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Análise Psicológica

versão impressa ISSN 0870-8231

Aná. Psicológica v.27 n.1 Lisboa mar. 2009

 

Para um racional bioniano de interpretação dos dados projectivos

Luís Delgado (*)

 

RESUMO

Com o presente artigo o autor procura enriquecer a compreensão e pratica da metodologia projectiva, especialmente do Thematic Apperception Test, através de uma aproximação dinâmica utilizando, pela primeira vez, o aparelho conceptual de W. Bion e afastando-se do modelo psicanalítico clássico, isto é, da metodologia freudiana e do modelo estrutural edipiano.

São utilizados os seguintes conceitos bionianos: transformações psíquicas, identificação projectiva na relação continente/conteúdo, tolerância/intolerância à frustração.

O artigo termina abordando o problema, nas técnicas projectivas, da relação entre percepção e pensamento assim como uma nova compreensão do “processo-TAT”.

Palavras chave: Relação continente/conteúdo, TAT, Tolerância/intolerância à frustração, Transformações psíquicas.

 

ABSTRACT

In this article, the author seeks to enrich the understanding and practice of projective methods, especially the Thematic Apperception Test, through a dynamic approach using for the first time, the conceptual apparatus of W. Bion and away from the classical psychoanalytic model, i.e., the Freudian’s psychoanalytical methodology and the structural edipian model.

The following bionian concepts are used: psychic transformations, projective identification in continent/ content relation, and tolerance/intolerance to frustration.

The article addressed the problem, in projective techniques, the relationship between perception and thinking and a new understanding of the TAT-process.

Key words: Continent/content relation, Psychic transformations, TAT, Tolerance/intolerance to frustration.

 

 

Dispomos actualmente de instrumentos projectivos – nomeadamente o TAT, pelo qual nos temos interessado mais (Delgado, 1989, 2001, 2006) – dotados de uma técnica de passagem, de análise e interpretação que permitem um processo metodológico rigoroso, o qual é um garante de fiabilidade científica destes instrumentos e que se articula de maneira coerente, pertinente e rigorosa no seio de uma reflexão metapsicológica cada vez mais aprofundada e rica. Dispomos assim de garantias metodológicas utilizadas e balizadas graças ao corpo teórico da metapsicologia freudiana, identificadas pelas técnicas projectivas tal como são concebidas por autores recentes consagrados tais como Catherine Chabert (1983, 1987), Françoise Brelet (1986), Monica Boekholt (1993), Nina Rauch de Traubenberg (1981), Rosine Debray (1977), Vica Shentoub (1972, 1973, 1990), Brelet-Foulard e Chabert (2003), só para falar dos autores da Escola Francesa.

Estes instrumentos projectivos oferecem uma possibilidade de compreensão do vivido humano tão pertinente para as exigências da investigação como para as exigências da prática clínica, a escuta da realidade psíquica humana em todas as suas variações.

Tendo em conta a nossa formação teórica académica e clínica, a nossa escolha é a de nos colocar num sistema de pensamento psicanalítico, clássico (freudiano e kleiniano), mas simultaneamente abertos às novas conceptualizações psicanalíticas, nomeadamente bionianas, como contentores conceptuais na actividade de psicólogo “projectivista”.

Deste modo não iremos apresentar o modelo psicanalítico clássico, objecto de inúmeros trabalhos, utilizando a metapsicologia freudiana e o modelo estrutural edipiano, para passarmos imediatamente a algumas contribuições psicanalíticas de W. Bion que parecem poder vir a enriquecer as técnicas projectivas.

 

O MODELO BIONIANO DASTRANSFORMAÇÕES

Como é que os fenómenos mentais se transformam no sentido de conduzir à construção dos resultados – resposta-Rorschach ou história-TAT – e qual a função da interpretação são algumas das questões sobre as quais nos vamos debruçar, utilizando os instrumentos conceptuais e metodológicos da concepção bioniana da vida mental, os quais podem ser aplicados de forma útil aos nossos problemas.

