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Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar

 ISSN 2182-5173

MARTINS, Teresa Pereira et al. Qual a evidência da restrição do consumo de açúcar nas crianças com PHDA?. []. , 35, 1, pp.37-41. ISSN 2182-5173.  https://doi.org/10.32385/rpmgf.v35i1.11895.

Introdução: A Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção (PHDA) é considerada a patologia neurocomportamental mais prevalente na infância, atingindo cerca de 3 a 7% das crianças em idade escolar. A intervenção terapêutica tem por objetivo principal o desenvolvimento de um equilíbrio emocional e a otimização do desempenho académico, ocupacional e relacional. Preconiza-se uma abordagem terapêutica multimodal, incluindo intervenções psicológicas e pedagógicas, farmacológicas e nutricionais. O papel da dieta como tratamento da PHDA é controverso, mas o tópico continua a interessar aos pais e profissionais de saúde, que preferem uma alternativa/complementaridade à medicação instituída. Objetivo: Esclarecer se existe evidência acerca da restrição dietética de açúcares no controlo da sintomatologia da PHDA. Metodologia: Em março de 2016 foi efetuada uma pesquisa bibliográfica utilizando os termos MESH “Attention Deficit Disorder with Hyperactivity” e “Dietary Carbohydrates” em diversas bases de dados, de artigos escritos em inglês, português ou espanhol, e publicados nos últimos 15 anos. Como critérios de inclusão foi definida uma população de crianças e adolescentes (<18 anos) com PHDA, cuja intervenção avaliasse a restrição de açúcares simples na alimentação em comparação com placebo ou metilfenidato, e um outcome na melhoria da sintomatologia. Para avaliar a qualidade dos estudos e a força de recomendação foi utilizada a escala Strength of Recommendation Taxonomy (SORT), da American Family Physician. Resultados: A pesquisa efetuada resultou na identificação de um total de 54 artigos. Foram excluídos os artigos repetidos, aqueles em que se verificou discordância com o objetivo da revisão e aqueles que não cumpriam a totalidade dos critérios de inclusão. Deste modo, foram incluídos e analisados três artigos: um estudo observacional e duas revisões não sistemáticas. Discussão: Verificou-se uma grande heterogeneidade nos estudos apresentados, assim como uma fragilidade no desenho dos trabalhos. Reconhece-se a dificuldade em conduzir ensaios clínicos bem estruturados, relativos à alimentação, pela necessidade de ter em conta múltiplos fatores passíveis de interferência. Atualmente a evidência disponível é insuficiente para sugerir que a restrição do consumo de açúcares refinados poderá melhorar os sintomas da PHDA (SORT C).

: Perturbação de hiperatividade e défice de atenção; açúcar; metilfenidato.

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