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Revista Portuguesa de Imunoalergologia

 ISSN 0871-9721

FARIA, Emília et al. Anafilaxia induzida por fármacos: Registo Nacional 2007-2010. []. , 20, 2, pp.93-107. ISSN 0871-9721.

^lpt^aIntrodução: A anafilaxia a fármacos constitui uma situação potencialmente fatal e imprevisível, desconhecendo-se a real prevalência em diferentes grupos populacionais e os factores de risco relacionados.Objectivo: Contribuir para o melhor conhecimento epidemiológico da anafilaxia induzida por fármacos no nosso país. Métodos: Durante um período de 4 anos (Janeiro de 2007 a Dezembro de 2010) foi implementado um sistema de notificação nacional de anafilaxia, focalizado na notificação voluntária por clínicos com diferenciação em patologia imunoalérgica. Foram recebidas e analisadas notificações de anafilaxia a fármacos de 313 doentes. No estudo estatístico foram aplicados testes de distribuição e análise de regressão logística múltipla para obter significância e coeficientes de regressão e efeitos marginais. Resultados: A média de idade foi de 43,8 ±17,4 anos, sendo 8% de idade inferior a 18 anos. A relação género feminino/masculino foi de 2/1. A média de idade do primeiro episódio foi de 39 ±18,2 anos. Nove doentes apresentaram mais que uma causa de anafilaxia, correspondendo a um total de 322 notificações de grupos de fármacos envolvidos. As principais causas da anafilaxia a fármacos foram os anti-inflamatórios não esteróides (AINEs), os antibióticos e os agentes anestésicos, com respectivamente 48%, 36% e 6% dos casos. Outros fármacos implicados foram citostáticos, corticosteróides, inibidores da bomba de protões e meios de contraste iodados, entre outros. Houve predomínio de manifestações mucocutâneas (92%), seguido de respiratórias (81%) e de cardiovasculares (49%). Os doentes com anafilaxia a AINEs apresentaram aumento significativo da associação de manifestações mucocutâneas e respiratórias. Não foram observadas diferenças significativas em idade, género ou antecedentes de atopia entre os diferentes grupos de fármacos envolvidos. As reacções ocorreram em ambiente hospitalar em 45% dos casos. Em 53% nos 15 minutos após a administração do fármaco e 35% motivaram internamento. A recorrência da anafilaxia foi observada em 26% e o risco foi significativamente mais elevado nos casos de anafilaxia a AINEs. Apenas 48% dos doentes receberam tratamento com adrenalina e somente em 9% dos casos foi prescrito dispositivo para auto-administração de adrenalina. Conclusões: Neste estudo os AINEs foram os fármacos mais frequentes e os mais associados a recorrência de anafilaxia. Destaca -se o sub-tratamento com adrenalina e a necessidade de serem tomadas medidas no sentido do tratamento eficaz e da prevenção da recorrência de anafilaxia a fármacos.^len^aBackground: Anaphylaxis to drugs is an unpredictable and potentially fatal adverse drug reaction. The true prevalence in different population groups and the related risk factors are mostly unknown. Objective: To contribute to better understanding the epidemiology of drug-induced anaphylaxis in our country.Methods: During a 4 years period (January 2007 to December 2010) a national notification system for anaphylaxis was implemented, focused on voluntary reporting by physicians with allergy differentiation. In this period the data from 313 patients with drug anaphylaxis have been received and analysed. The statistical analysis included distribution tests and multiple logistic regression analysis to obtain the significance, the regression coefficients and marginal effects.Results: The mean age was 43.8 ± 17.4 years, 8% younger than 18 years old. The ratio female/male was 2/1. The mean age at first episode was 39 ± 18.2 years. Nine patients had more than one cause of drug anaphylaxis, corresponding to a total of 322 reports of different groups of drugs involved. The main culprit drugs were the non -steroidal anti-inflammatory drugs (NSAIDs), antibiotics and anesthetic agents in 48%, 36% and 6% of the cases respectively. Other drugs involved were cytostatics, corticosteroids, proton pump inhibitors and iodinated contrast media, among others. There was a predominance of mucocutaneous symptoms (92%), followed by respiratory (81%) and cardiovascular (49%) symptoms. Patients with NSAIDs anaphylaxis showed a tendency to have co-respiratory and mucocutaneous manifestations. We didn’t find a significant association between age, gender and atopy within the different groups of drugs. Reactions occurred in 53% of cases within 15 minutes after drug administration, 45% of the cases occurred in inpatients and in 35% hospitalization was needed. The recurrence of anaphylaxis was observed in 26% of cases, with an increased risk when NSAIDs were involved. Only 48% of patients were treated with epinephrine and in 9% of cases an epinephrine auto-injector was prescribed.Conclusions: In this study the most frequent culprit drugs were NSAIDs and they were associated with a higher rate of recurrence of anaphylaxis. We stress the under-treatment with epinephrine and the need to achieve a better therapeutic management and prevention of recurrence of anaphylaxis to drugs.

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