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Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar

 ISSN 2182-5173

ARAUJO, Ana Catarina et al. BurnoutCSP: impacto da pandemia COVID-19 nos cuidados de saúde primários. []. , 38, 6, pp.568-581.   31--2022. ISSN 2182-5173.  https://doi.org/10.32385/rpmgf.v38i6.13429.

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Introdução:

Em março de 2020, a Organização Mundial da Saúde declarou o estado de pandemia COVID-19. Foram aplicadas várias medidas, como a reestruturação dos cuidados de saúde primários, que conduziu à acumulação de novas funções pelos profissionais, proporcionando maior stress laboral e maior desgaste com consequente predisposição a síndroma de Burnout.

Objetivos:

Caracterizar as dificuldades dos profissionais; avaliar a prevalência da síndroma de Burnout; correlacionar a síndroma com variáveis sociodemográficas e profissionais.

Métodos:

Estudo transversal, observacional e descritivo com componente analítica, aos profissionais dos cuidados de saúde primários de Portugal, que decorreu entre abril e junho de 2021. Foram avaliadas variáveis demográficas e profissionais, assim como a síndroma de Burnout através do Maslach Burnout Inventory - Human Services Survey.

Resultados:

Foram aceites 1.434 respostas. A maioria dos inquiridos trabalhou durante fins-de-semana ou feriados e horas extraordinárias, assim como foram destacados para outros pólos associados à gestão da pandemia. Um terço não foi renumerado por horas extraordinárias ou incómodas e metade dos profissionais foram vítimas de agressão verbal ou física. A maioria discordou que tivesse suficientes recursos humanos e metade discordou que tivesse suficientes materiais. A prevalência da síndroma de Burnout foi de 20,4%. A síndroma e as suas dimensões associaram-se a idade de serviço, sexo, região, número de inscritos nas unidades funcionais, agressão física ou verbal, trabalho durante os fins-de-semana ou feriados, horas extraordinárias e respetivo não pagamento, assim como destacamento para outros pólos.

Conclusões:

No presente estudo encontrou-se uma maior prevalência da síndroma de Burnout comparativamente a estudos prévios, possivelmente devido à pandemia COVID-19, corroborada pelas associações encontradas.

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Introduction:

In March 2020, the World Health Organization declared the COVID-19 pandemic status. Several measures were applied, such as the restructuring of primary health care, which led to the accumulation of new functions by professionals, originating in more work-related stress and fatigue, with a consequent predisposition to Burnout syndrome.

Objectives:

Characterize the difficulties of professionals; evaluate the prevalence of Burnout syndrome; correlate the syndrome with sociodemographic and professional variables.

Methods:

A cross-sectional, observational, and descriptive study with an analytical component of primary health care professionals in Portugal, which took place between April and June 2021. Demographic and professional variables were evaluated, as well as the Burnout syndrome through the Maslach Burnout Inventory - Human Services Survey.

Results:

1,434 responses were accepted. Most worked during weekends or holidays and overtime and were allocated to other poles associated with managing the pandemic. A third was not paid for overtime or inconvenient hours and half of the professionals were victims of verbal or physical aggression. Most disagreed that they had enough human resources and half disagreed that they had enough materials. The prevalence of Burnout syndrome was 20.4%. The syndrome and its dimensions were associated with the age of service, sex, region, the number of people enrolled in functional units, physical or verbal aggression, work during weekends or holidays, overtime, and respective non-payment, as well as being allocated to other poles.

Conclusions:

In the present study, there was a higher prevalence of the syndrome compared to previous studies, possibly due to the COVID-19 pandemic, corroborated by the associations found.

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