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Nascer e Crescer
versão impressa ISSN 0872-0754versão On-line ISSN 2183-9417
Resumo
BRAGANCA, Raquel Lopes de et al. Caracterização dos hábitos de brincar, sono e comportamento em crianças em idade pré-escolar. Nascer e Crescer [online]. 2022, vol.31, n.1, pp.16-24. Epub 31-Mar-2022. ISSN 0872-0754. https://doi.org/10.25753/birthgrowthmj.v31.i1.21113.
Introdução:
Brincar é uma atividade essencial da infância. O objetivo principal deste estudo foi caracterizar os hábitos de brincar de crianças portuguesas com idades compreendidas entre os três e cinco anos. Como objetivos secundários, pretendeu avaliar-se os hábitos de sono, exposição a meios audiovisuais e comportamento das crianças, bem como a perceção dos cuidadores sobre estes estes assuntos.
Material e métodos:
Estudo observacional baseado na aplicação de um questionário online a pais e cuidadores sobre aspetos sociodemográficos, hábitos de jogo, exposição a ecrãs, sono e comportamento das crianças.
Resultados:
Foram recolhidos 240 questionários, 58,3% (n=140) dos quais relativos a crianças do género masculino. No total, 93,9% (n=225) das crianças frequentavam ou já tinham frequentado o jardim de infância, 56,9% (n=137) praticavam pelo menos uma atividade extracurricular, 64,4% (n=155) brincavam ao ar livre quase todos os dias e 80,9% (n=194) brincavam com pares. A maioria (68,3%, n=164) dos cuidadores brincava com as crianças diariamente, mas 95% (n=228) gostaria de o fazer mais frequentemente. A brincadeira livre foi a preferida entre as crianças (64%, n=154). A maioria das crianças (77,4%, n=186) tinha contactado com meios audiovisuais antes dos 18 meses de idade. Relativamente aos cuidadores, 89,6% (n=215) consideraram que as crianças dormiam bem, com 27,4% (n=66) a afirmar que as crianças faziam birras frequentes e 21,3% (n=51) que estas eram impulsivas ou agressivas. A maioria dos cuidadores reconheceu a importância do ato de brincar para a criança. Relativamente aos hábitos de sono, o menor foco em atividades calmas (odds ratio [OR] 4.638, intervalo de confiança [IC] 95% 1.902-11.314) e birras frequentes (OR 2.317, IC 95% 1.022-5.250) foram preditores independentes de problemas do sono.
Conclusão:
A brincadeira livre, brincar frequentemente ao ar livre e brincar com outras crianças destacaram-se como fatores protetores da saúde física e mental das crianças. Contudo, a exposição inadequada a ecrãs e a sobrecarga horária com atividades estruturadas constituem uma preocupação, devendo ser abordados nas consultas de Pediatria. A aprendizagem lúdica centrada na família deve ser incentivada.
Palavras-chave : brincar; comportamento; criança; desenvolvimento; Pediatria; sono.