De facto Bion foi um dos psicanalistas que se debruçou profundamente sobre estas questões, e no âmago da sua reflexão está uma tentativa de compreensão do próprio processo de transfor-mação psíquica: como se transforma? Com que mecanismos? Como se operam os mecanismos transformadores psicanalíticos? Qual a natureza das transformações psíquicas?

Em Aprender com a Experiência (1962) Bion concebe a noção de continente-conteúdo (♁♂), modelo descritivo do funcionamento mental onde encontramos a ideia de uma mente em transformação e crescimento, desde que o O não seja rígido mas, pelo contrário, “enredado” pelas emoções, flexível e apto a tolerar a dúvida e a incerteza.

Em Transformações: a passagem da aprendizagem ao crescimento (Bion, 1965) desenvolve o conceito de transformação psíquica e indica três marcos sinalizadores de campo importantes:

–as transformações mentais vão da aprendizagem para o crescimento;

–“O campo do psicanalista é o que está entre o ponto em que o sujeito recebe impressões sensoriais e o ponto em que exprime a transformação que ele operou sobre elas” (Bion, 1965, p. 57);

–a prática psicanalítica consiste na “transformação de uma realização (a experiência psicanalítica real) numa interpretação ou numa série de interpretações” (Bion, 1965, p. 13).

Extrapolando para o domínio das técnicas projectivas, será, pois, no campo da transformação que a análise/interpretação da resposta/história do sujeito deve ser considerada.

Cabe ao clínico “projectivista” determinar o significado e a qualidade das transformações operadas pelo sujeito na situação projectiva. Ao examinador são dados a conhecer a conjunção que emana do material (conteúdos manifesto e latente do material) e a conjunção, a constelação de fenómenos que emanam de O (realidade incognoscível), tendo também em conta que a história do sujeito contém uma dimensão tranferencial (Brelet, 1986).

Uma das tarefas do examinador é, por exemplo, determinar se o relato do sujeito (história-TAT) “se caracteriza sobretudo pela necessidade de dissimular O ou pela necessidade de dar de O uma representação tão directa quanto possível” (Bion, 1965, p. 30), o que muitas vezes só é possível saber pelo efeito cumulativo que várias histórias/respostas produzem no examinador.

Os enunciados (respostas-Rorschach ou histórias-TAT) do sujeito são interpretadas sob a forma de um outro ponto de vista (Ta beta) em função do conteúdo latente de cada imagem pois “a verdade é essencial a todo e qualquer valor de (Ta beta)” (Ibid., p. 48). Isto quer dizer que a interpretação do examinador visa repor/descodificar a transformação do sujeito, em direcção a O (realidade incognoscível). A “resposta- história ideal” estará portanto na procura da verdade de si mesmo, ou seja, na capacidade de ser aquilo que se é, “being O”, de acordo com KO (transformação em O).

Em termos da relação continente/conteúdo (♁♂) – e mais evidentemente em relação às provas projectivas temáticas – partimos do princípio que se verifica um encontro entre o conteúdo latente (CL) das imagens e a mente do sujeito: aquele irá evocar emoções e pensamentos que se constituem como conteúdos (♂) que são activados na mente do sujeito, a qual funciona como continente (♁) – pensamentos que pressionam o aparelho para pensar.

Este aspecto crucial está relacionado com outra contribuição muito importante que está contida na relação que Bion estabelece entre a transformação e o campo emocional: o tipo de vínculo e o grau de tolerância às emoções dolorosas.

As transformações do sujeito operadas na situação projectiva estão sempre sob a influência dos vínculos L (amor), H (ódio) e K (conhe-cimento), isto é, as suas produções serão sempre mais ou menos deformadas por L, H ou K.

