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Revista da Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia
versão impressa ISSN 2182-2395versão On-line ISSN 2182-2409
Resumo
GOMES, Nuno; DIAS, Camila; AZEVEDO, Filomena e MAGIN, Sofia. Determinantes do Tempo de Sobrevivência do Metotrexato na Psoríase: Análise Retrospetiva de 10 Anos do Registo DERMA.PT. Rev Soc Port Dermatol Venereol [online]. 2021, vol.79, n.4, pp.21-29. Epub 01-Jan-2022. ISSN 2182-2395. https://doi.org/10.29021/spdv.79.4.1450.
Introdução:
O metotrexato é utilizado no tratamento sistémico da psoríase desde 1950, continuando a ser um fármaco de primeira linha. É importante avaliar os fatores que influenciam a sua descontinuação. O objetivo dos autores foi identificar determinantes do tempo de sobrevivência do metotrexato em doentes com psoríase.
Métodos:
Foi realizada uma análise retrospetiva dos doentes incluídos no registo nacional DERMA.PT pelo Centro Hospitalar Universitário São João e que iniciaram tratamento para a psoríase com metotrexato entre janeiro de 2010 e janeiro de 2020.
Resultados:
Foram identificados 146 doentes com psoríase tratados com metotrexato em monoterapia ou em associação com fototerapia. A maioria era do sexo masculino (55%), com idade média de 51±13 anos e com psoríase há mais de 10 anos. A psoríase vulgar (49%) e a psoríase artropática (47%) foram as formas mais comuns de psoríase, com um PASI inicial médio de 10,7±5,6. A maioria dos doentes era naïve para o tratamento com metotrexato. No total, 66 (45%) doentes descontinuaram o tratamento, com um tempo médio de sobrevivência do fármaco de 18,0±15,5 meses. As razões mais comuns de descontinuação foram ineficácia (32%), má adesão terapêutica (18%) e intolerância gastrointestinal (11%). O tratamento prévio com ciclosporina e a presença de artrite psoriática associaram-se ambos à descontinuação do metotrexato (estatisticamente significativo). Na maioria dos casos, foi realizado switch para anticorpo monoclonal anti-TNFα.
Discussão:
Nos últimos anos, foram publicados estudos retrospetivos com enfoque no tempo de sobrevivência do metotrexato na psoríase, que revelaram um tempo médio entre 12 a 21 meses. As principais razões de descontinuação foram a ineficácia e os efeitos adversos, nomeadamente gastrointestinais. O nosso estudo está em linha com o descrito mas destaca-se pela elevada percentagem de doentes que mantiveram o tratamento.
A tremenda evolução no tratamento da psoríase ao longo dos 10 anos do estudo influenciou grandemente os resultados. A principal limitação desta análise resulta do facto de ser um estudo retrospetivo.
Conclusão:
Os resultados estão de acordo com as caraterísticas de sobrevivência do metotrexato publicadas e reforçam a sua importância e o seu papel no tratamento desta doença.
Palavras-chave : Metotrexato/uso terapêutico; Portugal; Psoríase/tratamento; Registos..