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Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar

 ISSN 2182-5173

RAMOA, Andreia Filipa Araújo da Silva et al. Comportamentos suicidários: caracterização e discussão de fatores de vulnerabilidade. []. , 33, 5, pp.321-332. ISSN 2182-5173.

^lpt^aObjetivos: Caraterizar a população de doentes observados em primeira consulta na Unidade de Comportamentos Suicidários (UCS) do serviço de psiquiatria do Hospital de Braga (HB) durante os anos 2014-2015 e identificar características associadas a maior risco de comportamentos suicidários de repetição e uso de métodos violentos. Tipo de estudo: Estudo observacional, transversal, descritivo e analítico. Local: Hospital de Braga. População: Doentes que tiveram primeira consulta na UCS do serviço de psiquiatria do HB no período compreendido entre 01/01/2014 e 31/12/2015. Métodos: Recolha de dados da rotina da consulta. Recolha de variáveis sociodemográficas, psicossociais, circunstanciais do comportamento suicidário e clínicas. Os dados foram colhidos através do processo clínico informático e analisados no programa SPSS®, v. 21. Foi realizada uma análise descritiva univariada e bivariada. Seguidamente foi criado um modelo de regressão logística binária para identificar possíveis fatores de risco associados aos comportamentos repetitivos e uso de métodos mais violentos. Resultados: Foram incluídos no estudo 154 indivíduos, maioritariamente mulheres (70,8%), com média de idades de 39,7 anos. A maioria era casada (51,9%). Os meses com períodos diurnos mais curtos foram aqueles em que se observaram maior número de tentativas de suicídio. A ingestão medicamentosa foi o método mais frequente (68,2%). Os métodos mais violentos e letais foram mais usados por homens (p=0,036). O consumo de substâncias foi associado ao uso de métodos mais violentos (p=0,045). A existência de perturbação da personalidade (p=0,001) e a terapêutica com antidepressivos (p=0,028) foram fatores de risco para comportamentos suicidários de repetição. Este estudo revelou ainda que a maioria (72%) das pessoas recorreu ao seu médico de família nos 12 meses prévios à tentativa de suicídio. Conclusões: Neste estudo, o diagnóstico mais frequente foi a depressão. Este estudo permitiu identificar, por um lado, a perturbação da personalidade e o uso de antidepressivos como fatores de risco associados ao comportamento suicidário repetitivo. Por outro lado, ajudou a definir o género masculino e o consumo de substâncias como fatores de risco para o uso de métodos mais violentos e letais na tentativa de suicídio. Este conhecimento é essencial para a prevenção da mortalidade associada aos comportamentos suicidários, nomeadamente entre médicos de família, que se encontram numa posição privilegiada para conhecimento do indivíduo e seu contexto. São, no entanto, necessários mais estudos para reforçar a influência dos fatores considerados de risco na população, uma vez que vários destes carecem ainda de evidência epidemiológica consistente^len^aObjectives: To characterise the group of patients that had the first medical appointment in the Suicidal Behaviour Unit (SCU) of Braga Hospital (HB) psychiatric service during the years 2014-2015 and identify features associated with the higher risk of repeating behaviour and use of violent methods. Type of study: Observational, cross-sectional, descriptive and analytical. Location: Braga Hospital. Population: Patients who had the first appointment in HB psychiatry service UCS in the period between 01/01/2014 and 31/12/2015. Methods: Collection of routine data using de clinical file. Collection of sociodemographic, psychosocial, and clinical circumstances of suicidal behaviour. SPSS software, v. 21, was used to analyse and process the data. Univariate and bivariate descriptive analysis were performed. Then a binary logistic regression model was created to identify possible risk factors associated with repeated behaviours and more violent methods. Results: The study included 154 individuals, mostly women (70.8%) with average age of 39.7 years. Most of them were married (51.9%). A higher number of suicide attempts were observed during months whose days have less sun. Drug intake was the most frequently used method (68.2%). The most violent and lethal methods were more used by men (p=0.036). The use of substances was associated with the practice of more violent suicidal attempts (p=0.045). Personality disorder (p=0.001) and treatment with antidepressants (p=0.028) were risk factors for suicidal behaviour repetition. In this study, most of individuals (72%) had an appointment in primary care, in the 12 months prior to the suicidal attempt. Conclusions: In this study the most frequent diagnosis was depression. This study allowed to identify personality disorders and the use of antidepressant medication as risk factors associated with repetitive suicidal behaviour. Our results point male gender and substance abuse as risk factors to the use of more violent and lethal methods. This knowledge is essential for the prevention of mortality associated with suicidal behaviour, especially among family doctors. However, more studies are needed to strengthen the influence of the risk factors in the population

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