A transformação, que consiste em tornar O num pensamento, só é possível se houver tolerância à experiência emocional de frustração. É por esta razão que o psicótico “não é capaz de transformar T (o equivalente fenomenal de O) em Tp beta. Na verdade, ele exprime-se como se sentisse incapaz de transformar O em T” (Bion, 1965, p. 51).

No caso extremo das transformações em alucinose, estas processam-se na área psicótica da personalidade onde, por falha da função alfa, as transformações não envolvem a formação de símbolos, mas sim de equações simbólicas. Essa falha deve-se à intolerância à ausência do objecto (não-coisa), à intolerância à dor da privação, às emoções dolorosas.

As transformações na mente do sujeito (Tp) vão depender da qualidade mais ou menos flexível, elástica da função continente (capacidades receptivas dos conteúdos internos do sujeito), da qualidade da função de rêverie (capacidades transformadoras – pensamento onírico de vigília – no sentido da transformação de proto-emoções ou de turbulência emocional em pensamento), assim como do seu grau de tolerância à frustração e às emoções dolorosas – em suma, da sua capacidade continente.

A produção do sujeito (o que conta, como conta e porque conta) vai ter em conta os seus estados mentais: a maior ou menor tolerabilidade à dispersão (PS), a maior ou menor capacidade integrativa (D), o grau de tolerância aos pensamentos e às emoções dolorosas.

As funções da personalidade do sujeito que, no âmbito do pensamento de Bion, achamos necessárias para operar as transformações da realização em representação, são a tolerância à dúvida, a tolerância à incerteza, a tolerância à dor mental, o amor à verdade e o sentido estético.

 

A QUESTÃO DA INTOLERÂNCIA VERSUS INTOLERÂNCIA À FRUSTRAÇÃO

Acabámos de ver como esta é uma problemática fundamental quer na capacidade do paciente para realizar modificações mentais suficientemente úteis na sua mente e na sua vida, quer na capacidade do sujeito para realizar produções, que não são mais que o produto de transformações psíquicas que lhe permitem responder à situação projectiva.

O ponto de vista de Bion sobre aquela problemática assenta no artigo Uma Teoria do Pensar (1962) em que ele expõe um modelo teórico onde articula a frustração (“realização negativa”) com os desenvolvimentos básicos que estão subjacentes ao pensamento: o desenvolvimento dos pensamentos e o desenvolvimento do aparelho para pensar os pensamentos e das duas condições mentais: a capacidade de tolerância ou incapacidade de tolerância à frustração.

Neste modelo de Bion, a problemática da tolerância/intolerância à frustração tem reflexos indissociáveis na problemática do pensamento e, perante a experiência de frustração (realização negativa), dois desenvolvimentos cruciais podem acontecer: a modificação da frustração em pensamento (e em produção projectiva) ou a fuga e a criação de não-pensamento (recusa, produção meramente perceptiva ou produção delirante).

Aplicando a contribuição de Bion para as técnicas projectivas, poderíamos sintetizar esquematicamente do seguinte modo:

– quer a ‘fuga’ quer a ‘modificação’ têm como objectivo a remoção da dor;

–a ‘modificação’ é possível graças ao uso da relação x K y, isto é, o sujeito x quer conhecer algo sobre uma parte de si próprio y (confrontando-se com um material projectivo dotado de um conteúdo latente muitas vezes doloroso para ser pensado), ou seja, pela via do conhecimento, sendo que a relação x K y é ainda assim uma experiência emocional dolorosa;

– a fuga é conseguida graças à modificação do sentido da relação x K y, que em vez de x conhecer algo sobre y, se reverte para o sujeito x como já conhecendo a sua parte y.

 

A QUESTÃO DA RELAÇÃO ENTREPERCEPÇÃO E PENSAMENTO

Como é óbvio, esta questão é de primeiríssima importância quer para a clínica quer para os próprios fundamentos das técnicas projectivas. Talvez até fosse mais correcto designá-las técnicas ou provas de percepção e pensamento, na medida estas são provas constituídas por estímulos perceptivos aos quais o sujeito é convidado a produzir pensamentos mais ou menos articulados entre si.

