104 
Home Page  

  • SciELO

  • SciELO


Revista Crítica de Ciências Sociais

 ISSN 2182-7435

MATSUNO, Akihisa. Construção da democracia, diálogo político e capital social na transição de Timor-Leste para a independência. []. , 104, pp.83-100. ISSN 2182-7435.  https://doi.org/10.4000/rccs.5709.

^lpt^aO artigo defende que a crise de 2006 em Timor-Leste adveio parcialmente de um processo deficiente de construção da democracia durante a administração de transição da Organização das Nações Unidas (ONU). Embora o mandato de construção da democracia fosse ambíguo, as Nações Unidas iniciaram o estabelecimento de instituições liberais com base no pressuposto, largamente consensual, de que a democracia tinha que ser firmemente estabelecida no Timor-Leste pós-conflito. Contudo, ao concentrar os seus recursos na criação de instituições estatais na capital, a administração de transição exacerbou as disparidades entre a capital e os distritos, criando um Estado forte isolado e deixando as pessoas menos capacitadas a nível das comunidades. A apressada agenda de transição também privou as elites políticas da oportunidade de um diálogo político para lidar com os aspetos mais importantes da agenda de reconciliação e não conseguiu criar as infraestruturas de apoio ao ativismo cívico para, a longo prazo, aumentar o capital social.^len^aThe paper argues that the 2006 crisis in Timor-Leste partly derives from a weak democracy-building process during the UN Transitional Administration. Although the mandate of democracy-building was ambiguous, the UN embarked on building liberal institutions based on a general consensus that democracy must be firmly established in post-conflict Timor-Leste. However, by concentrating its resources on the building of State institutions in the capital, the Transitional Administration exacerbated the capital-district divide, created an isolated strong state, and left people less empowered at the community level. The hasty transitional schedule also deprived political elites of the opportunity for political dialogue to deal with their most important internal agenda of reconciliation, and failed to create the long-term infrastructure needed to support civic activism and increase social capital.^lfr^aCet article allègue que la crise du Timor-Leste de 2006 découle partiellement d’un processus défaillant de construction de la démocratie durant l’administration de transition de l’ONU. Bien que le mandat de transition ait été ambigu, les Nations Unies se sont engagées dans la mise en place d’institutions libérales reposant sur le présupposé largement consensuel selon lequel la démocratie devait être fermement établie dans ce Timor-Leste d’après-guerre. Néanmoins, en concentrant ses ressources sur la création d’institutions étatiques dans la capitale, l’administration de transition a exacerbé les disparités entre la capitale et les districts, elle a créé un état fort et isolé et a ainsi permis que les personnes les moins compétentes en viennent à régir les destinées des communautés. Le par trop hâtif agenda de transition a aussi privé les élites politiques d’une chance de dialogue politique pour affronter les points les plus importants de l’agenda de réconciliation et n’est pas parvenu à créer les infrastructures de soutien à l’activisme civique nécessaire, à long terme, pour accroître le capital social.

: .

        · | | |     · |     · ( pdf )

 

Creative Commons License All the contents of this journal, except where otherwise noted, is licensed under a Creative Commons Attribution License