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Silva Lusitana

versão impressa ISSN 0870-6352

Silva Lus. v.17 n.2 Lisboa dez. 2009

 

∫1. Novarum Flora Lusitana Commentarii

 

Daucus muricatus (L.) L. e Daucus setifolius Desf. (Apiaceae), duas novidades para o Norte de Portugal

 

O Daucus muricatus é uma planta anual, ruderal e arvense, própria de margas argilosas (Pujadas Salvà in Flora Iberica, X: 120, 2003). A descoberta de uma população desta espécie na Serra de Chavães, no contacto entre as regiões Eurosiberiana e Mediterrânica, constitui uma novidade não só para a província de Trás-os-Montes e Alto Douro (cf. Rozeira, A Flora da província de Trás-os-Montes e Alto Douro in Memórias da Sociedade Broteriana, III, 1944), como também para todo o Norte e Centro de Portugal, excluído o Sector Divisório Português. Assim, em relação à distribuição indicada para o D. muricatus por Franco (Nova Flora de Portugal, I: 545, 1971): "CW. calc. e olissip., CS, SE e Península de Sagres" e por Pujadas Salvà (loc. cit.): "AAl Ag BAl BL E R", podemos concluir que a descoberta desta espécie no concelho de Tabuaço representa um alargamento muito significativo da sua área de distribuição e, certamente, o local mais elevado onde, até hoje, foi encontrada em Portugal (900 m). Este valor altitudinal é apresentado por Pujadas Salvà (loc. cit.) como o valor máximo provável para se encontrar esta espécie na Península Ibérica, claramente acima do intervalo habitual (que vai dos 30 até aos 800 m).

TABUAÇO: Serra de Chavães, entre Arcos e Chavães, num mato na margem de um caminho, junto uma estrada nova, não asfaltada, local granítico com silvas, 29TPF209476, alt. ca. 900 m, 27-IX-2007, J.D. Almeida & A.C. Matos, JDA 16179 e Herb. Esc. Sup. Agr. Bragança 7444.

O D. setifolius foi localizado no leito de cheias do rio Sabor, numa ecologia análoga às populações do vale do rio Guadiana. Não encontramos qualquer referência à presença do D. setifolius em Trás-os-Montes na bibliografia e nos herbários de referência. Pujadas Salvà (loc. cit.) apenas a cita para "BAl E R". A referência mais próxima de D. setifolius de que temos conhecimento provém da Beira Baixa (Sertã, S. Tiago) (Almeida, Botanica Complutensis 30: 147-151, 2006). Assim sendo, admitimos que a população do Rio Sabor representa um alargamento significativo da área de distribuição da espécie em Portugal. É expectável que este isolado geográfico se extinga com a construção do projecto de aproveitamento hidroeléctrico do Baixo Sabor.

MACEDO DE CAVALEIROS: Lagoa, leito de cheias do rio Sabor, junto à foz do Rio Azibo, 29TPF836860, alt. ca. 225 m, 15-VI-2003, C. Aguiar & J. Capelo s/n, Herb. Esc. Sup. Agr. Bragança 5982

 

João Domingues de Almeida, Depto. de Botânica da Universidade de Coimbra, jddalmeida@hotmail.com; Carlos Aguiar, Centro de Investigação de Montanha (CIMO), Escola Superior Agrária de Bragança, cfaguiar@ipb.pt; Jorge Capelo, Instituto Nacional de Recursos Biológicos I.P., L-INIA, jorge.capelo@gmail.com