36 6 
Home Page  

  • SciELO

  • SciELO


Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar

 ISSN 2182-5173

SANTOS, Soraia; MOTA, Carla Lopes da; CASTRO, Isabel Chaves e    SAPETA, Paula. Luto em cuidadores: realidade de dois agrupamentos de centros de saúde do norte. []. , 36, 6, pp.480-491.   01--2020. ISSN 2182-5173.  https://doi.org/10.32385/rpmgf.v36i6.12792.

^a

Objetivo:

Caracterizar os cuidadores nos doze meses após a morte do doente (dados sociodemográficos, acompanhamento clínico, problemas de saúde e terapêutica farmacológica).

Métodos:

Realizou-se um estudo observacional, retrospetivo e analítico, ao nível dos cuidados de saúde primários. A população era constituída por cuidadores de doentes falecidos no ano de 2017, identificados pelo médico de família dos últimos. Após envio de convite à participação de todas as Unidades Funcionais foram obtidos os dados que permitiram caracterizar os cuidadores e o acompanhamento clínico no primeiro ano de luto, através dos médicos de família que aceitaram participar. Para a análise descritiva foram utilizadas frequências absolutas e relativas, mediana, mínimo e máximo.

Resultados:

Dos 308 cuidadores destaca-se a representatividade dos idosos (mediana de idade - 66,5 anos) e das mulheres (79,2%), bem como o acompanhamento exclusivo pelo médico de família em 93,2% das situações. A prescrição de novo e/ou alteração de dosagem de psicotrópicos ocorreu em 35,1% dos cuidadores, contrastando com a baixa taxa de acompanhamento em psicologia (3,5%) e/ou psiquiatria (4,2%) e ausência de avaliação de risco no luto e fornecimento de ferramentas de apoio.

Conclusão:

As características dos cuidadores foram concordantes com as descritas na literatura. A medicalização do luto pode refletir escassez de formação, tempo de consulta e de recursos de psicologia e psiquiatria. Comprova-se o papel essencial do médico de família no apoio ao luto; a implementação de medidas institucionais e organizacionais pode melhorar a prestação de cuidados no luto.

^lpt^a

Aim:

Characterize caregivers in the 12 months after the patient's death (sociodemographic data, clinical follow-up, health problems, and pharmacological therapy).

Methods:

We conducted an observational, retrospective, and analytical study at the primary health care level. The population consisted of caregivers, identified by the family doctor, of the deceased patients in 2017. After sending an invitation to the participation of all Functional Units, data were obtained that allowed characterizing the caregivers and clinical follow-up in the first year of bereavement through the family physicians who agreed to participate. For the descriptive analysis, we used absolute and relative frequencies, median, minimum, and maximum.

Results:

Of the 308 caregivers, we highlight the representativeness of the elderly (median age - 66.5 years) and women (79.2%), as well as the exclusive follow-up by the family doctor in 93.2% of the situations. New prescribing and/or dosage changes of psychotropic drugs occurred in 35.1% of caregivers, contrasting with the low follow-up rate in psychology (3.5%) and/or psychiatry (4.2%) and the lack of evaluation of risk in bereavement and provided support tools.

Conclusion:

The characteristics of the caregivers agreed with those described in the literature. The medicalization of mourning may reflect a lack of training, consultation time, and resources of psychology and psychiatry. The essential role of the family doctor in supporting bereavement is proved; the implementation of institutional and organizational measures can improve bereavement care.

^len

: .

        · | |     · |     · ( pdf )