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Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar

 ISSN 2182-5173

CRUZ, Catarina Afonso; RODRIGUES, Anabela Carvalho    SALES, Rita. Varicela na grávida: imunidade, contacto e infeção - a propósito de um caso clínico. []. , 39, 4, pp.345-350.   30--2023. ISSN 2182-5173.  https://doi.org/10.32385/rpmgf.v39i4.13560.

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Introdução:

A varicela na gravidez é uma patologia pouco frequente em Portugal devido à alta taxa de imunidade da população em idade fértil. Associa-se a risco mais elevado de complicações maternas assim como a morbimortalidade fetal significativa, particularmente quando a infeção ocorre até às 20 semanas de gestação ou no período periparto.

Descrição do caso:

Mulher de 31 anos, natural da Rússia, grávida, 2G1P, vigiada na Unidade de Saúde Familiar e consulta de obstetrícia. Recorreu à consulta aberta da sua Unidade de Saúde Familiar às 27 semanas de gestação por contacto significativo com caso de varicela. Encontrava-se assintomática e não apresentava alterações ao exame objetivo. Desconhecia história prévia de varicela ou zona e não tinha registo de vacinação contra o vírus varicela zoster. Foi orientada para o serviço de urgên-cia de obstetrícia, onde colheu serologias. Foi confirmada ausência de imunidade para o vírus varicela zoster, pelo que realizou profilaxia com imunoglobulina. Desenvolveu varicela às 29 semanas e dois dias de gestação, não tendo sido registadas complicações maternas associadas à varicela ou detetados sinais ecográficos de síndroma de varicela fetal. A gravidez decorreu sem outras intercorrências e terminou às 41 semanas e dois dias de gestação. O recém-nascido não apresentava alterações sugestivas de síndroma de varicela fetal.

Comentários:

O caso clínico descrito pretende enfatizar a necessidade do conhecimento do médico de família da abordagem das grávidas com contacto com varicela ou que desenvolvam a doença. Para além disso, tem como objetivo alertar para a importância da avaliação do estado de imunidade em idade fértil para a identificação de mulheres potencialmente não imunes e a sua atempada orientação.

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Introduction:

Varicella zoster virus primary infection during pregnancy is rare in Portugal as a result of the very high immunity rates of women of reproductive age. It is associated with higher risks of maternal complications, as well as significant fetal morbimortality, particularly if the mother acquires the infection during the first 20 weeks of gestation weeks or in the peripartum.

Case description:

We report a case of a 31-year-old pregnant Russian patient, G2P1, with pregnancy managed by her family doctor and an obstetrician. At 27 weeks of gestation, she had a walk-in appointment with her family doctor reporting significant contact with varicella. At the time, she did not have symptoms or significant changes at the physical examination. The patient had no previous history of chickenpox or shingles, and no record of varicella zoster virus immunization. She was referred to the obstetrics emergency department, where she was tested for varicella zoster virus serology. It was confirmed that the patient was not immune to the varicella-zoster virus and was offered immunoglobulin administration. She developed varicella at 29 weeks and two days of gestation, without associated maternal complications or ultrasound findings suggesting the development of fetal varicella syndrome. She delivered a healthy infant at 41 weeks and two days of gestation.

Comments:

This case report aims to emphasize the importance of primary care physicians’ knowledge on the guidance of pregnant women who report significant varicella contact and/or develop varicella. In addition, this report highlights the importance of varicella immunity assessment at preconception counselling and care appointments to identify and manage non-immune women.

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