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Revista Crítica de Ciências Sociais

 ISSN 2182-7435

TELES, Nuno. Pandemia, crise económica e o novo papel do Estado. []. , 128, pp.15-38.   30--2022. ISSN 2182-7435.  https://doi.org/10.4000/rccs.13429.

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O presente artigo oferece uma análise de economia política da pandemia e das suas consequências socioeconómicas. Recusando a ideia de exogeneidade da crise, propõe-se encontrar as causas da pandemia na presente organização da economia internacional, liberalizada, financeirizada e dominada por empresas multinacionais monopolistas. É também partindo desta caracterização que se escrutinam alguns mecanismos causais por detrás da crise económica global e dos inéditos recursos mobilizados pelos Estados no combate a esta crise, ainda que assimetricamente distribuídos entre o centro e a periferia capitalistas. Através da análise das possíveis consequências desta crise, em particular no que diz respeito à reconfiguração estatal, recusa-se a ideia de fim do neoliberalismo e procuram-se pistas para a sua eventual superação.

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This article offers a political economy analysis of the pandemic and its socioeconomic implications. It aims to identify the causes of the pandemic in the current structure of the international economy, defined by its liberalized and financialized outlook and growing monopolist multinational corporations. It is from this standpoint that some of the mechanisms behind the present crisis are pinpointed. The scale and scope of the States intervention to fight the economic crisis is scrutinized, whilst pointing to the unequal capabilities between center and peripheral countries. Through a tentative inquiry of the crisis’ consequences, it is argued that neoliberalism has not ended, albeit new signs may aid in its eventual routing.

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Cet article propose une analyse d’économie politique de la pandémie et de ses conséquences socio-économiques. Rejetant l’idée d’exogénéité de la crise, on propose de trouver les causes de la pandémie dans l’organisation actuelle de l’économie internationale, libéralisée, financiarisée et dominée par des multinationales monopolistiques. C’est aussi sur la base de cette caractérisation que sont passés au crible certains mécanismes causals de la crise économique mondiale et les ressources sans précédent mobilisées par les États pour combattre cette crise, bien qu’asymétriquement réparties entre le centre et la périphérie capitalistes. À travers l’analyse des conséquences possibles de cette crise, notamment en matière de reconfiguration de l’État, l’idée de la fin du néolibéralisme est rejetée et des indices sont recherchés pour son éventuel dépassement.

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