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Comunicação e Sociedade

 ISSN 1645-2089 ISSN 2183-3575

FREITAS, Gustavo    PEIXINHO, Ana Teresa. A Guerra Colonial nas Narrativas Mediáticas: Como os Jornais de Portugal e Angola Recontaram uma Efeméride 60 Anos Depois. []. , 41, pp.75-89.   22--2022. ISSN 1645-2089.  https://doi.org/10.17231/comsoc.41(2022).3666.

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A 15 de março de 2021 completaram-se 60 anos da insurgência angolana que deu início à Guerra Colonial. A data reavivou a memória de um marco interseccional entre as histórias de Portugal e Angola e, por ter ganhado espaço nos média informativos mainstream, fez-se oportuna para que se analisassem as narrativas mediáticas que recontaram o conflito. O episódio, que se deu em 1961, foi motivado por uma série de fatores, dos quais se destaca a insatisfação dos povos nativos com o regime de exploração. Nesta investigação, inscrita no campo da narratologia pós-colonial, pretendeu-se compreender de que forma os jornais portugueses e angolanos reportaram esta efeméride. Para tal, recorreu-se a uma metodologia de natureza qualitativa - a análise crítica do discurso - e analisaram-se, de modo exploratório, textos jornalísticos sobre a efeméride em questão publicados nos diários Público e Jornal de Angola. O objetivo era compreender as diferenças ideológicas entre a abordagem de cada uma das produções mediáticas, assinalando encontros e desencontros, e identificar as estratégias discursivas que moldaram tais narrativas mediáticas contemporâneas acerca de conflitos coloniais. Entre as conclusões está a perceção de que o jornal angolano costurou a sua narrativa a partir de uma perspetiva interna do colonialismo, com uma abordagem dos acontecimentos a partir dos relatos de quem os viveu. Por seu turno, o órgão português pautou-se pelas relações já pós-coloniais que se desenhavam à medida em que avançava a globalização.

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March 15, 2021, marked the 60th anniversary of the Angolan insurgency that started the Colonial War. The date rekindled the memory of an intersectional milestone between the histories of Portugal and Angola, and, for having gained space in the mainstream news media, it was opportune to analyse the media narratives that recounted the conflict. The episode, in 1961, was motivated by a series of factors, with the native peoples’ dissatisfaction with the exploitation regime standing out. For this research, inscribed in the field of postcolonial narratology, it is important to understand how Portuguese and Angolan newspapers reported this event. To this end, a qualitative methodology - critical discourse analysis - was used, and journalistic texts about the event in question published in the newspapers Público and Jornal de Angola were analysed in an exploratory way. This paper aims to understand the ideological differences between the approach of each of the media productions, pointing out matches and mismatches, and identify the discursive strategies that shaped such contemporary media narratives about colonial conflicts. One of the conclusions is the perception that the Angolan newspaper sewed its narrative from an internal perspective of colonialism, addressing the events from the accounts of people who experienced them. Meanwhile, the Portuguese newspaper was guided by the already postcolonial relations emerging with the increasing globalisation.

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