38 1 
Home Page  

  • SciELO

  • SciELO


Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar

 ISSN 2182-5173

CORREIA, Maria José    LOPES, Ana Magro. Migração de dispositivo intrauterino: relato de caso. []. , 38, 1, pp.104-107.   28--2022. ISSN 2182-5173.  https://doi.org/10.32385/rpmgf.v38i1.13079.

^a

Introdução:

Os dispositivos intrauterinos (DIU) são um método contracetivo de longa duração, amplamente colocados por médicos de família e ginecologistas. Apesar de serem seguros e fiáveis existem possíveis complicações, como perfurações e abcessos associados à sua colocação. Na literatura estão descritos mais de mil casos de migração de DIU desde o útero até outras localizações, como o cólon sigmoide ou a cavidade peritoneal.

Descrição do caso:

Descreve-se o caso de uma mulher de 54 anos, natural da Guiné-Bissau, com dor pélvica e dispareunia recorrente desde há dez anos, tendo sido seguida em consulta hospitalar de ginecologia durante quatro anos. Nos últimos anos apresentava queixas irritativas urinárias, como disúria, polaquiúria e urgência miccional, com presença de hematúria, piúria e uroculturas positivas. Apesar do tratamento antibiótico dirigido, com vários ciclos de antibióticos, constatava-se recorrência das queixas, pelo que realizou ecografia ginecológica e vesical, onde se detetou uma formação hiperecogénica linear na bexiga, compatível com DIU. A utente foi encaminhada para o serviço de urgência de urologia, onde foi confirmado o diagnóstico e se procedeu à remoção.

Comentário:

Na literatura, praticamente todos os casos de DIU extrauterinos são descritos como consequência da migração dos mesmos. As utentes utilizadoras de DIU devem efetuar um controlo clínico regular e, ante a suspeita de DIU “desaparecido” numa mulher com dor pélvica, disúria ou infeções urinárias recorrentes, deve proceder-se sempre à realização de exames complementares de diagnóstico para descartar a hipótese rara, mas possível, da sua migração.

^lpt^a

Introduction:

Intrauterine contraceptive devices are a common method of long reversible contraception in women, widely inserted by general practitioners and gynecologists. Although being safe and reliable, these devices can lead to complications, such as perforation or abscess after insertion. There are over 1,000 cases described in the medical literature of intrauterine devices’ migration from the uterus to other locations, such as sigmoid colon or peritoneal cavity.

Case description:

We present the case of a 54 years old woman, from Guinea-Bissau, who presented with recurrent pelvic pain and dyspareunia, for 10 years. She was followed for four years in Gynecology. In the previous years, the patient had repeated and persistent dysuria and urinary urgency, along with positive urocultures and the presence of blood and leukocytes in urine. Despite the appropriate antibiotic treatment, the symptoms recurred. On further examination, gynecological and bladder ultrasounds were performed and a hyperdense structure compatible with an intrauterine contraceptive device was found inside the bladder. After referral to the Emergency Department of Urology, the diagnosis was confirmed and the intrauterine contraceptive device was then removed.

Comment:

In medical literature, almost all extra-uterine intrauterine devices (IUD) are due to migration. Patients with intrauterine devices ought to have regular follow-ups. If there is a suspicion of a “lost” intrauterine device, especially in a woman with chronic pelvic pain, dysuria, or recurrent urinary tract infections, a further radiologic examination is in order to rule out the rare, but possible, hypothesis of migration.

^len

: .

        · | |     · |     · ( pdf )