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Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar

 ISSN 2182-5173

AIRES, Ana    OLIVEIRA, Cátia Almeida. Depois da tempestade... Relato de um período de pandemia que abalou a bonança. []. , 37, 2, pp.178-186.   30--2021. ISSN 2182-5173.  https://doi.org/10.32385/rpmgf.v37i2.12947.

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No final do ano de 2019 surgiram na China os primeiros casos de uma infeção respiratória provocada por um vírus que viria a designar-se SARS-CoV-2 pela homologia com o coronavírus da síndroma respiratória aguda grave (SARS-CoV). A patologia causada pelo mesmo seria nomeada de COVID-19 (“COronaVirus Disease identified in 2019”), sendo que cerca de 80% dos doentes infetados apenas apresentava sintomatologia ligeira. No entanto, pela sua infecciosidade, a doença rapidamente se disseminou por todos os continentes, apresentando uma mortalidade global de 5%.

Desta forma, dado o aumento exponencial do número de doentes com COVID-19 por todo o mundo, em março de 2020 foi decretado o nível de pandemia, altura em que Portugal registou os primeiros casos. Pela imprevisibilidade e infecciosidade da doença, as autoridades políticas e de saúde do País foram obrigadas a implementar diversas medidas, tendo-se decretado inclusivamente uma cerca sanitária em Ovar após constatar-se a presença de transmissão comunitária ativa.

O presente relato de prática pretende refletir sobre o exercício da atividade clínica em período de pandemia por COVID-19. Trata-se de um relato de duas internas de medicina geral e familiar de uma Unidade de Saúde Familiar da zona de Ovar, com o intuito de, de algum modo, plasmar aquilo que terá sido a sua atividade assistencial neste período, em que a maioria dos contactos com utentes ocorreram de forma indireta. Com esta publicação pretende-se pensar sobre as dificuldades sentidas e o esforço realizado pela equipa de profissionais de saúde, à semelhança de tantas outras unidades de saúde de Portugal, com o objetivo de promover a manutenção da saúde, prevenção e gestão da doença de uma comunidade, em que os problemas, relativos ou não ao COVID-19, tivessem todos lugar num momento onde a pandemia era aparentemente a prioridade.

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At the end of 2019, the first cases of a respiratory infection caused by a virus appeared in China, which would later be called SARS-CoV-2 by its homology to severe acute respiratory syndrome coronavirus (SARS-CoV). The disease was called COVID-19 (‘COronaVirus Disease identified in 2019’), with nearly 80% of infected patients only presenting with mild or no symptoms. However, due to its infectiousness, the disease quickly spread to all continents, with an overall mortality of up to 5%.

Thus, given the exponential increase in the number of patients with COVID-19 worldwide, in March 2020 the pandemic level was decreed, at the same time Portugal registered its first cases. Due to the unpredictability and infectiousness of the disease, the political and health authorities of our country were obliged to implement several measures, including a sanitary fence around Ovar after the presence of active community transmission.

This practice report aims to reflect on the clinical practice in a pandemic period by COVID-19. It is a first-person report of two-family medicine residents from a Primary Care Unit in the area of Ovar with the intention, in some way, of shaping what was their activity during this period, in which most of the contacts took place indirectly. With this publication, it is expected to think about the difficulties experienced and the effort made by health professionals, like so many other health units in Portugal, in order to promote the maintenance of health, prevention, and disease management in the community, in which the problems, related or not to COVID-19, had a prominent place at a time when the pandemic was apparently the priority.

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