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Etnográfica
versão impressa ISSN 0873-6561
Resumo
ASSAYAG, Jackie. Este e Oeste: Orientalismo, guerra e a contemporaneidade colonial. Etnográfica [online]. 2007, vol.11, n.1, pp.253-269. ISSN 0873-6561.
Ao longo de pelo menos duzentos anos, os países ocidentais exercitaram uma violência "benevolente" através do colonialismo. Advogado, à época, em nome de uma "missão civilizadora" do Ocidente e inspirado na escatologia, este chamamento invocava a promessa da redenção, tanto para o colonizador como para o colonizado. A declaração de "guerra ao terrorismo" depois do massacre de 11 de Setembro em Nova Iorque, e as subsequentes operações militares no Afeganistão e no Iraque, revive esta tradição de "intervencionismo melhorador" ao transportar os velhos topoi orientalistas. Longe de erradicar a Grande Divisão entre o West e o Rest, as novas guerras reforçam e polarizam a divisão entre "civilizados" e "bárbaros" numa era de "globalização". A crescente ideologia dos norte-americanos, segundo a qual não haveria mais lugar para o "fora" e o "dentro" porque nenhum país está a salvo do terrorismo, ofusca superficialmente (mas também com eficácia) a "contemporaneidade colonial". Prevalece hoje uma visão sombria da globalização, a visão de uma guerra mortífera entre dois mundos, estendendo-se por todos os continentes e encarnada pelos Estados Unidos da América e pelo "Império do Mal", encarnado pelo terrorismo islâmico. No entanto, esta nova ordem não faz senão recuperar velhos esquemas, tão antigos como os próprios Estados Unidos da América, na medida em que esta autoproclamada "república imperial", "providencial", "excepcional" e "unilateral" incorpora uma componente idealística e utópica encarada como "indispensável". Bem-vindos ao "wilsonismo com botas"!
Palavras-chave : império; colonialismo; guerra; orientalismo; Estados Unidos da América.