Se, para Freud (1925, 1925a), pensar é um processo constituído por uma permanente interacção entre percepção e pensamentos, para Bion (1962) pensar é um processo constituído por uma articulação, uma teia entre os elementos beta propriamente ditos, isto é, os elementos da percepção e os elementos alfa que os traduzem psiquicamente.

Amaral Dias traduz este processo interactivo desta forma exemplar: “pensar é produzir um maior número de elementos beta possíveis, para produzir o maior número de elementos alfa possíveis” (2004, p. 27).

O problema que se põe é assim o da permanente interacção de elementos perceptivos que bombardeiam a mente e a necessidade de esta traduzir esses elementos através de uma função pensante, a função alfa, em elementos alfa.

Existe, deste modo, uma correlação entre a capacidade do aparelho psíquico tolerar um número elevado de elementos beta e a capacidade que esse mesmo aparelho psíquico tem de utilizar a função alfa para produzir um maior número de elementos alfa.

Existe pois, assim como o afirma Amaral Dias, uma relação ou correspondência recíproca directa entre o pensamento e o não-pensamento. “Assim é possível afirmar que pensar é permanentemente livrarmo-nos de uma parte incompatível que é constituída por aqueles elementos da percepção que, não sendo transformados em pensamento, são revertidos à percepção sob a forma de elementos alfa revertidos, ou seja, que são incompatíveis com o ego” (Amaral Dias, 2004, p. 27).

 

O PROCESSO-TAT SEGUNDO A TEORIA BIONIANA DA IDENTIFICAÇÃO PROJECTIVA NA RELAÇÃO CONTINENTE-CONTEÚDO

Tendo em conta as três problemáticas tratadas neste trabalho, a saber: transformações psíquicas, tolerância/versus intolerância à frustração e a relação entre percepção e pensamento, pensamos estar capacitados para procurar entender, utilizando um aparelho conceptual bioniano, o processo-TAT, isto é, o processo de elaboração das histórias TAT, ou seja, o conjunto dos mecanismos mentais mobilizados na “situação-TAT”, isto é, nessa situação particular em que um examinador pede ao sujeito para imaginar uma história a partir de cada imagem (cartão TAT), isto é, forjar uma fantasia a partir da realidade.

O modelo teórico que subjaz ao processo-TAT é o de Bion (1962, 1963) e deriva do modelo de desenvolvimento infantil, reportando-se à relação precoce com o objecto materno e às mais primitivas interacções mãe-bébé.

O conteúdo latente das imagens-TAT desencadeia pensamentos e emoções que irão pressionar a mente no sentido de serem pensados. O sujeito deve ser capaz de aceitar, tolerar e transformar esses conteúdos – produzidos pela identificação projectiva interna – de modo a que se tornem aceitáveis, toleráveis para a sua mente; deve portanto possuir a suficiente capacidade continente interna de modo a esses pensamentos poderem ser tolerados e simbolizados.

O contacto com o complexo de representações/afectos activado pelo conteúdo latente da imagem, assim como a necessidade de os pensar, implica a emergência de sofrimento psíquico.

Só com uma capacidade satisfatória de tolerância ao sofrimento/frustração psíquica o sujeito poderá elaborar uma história-TAT. A intolerância ao sofrimento/frustração é concomitante com a mobilização de defesas mais ou menos poderosas visando anular, paralisar ou distorcer o pensamento e outras funções do ego.

Os processos de contenção-transformação-devolução interna estão assim não só na dependência da maior ou menor tolerância à frustração/sofrimento, da qualidade da função continente e da função alfa, mas também do tipo de vínculo emocional predominante (L, H ou K) que o sujeito tem consigo próprio (e com o examinador).

