35 6 
Home Page  

  • SciELO

  • SciELO


Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar

 ISSN 2182-5173

FLORENCIO, Nuno; TRINDADE, Catarina    SANTIAGO, Tatiana. Relação médico-doente e raciocínio clínico na consulta com acompanhante: reflexão a propósito dum relato de caso. []. , 35, 6, pp.501-507. ISSN 2182-5173.  https://doi.org/10.32385/rpmgf.v35i6.12237.

^lpt^aIntrodução: A presença de acompanhantes nas consultas de medicina geral e familiar (MGF) é frequente; no entanto, as suas implicações não estão bem estudadas. A discussão deste caso clínico tem como objetivo refletir como a presença de acompanhantes na consulta pode interferir na relação médico-doente e no raciocínio clínico. Descrição do caso: Doente de 33 anos, estrangeiro, apresenta-se com um quadro de agravamento da enxaqueca e crises suspeitas de epilepsia, com cerca de dois anos de evolução. Foi estudado em internamento de neurologia, sem diagnóstico estabelecido. Na consulta de MGF, devido à barreira linguística, a companheira por vezes falava pelo doente e descrevia episódios compatíveis com crises epiléticas. No entanto, aprofundando as queixas do doente, foram diagnosticadas perturbação depressiva major e perturbação de pânico. O doente respondeu favoravelmente à abordagem e ao tratamento, permitindo-lhe retomar a sua atividade profissional. Comentário: A perspetiva generalista, biopsicossocial e centrada na pessoa permite ao médico de família identificar as queixas e o conjunto das queixas dos doentes, físicas e mentais, e interpretá-las no seu conjunto. No entanto, as implicações da presença de acompanhantes no raciocínio clínico deverão ser melhor estudadas.^len^aBackground: The presence of companions during general practice visits is frequent, although its impact is not completely established. The aim of this case report is to think over how the presence of companions may interfere in the doctor-patient relation and clinical reasoning. Results: A foreign 33-year-old patient, presented with worsening migraine and seizure-like episodes, for about two years. He was extensively studied in Neurology without a clear diagnosis. In the general practitioner (GP) visit, due to the language barrier, his girlfriend frequently spoke for him and described the seizure-like episodes. Clarifying the patient’s complaints, he was diagnosed with major depressive disorder and panic disorder. The patient responded completely to our approach and to the prescribed medication. He returned to work. Conclusion: The general practice, biopsychosocial and patient-centered perspective allow GPs to know all patients’ complaints and to interpret them accurately. However, the presence of companions and their impact on clinical reasoning and doctor-patient relation demand further researched.

: .

        · | |     · |     · ( pdf )

 

Creative Commons License All the contents of this journal, except where otherwise noted, is licensed under a Creative Commons Attribution License