103 
Home Page  

  • SciELO

  • SciELO


Revista Crítica de Ciências Sociais

 ISSN 2182-7435

STANDING, Guy. O precariado e a luta de classes. []. , 103, pp.09-24. ISSN 2182-7435.  https://doi.org/10.4000/rccs.5521.

^lpt^aA economia mundial encontra-se em plena Transformação Global, produzindo uma nova estrutura de classes a nível global. Está a surgir uma nova classe - o precariado -, que se caracteriza por incerteza e insegurança crónicas. Embora o precariado esteja ainda em constituição, com divisões no seu seio, os seus elementos encontram-se unidos na rejeição das velhas tradições políticas dominantes. Para se tornar uma classe transformadora, no entanto, o precariado necessita de ultrapassar o estádio de rebelião primária manifestado em 2011 e de se constituir como uma classe-para-si, capaz de se assumir como força de mudança. Isto implica uma luta pela redistribuição dos bens fundamentais para uma vida boa numa sociedade boa no século xxi - não os “meios de produção”, mas a segurança socioeconómica, o controlo sobre o tempo, espaços de qualidade, conhecimento (ou instrução), saber financeiro e capital financeiro.^len^aThe world economy is in the midst of a Global Transformation that is producing a new global class structure. A new class is emerging - the precariat - characterised by chronic uncertainty and insecurity. Although the precariat is still a class-in-the-making, divided within itself, its elements are united in rejecting old mainstream political traditions. To become a transformative class, however, the precariat needs to move beyond the primitive rebel stage manifested in 2011 and become enough of a class-for-itself to be a power for change. This will involve a struggle for redistribution of the key assets needed for a good life in a good society in the twenty-first century - not the “means of production”, but socio-economic security, control of time, quality space, knowledge (or education), financial knowledge and financial capital.^lfr^aL’économie mondiale se trouvant en pleine Transformation Globale, elle produit une nouvelle structure de classes au niveau global. On voit ainsi apparaître une nouvelle class - le précariat -, dont les caractéristiques sont une incertitude et une insécurité chroniques. Bien que le précariat soit encore en phase de constitution, des divisions existant en son sein, ses éléments se trouvent réunis dans le rejet des vieilles traditions politiques dominantes. Néanmoins, pour devenir une classe transformatrice, le précariat doit aller au delà du statut “rebelle et primitif” manifesté en 2011 et se constituer comme une classe-de per si, à même de s’assumer comme force de changement. Cela implique un combat visant la redistribution de l’accès aux biens ou actifs fondamentaux menant au bien-être dans une société juste au XXIe siècle - non pas les “moyens de production”, mais la sécurité socioéconomique, le contrôle sur le temps, les espaces de qualité, la connaissance (ou instruction), le savoir financier et le capital financier.

: .

        · | | |     · |     · ( pdf )

 

Creative Commons License All the contents of this journal, except where otherwise noted, is licensed under a Creative Commons Attribution License