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Análise Social
versão impressa ISSN 0003-2573
Anál. Social n.174 Lisboa abr. 2005
As bibliotecas da Fundação Gulbenkian e a leitura pública em Portugal (1957-1987)**
Daniel Melo*
O atraso das políticas públicas no Portugal contemporâneo foi atenuado pela acção da sociedade civil. Nesta destaca-se a Fundação Gulbenkian, que, entre outros contributos, lançou os fundamentos de uma estrutura de leitura pública. Este artigo analisa a sua política sectorial durante o período de ausência de uma alternativa estatal. Demonstra-se que até num regime ditatorial foi essencial a cooperação entre Estado e sociedade civil, embora o Estado central esteja alheado desta equação.
Palavras-chave: Leitura pública, Portugal, Bibliotecas, Bibliotecas itinerantes, Estado Novo, Fundação Calouste Gulbenkian.
Les bibliothèques de la Fondation Gulbenkian et la lecture publique au Portugal (1957-1987)
Le retard qui caractérisait les politiques publiques du Portugal contemporain a été atténué par l'action de la société civile. Il y a lieu de souligner, dans ce contexte, la Fondation Gulbenkian, qui, entre autres contributions, a lancé les bases d'une structure de lecture publique. L'article analyse sa politique sectorielle pendant toute la période d'absence d'une alternative étatique. Il montre que, même en plein régime dictatorial, une coopération entre l'Etat et la société civile s'est avérée nécessaire, malgré l'éloignement de l'Etat en la matière.
The libraries of the Gulbenkian Foundation and public readership in Portugal (1957-1987)
The state's delays in devising and implementing policies for modern Portugal were attenuated by the actions of civil society. The Gulbenkian Foundation stands out in this regard. Amongst other contributions, it prepared the ground for the organization of a public readership. This article analyses its sectoral policies in the period when state policy was lacking. It shows that under a dictatorial regime co-operation between the state and civil society was essential, even though the central organs of the state were not part of this equation.
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* Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa.
** Este artigo é uma versão revista e resumida de parte do capítulo 8 da minha tese de doutoramento (v. Melo, 2002), entretanto editada em livro. Agradeço o apoio da FCT, sob a forma de bolsa de pós-doutoramento.