34 5 
Home Page  

  • SciELO

  • SciELO


Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar

 ISSN 2182-5173

LOPES, Marta Sofia Cardoso et al. Hematúria microscópica: abordagem no âmbito dos cuidados de saúde primários. []. , 34, 5, pp.327-333. ISSN 2182-5173.  https://doi.org/10.32385/rpmgf.v34i5.11774.

^lpt^aIntrodução: A hematúria microscópica (HM) é definida pela presença de pelo menos três eritrócitos por campo de alta potência no estudo do sedimento urinário, devidamente coletado e sem evidência de infeção. Este achado laboratorial é muitas vezes detetado acidentalmente pelos médicos de família (MF), pelo que a sua abordagem diagnóstica não deve ser menosprezada. Classifica-se em assintomática/sintomática, transitória/persistente e pode ser de causa benigna ou maligna. Objetivos: Abordar a avaliação do adulto com o achado incidental de HM, criando um algoritmo que assista o MF no diagnóstico diferencial e orientação clínica. Métodos: Pesquisa de meta-análises, artigos de revisão e normas de orientação clínica (NOC) publicados desde 2010 em português e inglês. Bases de dados: PubMed, Cochrane Library, DARE, NICE, UpToDate, Medscape. Termos MeSH: hematuria, microscopic findings e adult. Pesquisa livre na American Urological Association e na European Association of Urology. Resultados: Obtiveram-se 265 artigos na pesquisa. Após remoção de duplicados, exclusão pelo título/resumo e pelo cumprimento dos critérios de inclusão e exclusão pré-definidos, foram selecionados: uma NOC e dois artigos de revisão. Com base nestes artigos foi elaborado um algoritmo que sintetiza, de forma prática, a abordagem da HM no adulto. Após excluída a possibilidade de contaminação da amostra de urina, a história clínica dirigida e o exame físico pode dar pistas para um diagnóstico específico. Se assintomática, a HM deverá ser confirmada através de um novo exame do sedimento urinário, em conjunto com uma urocultura e avaliação da função renal. Caso o novo exame laboratorial seja negativo, estamos perante uma HM transitória, que deverá ser abordada consoante o risco do doente para patologia maligna. Caso a HM seja mantida, o restante exame do sedimento (presença de proteínas, eritrócitos dismósficos, cilindros e/ou coágulos) determina a origem glomerular ou extraglomerular. Perante uma HM extraglomerular, a abordagem será definida em função dos fatores de risco para doença maligna. A HM glomerular obriga à referenciação para consulta de nefrologia. Discussão: A hematúria microscópica é um sinal laboratorial que poderá indiciar patologia renal e/ou urológica. Uma correta avaliação do doente com uma HM prende-se com a necessidade de determinar a sua etiologia, da qual dependerá a subsequente abordagem. Sendo um achado laboratorial frequente na consulta de MGF, o MF deverá estar sensibilizado para as suas principais causas, referenciando para a especialidade hospitalar sempre que indicado.^len^aIntroduction: Microscopic hematuria (MH) is defined by the presence of at least three erythrocytes per high power field in the urine sediment, when properly collected, and without evidence of infection. This laboratory finding is often accidently detected by family physicians (FP), therefore its diagnostic approach should not be overlooked. MH can be classified as asymptomatic/symptomatic, transient/persistent and may be of benign or malignant nature. Objectives: To discuss the clinical evaluation of MH in adulthood, and to create an algorithm to guide FP on the differential diagnosis and clinical management. Methods: Search of meta-analysis, review articles and clinical guidelines (CG) published since 2010, in Portuguese and English. Databases: PubMed, Cochrane Library, DARE, NICE, UpToDate, Medscape. MeSH Keywords: ‘Hematuria’, ‘Microscopic findings’ and ‘Adult’. Free search in the American Urological Association and European Association of Urology. Results: A total of 265 articles were obtained. After duplicates’ removal, title screening, abstract screening and assessment of inclusion and exclusion criteria, one CG and two review articles were selected. Using the selected articles, we created an algorithm that synthesizes, in a practical way, the clinical management of MH in an adult patient. After excluding the possibility of contamination of the urine sample, the medical history and the physical examination of the urine sediment, combined with urine culture and the evaluation of kidney function, can provide clues for a specific diagnostic. In an asymptomatic patient, MH should be confirmed by performing a new urine sediment analysis, combined with urine culture and evaluation of kidney function. If the second laboratory test is negative, it is diagnosed as transient MH, which should be managed according to the patient’s risk for malignant disease. If MH is maintained, further information obtained from the sediment analysis (presence of proteins, dysmorphic erythrocytes, cylinders and/or clots) determines if the cause is glomerular or extra-glomerular. In the presence of extra-glomerular HM, the clinical management will depend on the presence of risk factors for malignant disease. Appointment referral to nephrology is mandatory in case of glomerular HM. Discussion: Microscopic hematuria is a laboratory sign that may indicate the presence of renal or/and urological pathology. A correct evaluation of the patient with MH shall include the determination of its etiology, upon which the subsequent clinical management will depend. As a frequent laboratory finding in primary care, FP should be aware of its main causes, and refer to secondary care whenever indicated.

: .

        · | |     · |     · ( pdf )

 

Creative Commons License All the contents of this journal, except where otherwise noted, is licensed under a Creative Commons Attribution License