38 2 
Home Page  

  • SciELO

  • SciELO


Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar

 ISSN 2182-5173

MORGADO, Maria Beatriz. Abcesso das glândulas de Skene: relato de caso. []. , 38, 2, pp.203-207.   30--2022. ISSN 2182-5173.  https://doi.org/10.32385/rpmgf.v38i2.13191.

^a

Introdução:

Os abcessos das glândulas de Skene são raros e subdiagnosticados. O seu diagnóstico baseia-se na anamnese e no exame objetivo.

Descrição do caso:

O presente caso clínico relata o seguimento de uma mulher de 26 anos que recorreu ao centro de saúde por surgimento de uma massa perineal de novo, sensação de esforço para iniciar a micção e repleção vesical. À observação apresentava uma massa procidente periuretral com 2cm de diâmetro, localizada na parede vaginal anterior, com envolvimento do meato urinário, aflorando aos grandes lábios. Foi colocada a hipótese de prolapso uro-vaginal e pedido estudo ecográfico. Aproximadamente um mês mais tarde, a utente regressa à consulta por dor perineal intensa desencadeada pela introdução da sonda ecográfica endovaginal. Ao exame físico apresentava a mesma massa periuretral - agora com sinais inflamatórios locais francos e saída de exsudado purulento abundante pela uretra. O exame ecográfico efetuado não descrevia quaisquer alterações relevantes. Assumiu-se, como hipótese mais provável, a formação de um abcesso das glândulas de Skene. A utente foi então medicada com azitromicina e cefuroxima, com resolução do quadro.

Comentário:

Os abcessos das glândulas de Skene apresentam-se como massas periuretrais, associadas a exsudado purulento, dor uretral e/ou alterações urinárias. A evolução temporal do quadro clínico pode ser crucial para o estabelecimento do diagnóstico. Uma vez estabelecido o diagnóstico preconiza-se a antibioticoterapia empírica, tendo em conta os agentes mais frequentemente implicados (Escherichia coli, Neisseria gonorrhoeae e agentes da flora vaginal). Deste modo, perante uma massa periuretral dolorosa em utentes do sexo feminino, a lista de diagnósticos diferenciais deverá incluir a hipótese de abcesso das glândulas de Skene, de forma a não perder a oportunidade de tratamento precoce.

^lpt^a

Introduction:

Skene’s gland abscesses are uncommon and underdiagnosed. The diagnosis is based on the clinical history and physical examination.

Case description:

This clinical case reports the follow-up of a 26-year-old woman who came to the primary care unit due to the appearance of a perineal mass, difficulty in initiating urination, and bladder repletion. During observation, a 2cm diameter mass, located in the anterior vaginal wall, involving the urinary meatus, afferent to the labia majora was observed. The hypothesis of uro-vaginal prolapse was considered and an ultrasound study was requested. Approximately one month later, the patient returned with intense perineal pain triggered by the introduction of the endovaginal ultrasound probe. On physical examination, she presented the same periurethral mass - now with clear local inflammatory signs and abundant purulent exudate exteriorised through the urethra. The ultrasound examination does not describe any relevant alterations. The most probable hypothesis was the formation of a Skene’s gland abscess. The patient was medicated then with azithromycin and cefuroxime, with the resolution of the condition.

Discussion:

Skene’s gland abscesses present as periurethral masses, associated with purulent urethral exudate, urethral pain, and/or urinary alterations. The symptoms’ evolution may be crucial to establish the diagnosis. Once the diagnosis is established, empirical antibiotic therapy is recommended, considering the most frequently implicated agents (Escherichia coli, Neisseria gonorrhoeae, and agents of the vaginal flora). Therefore, in the presence of a painful periurethral mass in female patients, the list of differential diagnoses should include the hypothesis of Skene’s gland abscess, so as not to lose the opportunity for early treatment.

^len

: .

        · | |     · |     · ( pdf )