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Portuguese Journal of Public Health
versão impressa ISSN 2504-3137versão On-line ISSN 2504-3145
Resumo
PEDRO, Ana Rita et al. Barómetro COVID-19: Opinião Social - o que pensam os portugueses em tempos de COVID-19?. Port J Public Health [online]. 2020, vol.38, suppl.1, pp.42-50. Epub 31-Mar-2021. ISSN 2504-3137. https://doi.org/10.1159/000513740.
A COVID-19 trouxe novos desafios à comunidade global, reforçando o papel da Saúde Pública na sociedade. As principais medidas para a combater tiveram (e ainda têm) um enorme impacto no quotidiano dos cidadãos. O “Barómetro COVID-19: Opinião Social - o que pensam os portugueses no tempo da COVID-19?,” teve como objetivo identificar e acompanhar as percepções da população sobre como enfrentaram este período e o seu impacto na sua saúde, bem-estar e vida diária. Neste estudo descrevemos as principais tendências observadas durante a pandemia em termos de saúde mental, confiança na capacidade de resposta dos serviços de saúde e utilização dos serviços de saúde. O inquérito online recolheu respostas de 171’947 indivíduos com ≥16 anos em Portugal, durante 15 semanas consecutivas, iniciado a 21 de março de 2020. Os participantes puderam preencher o questionário uma vez ou semanalmente, o que permitiu analisar tendências e variações nas respostas. No geral, 81% dos entrevistados relataram ter-se sentido agitado, ansioso ou triste durante a pandemia de Covid-19; 19% nunca experienciaram estes sentimentos. Durante o confinamento, a proporção de participantes que relatou estes sentimentos de agitação, ansiedade ou tristeza todos os dias / quase todos os dias variou entre 20-30%, mas desde o desconfinamento esta proporção diminuiu. Quanto a outros efeitos, 29,8% relataram ter mais dificuldade para dormir ou dormir a noite toda, 28,4% se sentiram mais irritantes, 25,5% se sentiram mais tristes, desanimados ou choraram com mais facilidade e 24,7% se sentiram incapazes de fazer tudo o que tinha que fazer, com maior frequência mulheres homens. Globalmente, no que se refere à confiança na capacidade de resposta dos serviços de saúde à COVID-19, 65,8% dos participantes relataram estar confiantes ou muito confiantes, e em termos de tendências a confiança aumentou ao longo do tempo. Em relação às pessoas que necessitaram de consulta, 35,6% realizaram-na presencialmente e 20,8% remotamente, mas quase 44% não a realizaram porque o seviço cancelou (27,2%) ou por decisão própria de não comparecer (16,3%). Num período atípico como o que vivemos, e com base em nossos resultados, é fundamental continuar a monitorizar como a população está a enfrentar as diferentes fases da pandemia, até que seja declarado o seu fim. Além da análise dos efeitos da pandemia, sob o ponto de vista dos cidadãos, também podemos antecipar tendências críticas e agir preventivamente.
Palavras-chave : COVID-19; Opinião social; Métodos quantitativos; Perceção social; Estudo baseado na comunidade.