2018 
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Revista Crítica de Ciências Sociais

 ISSN 2182-7435

ROQUE, Sílvia. Violência sexual e segurança internacional: despolitização, descontextualização e colonização de uma agenda. []. , spe2018, pp.165-188. ISSN 2182-7435.  https://doi.org/10.4000/rccs.7811.

^lpt^aEste artigo analisa as Resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre violência sexual em contextos de conflito armado como um momento de securitização a partir do qual a violência sexual passa a ser vista como algo passível de punição, combate e prevenção na esfera internacional. Defende-se que, ao circunscreverem a violência sexual ao paradigma da segurança, as Resoluções acabam, no entanto, por colocar em causa o entendimento da mesma como uma questão sociopolítica mais vasta, ancorada em representações e ideologias de género e relacionada com dinâmicas de poder e de violência à escala global, comprometendo o seu potencial emancipatório.^len^aThis article analyses the United Nations Security Council Resolutions on sexual violence in contexts of armed conflict. It understands these resolutions as a securitization process through which sexual violence becomes punishable, preventable and something to be fought against in the international realm. The article argues that by circumscribing sexual violence to the security paradigm, these Resolutions end up nevertheless undermining the understanding of sexual violence as a broader socio-political issue, anchored in gender representations and ideologies and related to dynamics of power and violence on a global scale, compromising its emancipatory potential.^lfr^aCet article se penche sur les Résolutions du Conseil de Sécurité des Nations Unies portant sur la violence sexuelle dans des contextes de conflit armé comme un moment de sécurisation à partir duquel la violence sexuelle est perçue comme un acte passible de punition, de combat et de prévention dans la sphère internationale. Nous soutenons que, en limitant la violence sexuelle au paradigme de la sécurité, les Résolutions finissent toutefois par mettre en cause l’entendement de celle-ci comme une question sociopolitique plus vaste, ancrée dans des représentations et des idéologies de genre et en rapport direct avec la dynamique de pouvoir et de violence à l’échelle globale, mettant ainsi en cause son potentiel émancipateur.

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