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Angiologia e Cirurgia Vascular
versão impressa ISSN 1646-706X
Resumo
ROCHA, Henrique et al. Pontagem com veia pequena safena in situ através de uma abrodagem posterior: uma técnica subestimada para salvamento do membro inferior. Angiol Cir Vasc [online]. 2021, vol.17, n.3, pp.274-277. Epub 30-Set-2021. ISSN 1646-706X. https://doi.org/10.48750/acv.431.
Introdução:
A veia pequena safena (VPS) in situ pode ser usada como conduto em situações de revascularização do membro inferior em que as artérias alvo estão limitadas à porção distal da perna e nas quais a veia grande safena (VGS) está ausente ou é inadequada. Este cenário ocorre frequentemente em doentes diabéticos ou com doença renal crónica em estadio terminal, cujo padrão de oclusão arterial atinge os vasos tibioperoneais e poupa o segmento femoro-poplíteo. A técnica in situ oferece as potenciais vantagens de diminuir a manipulação e trauma da veia, melhor adaptação de calibre entre os vasos e melhor perfil hemodinâmico.
A abordagem posterior simplifica o procedimento cirúrgico e oferece taxas de patência da pontagem e de salvamento do membro comparáveis aos procedimentos habituais.
Caso clínico:
Apresentamos o caso de um homem de 89 anos, diabético e com tentativas prévias, sem sucesso, de revascularização endovascular das artérias tibial posterior e peroneal; apresenta-se com uma úlcera do hállux do pé direito com evolução desfavorável.
O mapeamento ultrassonográfico das veias revela as VGS varicosas em ambos os membros e uma VPS de trajeto linear e com ~3mm de diâmetros na perna direita. O paciente foi submetido a uma pontagem entre a artéria poplítea retrogenicular e artéria tibial posterior distal com VPS in situ, através de uma abordagem posterior. A pontagem trombosou ao sétimo dia pós-operatório; esta complicação foi resolvida com trombectomia cirúrgica, angioplastia da veia e laqueação das fístulas arteriovenosas patentes. No seguimento em ambulatório, a pontagem mantém-se patente e a úlcera do hállux a cicatrizar favoravelmente.
Conclusão:
A VPS in situ é uma opção segura e viável como conduto para pontagens entre a artéria poplítea e as artérias distais da perna. Os cirurgiões vasculares devem estar cientes da abordagem posterior, que simplifica e expões confortavelmente as estruturas anatómicas necessárias para este procedimento.
Palavras-chave : Revascularização do membro inferior; Pontagem distal; Pontagem in situ; Veia pequena safena; Abordagem posterior.