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Análise Psicológica
versão impressa ISSN 0870-8231
Aná. Psicológica v.25 n.1 Lisboa jan. 2007
Atitudes face ao recoveryna doença mental em utilizadores e profissionais de uma organização comunitária: Uma ajuda na planificação de intervenções efectivas?
Fátima Jorge-Monteiro (*)
João Matias (**)
RESUMO
Em Portugal, a literatura bem como a investigação relativas ao recovery na doença mental é escassa. Este trabalho tem como principal objectivo o aferir das atitudes relativas ao recovery na doença mental em dois grupos distintos: pessoas com doença mental e profissionais de Saúde Mental numa organização comunitária.
A amostra foi constituída por 30 elementos, 15 por cada um dos grupos atrás referidos. O instrumento utilizado foi o questionário, “Recovery Attitudes Questionnaire 16” (J. R. Borkin, J. J. Steffen, L. B. Ensfield, K. Krzton, H. Wishnick, K. Wilder, & N. Yangarber, 2000), o qual foi traduzido e adaptado para o presente estudo. Foram ainda adicionadas duas questões, com o objectivo de constatar se existem diferenças nos dois grupos relativamente à questão do recovery ser entendido como um processo ou como resultado. Concluiu-se que as atitudes de ambos os grupos são bastante positivas, não se observando grandes diferenças entre os respondentes dos grupos. Em relação à questão do paradigma do recovery, ambos os grupos tenderam a rejeitar a hipótese do recovery como processo.
Palavras-chave: Recovery, empowerment, doença mental, atitudes, profissionais de saúde mental, utentes de serviços de saúde mental.
ABSTRACT
In Portugal the research and literature concerning the recovery in mental illness is still limited. This study aimed to assess recovery attitudes in two different groups: mental health professionals and people with mental illness from a NGO.
The sample of 30 people included 15 participants for each of the above mentioned groups. The instrument used was “Recovery Attitudes Questionnaire 16” (J. R. Borkin, J. J. Steffen, L. B. Ensfield, K. Krzton, H. Wishnick, K. Wilder, & N. Yangarber, 2000), which was translated and adapted for this research. A lack of an agreed-on recovery model or paradigm represents a distinction over the definition of recovery: process versus outcome. Two additional questions were added to the original instrument in order to understand the perception of both groups on this distinction.
Both groups showed very positive attitudes towards recovery in mental illness. Also both groups tended to refuse the idea of recovery as a process.
Key words: Recovery, empowerment, mental illness, attitudes, mental health professionals, consumers.
Texto completo disponível apenas em PDF.
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(*) Instituto Superior de Psicologia Aplicada, Lisboa. Associação para o Estudo e Integração Psicossocial. E-mail: maria_monteiro@ispa.pt
(**) Licenciado em Desenvolvimento Comunitário e Saúde Mental. Observatório Europeu das Drogas e Toxicodependência. E-mail: joao.matias@emcdda.europa.eu