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Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar

 ISSN 2182-5173

MARGATO, Elmano    SEBASTIAO, Rita. Nistagmo infantil: uma condição inócua ou algo mais? A propósito de um caso clínico. []. , 36, 4, pp.360-368. ISSN 2182-5173.  https://doi.org/10.32385/rpmgf.v36i4.12617.

^lpt^aIntrodução: O nistagmo infantil pode ou não estar associado a alterações visuais e/ou neurológicas e constitui uma entidade incomum e pouco observada na prática clínica em Medicina Geral e Familiar. Procurou-se, assim, perceber como deve o médico de família atuar perante esta condição. Descrição do caso: Descreve-se o caso de um lactente sem antecedentes pessoais ou familiares de relevo, tendo o médico de família, na consulta de vigilância de saúde infantil e juvenil dos quatro meses, identificado a presença de um nistagmo bilateral, conjugado, simétrico, horizontal e contínuo. Com a rápida orientação para a consulta de oftalmologia e neurologia pediátricas foi possível excluir a existência de patologia neurológica concomitante. A criança manteve seguimento no oftalmologista e no médico de família, com vigilância da sua evolução, de acordo com as recomendações atuais. Comentário: Este caso clínico demonstra a importância de uma avaliação global e sistematizada das crianças na consulta de saúde infantil e juvenil. Um exame objetivo completo não deve ser descurado, evitando suposições precipitadas. Reforça ainda a necessidade de uma avaliação oftalmológica adequada, particularmente nos primeiros meses de vida - quando a forma infantil do nistagmo habitualmente se manifesta -, bem como a importância de uma investigação adicional perante esta condição. Embora muitos destes casos ocorram de forma isolada, a maioria parece estar associada a defeitos visuais, tendo o médico de família um papel primordial na identificação, encaminhamento e acompanhamento destas crianças, devendo estar atento a eventuais perturbações no seu desenvolvimento e socialização, bem como a consequências na dinâmica e estabilidade familiar.^len^aIntroduction: Infantile nystagmus may or may not be associated with visual and/or neurological disorders and constitutes an uncommon and rarely observed entity in Family Medicine clinical practice. We sought to find out how the family physician should act before this condition. Case description: We describe the case of an infant with no relevant personal or family history in whom the family physician, during the preventive care visit at four months of age, identified the presence of a bilateral, conjugate, symmetrical, horizontal and continuous nystagmus. Based on a quick referral to pediatric Ophthalmology and Neurology, the existence of a concomitant neurological condition was excluded. The child was followed up by the ophthalmologist and family physician, monitoring his progress according to current recommendations. Comment: This case report demonstrates the importance of a systematic and comprehensive assessment of children at preventive care visits. A thorough physical examination should not be neglected, avoiding hasty assumptions. It also reinforces the need for adequate ophthalmic evaluation, particularly in the first months of life - when infantile nystagmus usually manifests -, as well as the importance of further investigation into this condition. Although many of these cases occur in an isolated manner, most seem to be associated with visual defects, with the family physician having a primary role in the identification, referral, and follow-up of these children, being aware of possible disturbances in their development and socialization, as well as consequences on the family dynamics and stability.

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