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Revista Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia
versão impressa ISSN 1646-2122
Resumo
GOMES, Diogo Silva et al. Luxação glenoumeral posterior bilateral complicada de fractura cefálica na sequência de choque eléctrico. Rev. Port. Ortop. Traum. [online]. 2014, vol.22, n.1, pp.112-119. ISSN 1646-2122.
Objectivo: apresentamos um caso de luxação glenoumeral posterior bilateral complicada de fractura cefálica, na sequência de choque eléctrico, de particular interesse pela raridade da lesão e pela opção tomada no tratamento desta. Caso clínico: paciente do sexo masculino de 34 anos de idade, com luxação glenoumeral posterior bilateral, à esquerda com pequena fratura cefálica e área de impacção totalizando 30% da superfície articular e, à direita, com fratura cefálica e impacção envolvendo no total cerca de 45% da superfície articular. Submetido a tratamento cirúrgico de urgência: à esquerda, com remoção do fragmento osteocondral e transposição do troquino para o defeito cefálico anterior (fixação com 2 parafusos); à direita, com redução e fixação do fragmento osteocondral e reconstrução cefálica com enxerto osteocondral da cabeça umeral contralateral fixado com parafuso. Ao último follow-up aos 3 anos e 8 meses, apresentava um Score de Constant absoluto de 92 à esquerda e 80 à direita, arcos de mobilidade ativos amplos (esquerda: abdução 125º, flexão 140º, rotação externa 45º e rotação interna L2; direita: abdução 90º, flexão 110º, rotação externa 10º e rotação interna L1) e testes de instabilidade negativos bilateralmente. Estudo imagiológico com centragem cefálica, consolidação óssea da fractura e enxertos, sem sinais de necrose avascular ou alterações degenerativas. Discussão: as luxações posteriores do ombro são lesões raras, associadas a lesão por convulsão ou choque eléctrico. A área de impacção da superfície articular, lesões associadas, em conjunto com a idade e atividade do doente, devem orientar o tratamento. No caso apresentado esta opção de tratamento foi possível pela abordagem cirúrgica bilateral no mesmo tempo operatório, o que permitiu restabelecer uma função satisfatória, com bons resultados 6 meses após a cirurgia e que se mantêm ao final de 4 anos.
Palavras-chave : Luxação posterior gleno-umeral; bilateral; choque eléctrico; lesão Hill-Sachs inversa.