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Revista Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia
versão impressa ISSN 1646-2122
Resumo
ABREU, Ana; ALEGRETE, Nuno e VIEIRA, Isabel. Avaliação de deformidades da coluna vertebral em adolescentes com paralisia cerebral. Rev. Port. Ortop. Traum. [online]. 2014, vol.22, n.4, pp.370-378. ISSN 1646-2122.
Objetivos: Descrever a prevalência de escoliose numa população de adolescentes com Paralisia Cerebral (PC) e analisar a relação entre escoliose, idade, sexo, ângulo de Cobb, função motora (GMFCS) e subtipo de PC. Material e Métodos: Neste estudo epidemiológico retrospetivo, foram incluídos 150 adolescentes com PC, com idades compreendidas entre os 13 e os 18 anos, inscritos na Associação do Porto de PC e seguidos em consulta em 3 hospitais. Através da avaliação clínica e radiológica, foram registados a idade, sexo, tipo de Paralisia Cerebral, classificação GMFCS, presença de assimetrias do ráquis e respetivo ângulo de Cobb. Escoliose foi definida como ângulo de Cobb > 10º. Resultados: Da avaliação clínica do ráquis, 73 (48,7%) apresentavam assimetrias. Um total de 22,7% dos indivíduos apresentava escoliose. Verificou-se que 23 (67,4%) indivíduos com escoliose encontravam-se em GMFCS V. Vinte e sete (79,4%) indivíduos com escoliose tinham tetraplegia, representando o tipo anatómico com mediana de Cobb mais elevada (p=0,006). Conclusões: O grau de disfunção motora, está associada à presença de escoliose, sendo que quanto maior o GMFCS, maior a incidência de escoliose. O tipo tetraplégico de PC apresentase como o grupo de maior risco para a presença de escoliose. Não se encontrou associação entre a presença de escoliose e o tipo motor de PC. Será importante implementar programas para uma deteção precoce da escoliose, baseadas no nível GMFCS e tipo anatómico de PC.
Palavras-chave : Paralisia cerebral; escoliose; prevalência; atividade motora.