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Finisterra - Revista Portuguesa de Geografia
versão impressa ISSN 0430-5027
Resumo
SILVA, Maria Luísa Gomes da e CORREA, Antônio Carlos de Barros. Dunas continentais do Brasil como geocronômetros das variações paleoclimáticas: Uma revisão do estado da arte do conhecimento. Finisterra [online]. 2023, n.123, pp.149-169. Epub 30-Set-2023. ISSN 0430-5027. https://doi.org/10.18055/finis28868.
Dunas continentais são feições de importância primordial para o estudo das oscilações climáticas ocorridas ao longo do Quaternário. No Brasil, esses depósitos aparecem em distintos contextos espaciais e refletem as suas condições paleoambientais e paleoclimáticas formadoras. O presente trabalho propõe apresentar uma síntese da literatura acerca do tema no transcurso dos últimos 30 anos, integrando as informações geocronológicas e ambientais a respeito das dunas continentais existentes no território brasileiro. Os dados analisados de datações por LOE e TL apontam para a possível ocorrência de deposições eólicas desde o Pleistoceno Médio (253,8±19ka) até o presente (0,165±0,025ka), com alternância entre momentos de menor e maior atividade. Dunas parabólicas, lençóis de areia e bacias de deflação (blowouts) são predominantes nas áreas estudadas. Mecanismos cíclicos e anômalos, como o Paleo-ENOS, parecem ter sido responsáveis pela instalação de fases mais secas que levaram à maior oferta de sedimentos e à consequente formação dos depósitos dunares. A boa resolução dos dados cronológicos sugere ainda que as dunas funcionam como importantes geoarquivos para o estudo de mudanças ambientais com intervalos de médio a curto prazo de recorrência.
Palavras-chave : Geomorfologia climática; paleoclimatologia; dunas interiores.