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Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar

 ISSN 2182-5173

SILVA, Adriana Maria Madeira e    VARELA, Vasco André Gonçalves. Recidiva tardia de carcinoma do endométrio: relato de caso. []. , 37, 4, pp.345-350.   31--2021. ISSN 2182-5173.  https://doi.org/10.32385/rpmgf.v37i4.12912.

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Introdução:

O carcinoma do endométrio é a neoplasia maligna ginecológica mais comum na mulher. A recorrência local ou à distância é um dos principais problemas que ocorre após o tratamento. Com este caso pretende-se alertar para a eventual recidiva tardia após tratamento do carcinoma do endométrio, evidenciando o papel do médico de família (MF) no seguimento dos doentes ao longo do tempo.

Descrição do caso:

Mulher, 74 anos, com história de neoplasia do endométrio submetida a cirurgia e radioterapia em 2010, recorreu à consulta do MF por ter apresentado um mês antes início súbito de disartria, alteração da coordenação motora e posterior instalação de hemiparesia direita. Foi admitido um acidente vascular cerebral isquémico em fase não aguda, tendo sido solicitados meios complementares de diagnóstico. Quando voltou à consulta para mostrar os exames, as hipóteses diagnósticas colocadas foram metástase cerebral vs glioblastoma, tendo sido encaminhada para o serviço de urgência dado o concomitante agravamento do estado neurológico. Foi avaliada pela neurocirurgia e submetida a intervenção cirúrgica, tendo ficado completamente assintomática e o resultado histológico revelou metástase de adenocarcinoma bem diferenciado de provável origem ginecológica.

Comentário:

O desenvolvimento de metástases no sistema nervoso central a partir de cancros ginecológicos primários é um evento raro, sendo mais frequente nos primeiros três anos após o tratamento. Contrariando os dados existentes na literatura atual, este caso demonstra o diagnóstico de doença metastática nove anos após o tratamento do carcinoma do endométrio, reforçando o papel fundamental do MF no acompanhamento dos utentes, uma vez que, conhecendo-os, está sensibilizado para identificar fatores de risco, bem como para detetar manifestações clínicas e sinais de alarme de várias patologias.

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Introduction:

Endometrial carcinoma is the most common gynecological malignancy in women. Local or distant recurrence is one of the main problems that occur after treatment. This case is intended to alert to the eventual late recurrence after endometrial carcinoma treatment, highlighting the role of the family doctor (FD) in monitoring patients over time.

Case description:

A 74-year-old woman with a history of endometrial cancer who underwent surgery and radiotherapy in 2010, consulted the FD because she had had a sudden onset of dysarthria, changes in motor coordination, and subsequent installation of right hemiparesis one month ago. A non-acute ischemic stroke was admitted, and complementary diagnosis exams were requested. When she returned to the appointment to show the exams, the diagnostic hypotheses raised were cerebral metastasis vs glioblastoma, having been referred to the emergency department due to the concomitant worsening of the neurological state. She was evaluated by neurosurgery and underwent surgical intervention, being completely asymptomatic and the histological result revealed metastasis of a well-differentiated adenocarcinoma of probable gynecological origin.

Commentary:

The development of metastases in the central nervous system from primary gynecological cancers is a rare event, being more frequent in the first three years after treatment. Contrary to the data in the current literature, this case demonstrates the diagnosis of metastatic disease nine years after the treatment of endometrial carcinoma, reinforcing the central role of FD in the monitoring of patients, since, knowing them, he is alert to identify risk factors, as well as to detect clinical manifestations and warning signs of various diseases.

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