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Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar

 ISSN 2182-5173

LOUREIRO, Rodrigo Miguel    AZEVEDO, Daniela Alves de. Adesão terapêutica em hipertensos: revisão do papel das novas plataformas através do telemóvel ou smartphone. []. , 37, 4, pp.330-341.   31--2021. ISSN 2182-5173.  https://doi.org/10.32385/rpmgf.v37i4.12951.

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Introdução:

A pandemia COVID-19 veio comprometer o acompanhamento periódico dos doentes hipertensos em diversos aspetos. Este cenário fez com que se privilegiassem estratégias de telessaúde, como as plataformas mHealth, que constituem vias alternativas de promoção da autogestão destes doentes. Porém, não existe informação significativa que comprove o seu nível de efetividade. O objetivo deste estudo foi realizar uma revisão sistemática baseada na evidência sobre o papel de plataformas através do telemóvel ou smartphone na adesão de indivíduos com hipertensão ao plano terapêutico proposto.

Métodos:

Os artigos desta revisão foram obtidos através da pesquisa bibliográfica em diferentes plataformas científicas, aplicando-se os termos MeSH mobile, phone, hypertension e adherence. Foram incluídos estudos segundo os critérios definidos pelo modelo PICOS: (P) indivíduos adultos com diagnóstico de hipertensão arterial, a realizar pelo menos um fármaco anti-hipertensor; (I) plano terapêutico reforçado com recurso ao telemóvel, telefone fixo ou smartphone; (C) standard care; (O) alterações na adesão terapêutica; (S) revisões sistemáticas e ensaios clínicos aleatorizados controlados. Foi utilizada a escala Strength of Recommendation Taxonomy, da American Academy of Family Physicians, para avaliação dos níveis de evidência e atribuição de forças de recomendação.

Resultados:

Dos 729 artigos iniciais foram apenas incluídos sete estudos para a realização desta revisão: uma revisão sistemática e seis ensaios clínicos aleatorizados controlados. Apesar dos estudos relatarem resultados algo heterogéneos e inconsistentes, na generalidade apresentam resultados estatisticamente significativos no sentido do aumento de adesão terapêutica. No entanto, o risco de viés foi relativamente alto.

Conclusões:

A evidência atual é de qualidade moderada, algo inconsistente e de difícil generalização, apesar de favorável à efetividade destas plataformas na adesão terapêutica em doentes hipertensos (força de recomendação B). Existe necessidade de maior uniformização e adaptabilidade nos métodos de avaliação da adesão à terapêutica para aumentar a comparabilidade entre estudos e analisar a evolução e tendências numa determinada população.

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Introduction:

COVID-19 pandemic compromised hypertensive patients monitoring in several aspects. This scenario emphasized telehealth strategies like phone consultation. mHealth is another emerging way to promote patient self-management through mobile devices. However, there is no significant information to prove its effectiveness. The purpose of this paper was to carry out an evidence-based systematic review on mobile phone or smartphone platforms’ role on therapeutic adherence of individuals with hypertension.

Methods:

The articles were obtained through bibliographic research on different scientific platforms using the MeSH terms ‘mobile’, ‘phone’, ‘hypertension’ and ‘adherence’. Studies were included according to the following PICOS model criteria: (P) adult individuals diagnosed with arterial hypertension, taking at least one antihypertensive drug; (I) reinforced therapeutic plan using a cell phone, landline or smartphone platform; (C) standard care; (O) changes in therapeutic adherence; (S) systematic reviews and randomized controlled clinical trials. The American Academy of Family Physicians Strength of Recommendation Taxonomy scale was used to assess levels of evidence and to assign the recommendation force.

Results:

Of the 729 initial articles, only seven studies were included in this review: one systematic review and six randomized controlled clinical trials. Although most studies reported somewhat heterogeneous and inconsistent results, they presented statistically significant results in terms of increasing therapeutic adherence. However, the risk of bias was relatively high.

Conclusions:

Current evidence is of moderate, inconsistent, and difficult to generalize quality, despite being favourable to the effectiveness of these platforms increasing therapeutic adherence in hypertensive patients (strength of recommendation B). Greater methodologic uniformity and adaptability are needed when assessing therapy adherence in order to increase comparability between studies and to analyse its evolution in a given population.

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