two months later with the same complaint. There were no complaints of fever, sweating, chest pain, haemoptysis, or weight loss. Physical examination was normal. The erythrocyte sedimentation rate, ordered by his occupational health doctor, was 87mm/h. The diagnoses of pulmonary tuberculosis or lung cancer were considered. He was referred to the local emergency room, where a thoracic computerized tomography scan was performed. It revealed a proliferative nodular lesion on the left lung apex, compatible with lung cancer. The patient was referred for a pulmonary consultation, and was then admitted to hospital for partial resection of the mass. The histological results showed a metastasis of CMM, 22 years after the initial diagnosis. Comment: There are a growing number of reports of late recurrences of CMM. Early detection should be a concern for physicians. The FP can play an important role on monitoring these cases given the longitudinal continuity of care they provide.

: .

        · | |     · |     · ( pdf )

 

Creative Commons License All the contents of this journal, except where otherwise noted, is licensed under a Creative Commons Attribution License