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GOT, Revista de Geografia e Ordenamento do Território
versão On-line ISSN 2182-1267
GOT no.9 Porto jun. 2016
EDITORIAL
Editorial
Editorial
Fernandes, José1
1CEGOT | Departamento de Geografia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Via Panorâmica s/n, 4150-564 Porto, Portugal. jariofernandes@gmail.com
Este é o nº 9 da GOT, o mais recente número da revista de Geografia e Ordenamento do Território. Pouco haverá a dizer além do habitual: que sai na data prevista, que tem entre 10 e 15 artigos, que há autores portugueses e de outras nacionalidades e que os textos consideram escalas e temáticas diversas. E, todavia, o simples constatar deste facto – de ser apenas “mais um” número – leva-me a considerar a relevância desta normalidade, no que significa de estabilidade e, espero, confiança dos leitores na qualidade que foi possível ser afirmada e mantida através dos autores e revisores que, há mais de 4 anos, permitiram a regularidade dum título que vem a ser registado em plataformas de indexação de exigência acrescida.
Se tal pode ser motivo de orgulho para o CEGOT – proprietário da revista – significa também, naturalmente, maior responsabilidade para quem a dirija e leva a equacionar novos rumos que possam manter a solidez e reforçar a ambição.
Ficará essa reflexão – e porventura o anúncio de alguma decisão – para editorial próximo.
Entretanto, sem pretender apresentar todos os artigos que compõem este número, atrevo-me a dar conta da diversidade das abordagens que, nuns casos, procuram ligar a Geografia e o Ordenamento do Território, enquanto noutros dão especial valor à dimensão espacial do conhecimento e/ou à sua aplicação.
As questões de desenvolvimento são as que estão mais presentes nas preocupações dos autores, em dois casos para contexto urbano (Barcelona num caso e Recife e Chenai noutra), mas na maioria das vezes em contexto rural: no Ceará e Amapá (Brasil), nas ilhas Fiji e nas montanhas do Norte de Portugal. A água e a energia estão muito presentes na maioria destes textos, assim como noutros que abordam o problema das hidroelétricas em contexto de fronteira (na América do Sul) e técnicas de modelagem para identificação de áreas com recursos energéticos. Nalguns casos a preocupação é com a água, como seja em torno da água, da relação com a energia. Esta abordagem de aspectos de natureza metodológica, com recurso a sistemas de informação geográfica, é comum ao texto de autores galegos que se reporta a experiência realizada nas Ilhas Cies.
Alguns outros textos têm como pressuposto este tipo de ferramentas, centrando-se todavia no estudo de riscos naturais, como é o caso do texto sobre um espaço situado na República dos Camarões, enquanto outros abordam o risco pelo lado da sua perceção (em Nova Friburgo, no Brasil).
A diversidade da origem geográfica das áreas de estudo é evidente. Não apenas por abundarem os que têm incidência no Brasil, a que se somam os que tratam Portugal (sob o ponto de vista da segurança rodoviária, do espaço público na construção da cidade, ou o já referido estudo das aldeias de montanhas do Norte), ou Espanha (Galiza e Catalunha, no caso) e um, já referido, de África, mas também porque dois autores franceses tomam como referência uma cidade indiana (e outra brasileira) a propósito de política urbana para a sustentabilidade e a inclusão.
Apenas um texto não tem uma referência geográfica concreta. Todavia, é dos poucos que coloca a geografia no seu título, pois que trata da ligação entre o cinema e a educação geográfica.
Neste como nos demais casos, os resumos revelam melhor que eu as preocupações de cada autor ou grupo de autores. Mas, apenas a leitura permitirá desvendar o que se estudou e refletiu, contribuindo – assim se espera – para o aprofundamento do conhecimento científica e aprendizagem de nós todos, que os lermos.
Porto, 28 de Junho de 2016
O editor,
José Alberto Rio Fernandes