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Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar

 ISSN 2182-5173

AMADO, Cátia    S.D, Ana Alves. Sequestro pulmonar: um diagnóstico improvável. []. , 38, 6, pp.623-627.   31--2022. ISSN 2182-5173.  https://doi.org/10.32385/rpmgf.v38i6.13409.

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Introdução:

O sequestro pulmonar é uma anomalia congénita rara. Pode ser definido como uma massa de tecido pulmonar composto por tecido embrionário cístico e alvéolos não arejados e desorganizados, sendo classificado como sequestro intralobar (SIL) ou sequestro extralobar (SEL). O SIL tem maior incidência, com igual distribuição relativamente ao sexo. Costuma apresentar manifestações clínicas mais tardias, geralmente por infeções respiratórias recorrentes, hemoptises e dispneia. O SEL tem menor prevalência, afeta maioritariamente o sexo masculino, sendo o seu diagnóstico mais precoce. O tratamento de eleição é a resseção cirúrgica do tecido pulmonar sequestrado, com bom prognóstico.

Descrição do Caso:

Mulher de 39 anos, raça caucasiana, que trabalhava em artes plásticas. Com antecedentes pessoais de rosácea e tuberculose pulmonar, sem medicação habitual ou alergias. Referia hábitos tabágicos e alcoólicos socialmente. Iniciou quadro de tosse seca e febre vespertina, com cerca de quinze dias de evolução, o que a fez recorrer à médica de família (MF), em 30/11/2020, D15, tendo sido pedida uma radiografia do tórax de incidência póstero-anterior e análises. Dirigiu-se ao serviço de urgência (SU), D43, por manutenção dos sintomas, onde foi medicada com azitromicina 500 mg id, 3 dias, desloratadina 5 mg id, 20 dias, e prednisolona 5 mg, bid, 4 dias. Por ausência de melhoria, e após ter recorrido novamente ao SU, recorreu à sua MF onde continuou o estudo e foi referenciada para consulta de pneumologia, tendo sido diagnosticado sequestro pulmonar. Foi encaminhada para cirurgia torácica, tendo efetuado lobectomia. Atualmente, em seguimento pós-cirúrgico, com remissão da sintomatologia e bom prognóstico.

Comentário:

A investigação etiológica da sintomatologia desta doente colmatou com um diagnóstico improvável de sequestro pulmonar. Este caso realça a relevância do papel dos métodos de imagem neste tipo de patologias e a importância de uma boa articulação entre os cuidados de saúde primários e secundários, através de uma célere referenciação.

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Introduction:

Pulmonary sequestration is a rare congenital abnormality. It can be defined as an embrionary mass of lung tissue composed of the airway and alveolar elements, and it can be classified as pulmonary intrabolar sequestration (ILS) or extralobar sequestration (ELS). ILS is the most common, and males and females are equally affected. ILS is presented later in human life with infections, hemoptysis, and dyspnea. ELS is less prevalent, it presents a male predominance, and normally it is diagnosed early. The main treatment is sequestered lung resection, with a good prognosis.

Case description:

Woman, 39-year-old, Caucasian who worked as a plastic artist. She had a personal background of rosacea and pulmonary tuberculosis, without medication or allergies. She was a social smoker and drinker. She went to the family’s doctor on 30th November 2020, D15, due to a dry cough and vespertine fever. She was ordered to do posteroanterior thorax radiography and blood tests. She went to the emergency room (ER), D43, due to the prevalence of the symptoms, where she was prescribed azithromycin 500 mgs id, 3 days, desloratadine 5 mgs id, 20 days, and prednisolone 5 mgs, bid, 4 days. The patient returned to the family’s doctor, after going again to ER, due to the lack of improvement. The patient was referred to pneumology by the family’s doctor and was diagnosed with pulmonary sequestration. She was sent for thoracic surgery and was submitted for lobectomy. Now, the patient maintains follow-up after surgery, without symptoms, and with a good prognosis.

Commentary:

The etiologic investigation led to an unlikely diagnosis of pulmonary sequestration. This case highlights the relevance of complementary diagnostic methods in this kind of pathology and shows the importance of a good articulation between primary and secondary health care, leading to an advantageous diagnosis and treatment.

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