7 
Home Page  

  • SciELO

  • SciELO


Revista Lusófona de Educação

 ISSN 1645-7250

MAGALHAES, António M.. A Identidade do Ensino Superior: a Educação Superior e a Universidade. []. , 7, pp.13-40. ISSN 1645-7250.

^lpt^aA definição de uma ‘ideia’ de educação superior parece ser uma tarefa que alguns pós-modernistas lançam definitivamente para o caixote do lixo da história. Produto, por excelência, da modernidade, e no cruzamento dos modelos humboldtiano, napoleónico e de Oxbridge, a educação superior, tal como a herdámos, era centrada no conhecimento,isto é,na sua produção (investigação), na sua distribuição (ensino) e na sua difusão pelo corpo social (função de serviço à sociedade). O conhecimento e o seu manuseamento definiam não só a missão institucional como a natureza das organizações consagradas ao ensino superior. A estes elementos componentes da ‘ideia’ de educação superior foram incorporados outros igualmente estruturantes: a funcionalidade destas instituições em relação à consolidação e desenvolvimento do Estado-nação. Os quadros necessários ao funcionamento e estrutura do aparelho de Estado encontravam nas universidades e noutros institutos de ensino superior o lugar privilegiado para a sua formação. O que este artigo pretende argumentar é que,num contexto em que a produção, a distribuição e a difusão do conhecimento se transformam, em que a globalização/localização intensifica - sobretudo na Europa - a fragilidade das instâncias nacionais e em que o processo de massificação e de democratização do acesso ao ensino superior o conduzem a outro modelo sociológico que não o de origem,a educação superior está a viver uma identidade esquizóide: educação terciária, pós-secundária, educação fundada na investigação, educação vocacional, etc. Esta situação requer um esforço de reflexividade que, ao mesmo tempo que recusa a procura essencialista de uma ‘ideia’ de ensino superior, enfatiza a necessidade de promover uma perspectiva de educação que não soçobre ao pobre paradigma da adaptabilidade, segundo o qual o critério de utilidade de uma dada instituição é directamente proporcional à sua capacidade de sobreviver às mudanças operadas no seu ambiente organizacional.^len^aHigher education is a product of modernity, built in the crossroad of the Humboldtian model, the Napoleonic model and the Oxbridge model. Higher education, as we know it, was centred in the handling of knowledge, i.e., in its production (research) in its distribution (teaching) and in its dissemination across society (service to community). Knowledge and its handling defined not only the institutional mission, but also the nature of higher education organizations. To these components of the ‘idea’ of higher education, others equally important elements were added: the role of higher education institutions in the consolidation and development of the nation-state. The cadres necessary to the functioning of the state apparatus found in the universities a privileged place for their training. This paper argues that in a context in which the production, distribution and dissemination of knowledge are changing, a context in which globalization/localization processes erode - mainly in Europe - the national level, and a context in which massification and democratization of access to higher education induce sociological patterns different from the originals, higher education itself is assuming a schizo identity: tertiary education, post-secondary education, research-driven higher education, vocational higher education, etc. This situation demands increased reflexivity, by simultaneously refusing an essentialist approach to the ‘idea’ to higher education and stressing the need to promote educational perspectives not reducible to its adaptability, i.e., refusing the framework of a paradigm in which the criterion of an institution legitimacy is proportional to their survival capacity in an ever changing environment

: .

        · | |     · |     · ( pdf )