Perante a experiência de frustração, a realização negativa pode dar lugar à sua simbolização ou não, em função da capacidade de tolerância a essa frustração, e a experiência pode ser nomeada ou não através da palavra (narrativa).

Deste modo, numa situação de tolerância à frustração, pode dar-se uma realização negativa (“não-coisa”), uma transformação. Caso contrário, dá-se uma não-transformação: a fuga, o evitamento, a defesa pelo perceptivo, ou pelo projectivo “evacuativo”, etc., tudo o que possa afastar o sujeito da confrontação com a sua verdade interna.

Concluindo, o processo-TAT tem necessariamente de ter em conta a capacidade do sujeito em tolerar a dor mental e a frustração para que possa levar a cabo as transformações necessárias às experiências de frustração, inevitavelmente impostas pelo contacto com aspectos dolorosos da realidade interna, activadas pelas características do conteúdo latente das imagens.

O sujeito irá assim testar o seu modo dominante de funcionamento psico-emocional: fugir/evitar ou tolerar/transformar a frustração geradora de angústia, pensando/criando algo.

 

REFERÊNCIAS

Amaral Dias, C. (2004). Costurando as linhas da psicopatologia borderline (estados limites). Lisboa: Climepsi.

Bion, W. R. (1962/1991). Uma teoria do pensar. Melanie Klein hoje (vol. 1, 185-193). Rio-de-Janeiro: Imago Edit.

Bion, W. R. (1963). The elements of psycho-analysis. London: Heineman.

Bion, W. R. (1965). Transformations – Passage de l’apprentissage à la croissance. Paris: Presses Universitaires de France.

Boekholt, M (1993). Épreuves projectives en clinique infantile (approche psychanalytique). Paris: Dunod.

Brelet, F. (1986). Le T.A.T. – Fantasme et situation projective. Paris: Dunod.

Brelet-Foulard, F., & Chabert, C. (2003). Nouveau manuel du TAT (approche psychanalytique). Paris: Dunod.

Chabert, C. (1983). Le Rorschach en clinique adulte (interprétation psychanalytique) Paris: Dunod.

Chabert, C. (1987). La psychopathologie à l’épreuve du Rorschach. Paris: Dunod.

Debray, R. (1977). Normalité et pensée opératoire. Psychologie Française, 22(1-2), 309-322.

Delgado, L. (1989). Da actividade perceptiva à actividade imaginária ou da nudez crua da verdade ao manto diáfano da fantasia. Análise Psicológica, VII(1/2/3), 339-341.

        [ Links ]

Delgado, L. (2001). Um olhar sobre a dinâmica afectiva da criatividade através da prova projectiva do TAT. Dissertação de Mestrado em Psicopatologia e Psicologia Clínica. ISPA.

Delgado, L. (2006). A dinâmica criativa através do thematic apperception test – Sublimação, reparação e função continente no processo criativo. Dissertação de Doutoramento em Psicologia Aplicada (Psicologia Clínica). UNL-ISPA.

Freud, S. (1925-1981). Los dos principios del funcionamiento mental. In Sigmundo Freud (Ed.), Obras completas (Tomo III, pp. 1638-1642). Madrid: Biblioteca Nueva.

Freud S. (1925a-1981) – La negation. In Sigmundo Freud (Ed.), Obras completas (Tomo III, pp. 2884-2886). Madrid: Biblioteca Nueva.

Rauch de Traubenberg, N. (1981). La pratique du Rorschach. Paris: Dunod.

Shentoub, V. (1972). Introdution théorique à la méthode du TAT. Bulletin de Psychologie, 26, 305 (10-11), 582-602.

Shentoub, V. (1973). A propos du normal et du pathologique dans le TAT. Psychologie Française, 18(4), 251-259.

Shentoub, V. (1990). Manuel d’utilisation du TAT: Approche psychanalytique. Paris: Dunod.

 

 

(*)Professor Auxiliar do ISPA e Psicanalista da SPP e IPA.

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