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Análise Psicológica

versão impressa ISSN 0870-8231versão On-line ISSN 1646-6020

Aná. Psicológica vol.34 no.4 Lisboa dez. 2016

https://doi.org/10.14417/ap.1020 

Representações sociais do envelhecimento ativo num olhar genderizado

Fernanda Daniel1, Elsa Caetano2, Rosa Monteiro3, Inês Amaral4

1ISMT – Instituto Superior Miguel Torga / CEIS-UC – Centro de Estudos e Investigação em Saúde da Universidade de Coimbra / CIES – Centro de Investigação e Estudos de Sociologia – ISCTE-IUL

2ISMT – Instituto Superior Miguel Torga

3ISMT – Instituto Superior Miguel Torga / CES – Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra

4ISMT – Instituto Superior Miguel Torga / UAL – Universidade Autónoma de Lisboa / CECS – Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade da Universidade do Minho

Correspondência

 

RESUMO

O objetivo deste estudo é analisar as representações sociais do envelhecimento ativo, procurando detetar os impactos das conceções diferenciadas de homens e mulheres idosos.

Foi desenvolvido um estudo de coorte transversal. Foram inquiridas 123 pessoas idosas (M=76,84; DP=8,46). Utilizámos para aceder às evocações sobre o envelhecimento ativo a Técnica de Associação Livre de Palavras.

As representações que emergiram com maior frequência foram a “família”, “passeio”, “convívio” e “saúde”. Foi possível destacar diferenças na representação social do envelhecimento ativo a partir de um olhar genderizado. Das evocações exclusivas do sexo masculino a evocação proeminente ancora no “desporto”, enquanto no sexo feminino a “atividade doméstica” predomina.

Ambos os sexos elegeram a “família” como evocação proeminente na representação social do envelhecimento ativo. As mulheres, refletindo os papéis que desempenharam ao longo da sua vida parecem assumir que um envelhecimento ativo representa a execução das tarefas que sempre fizeram, centrando-se muitas das suas evocações em conteúdos de cariz familista, onde o papel de cuidadoras se destaca. As atividades de carácter instrumental e associadas à esfera privada, como as tarefas domésticas emergem com maior proeminência. No caso dos homens, a componente familista é também evocada, emergindo concomitantemente atividades de lazer.

Palavras-chave: Envelhecimento ativo, Representações sociais, Género.

 

ABSTRACT

The aim of this study is to analyse the social representations of active ageing, in order to detect the impacts of the diferente conceptions by older women and men.

We developed a cross-sectional cohort study and 123 older people were surveyed (M=76,84; SD=8.46). We accessed the evocations on active ageing through the Technique of Free Association of words.

The representations that most frequently emerged were the “family”, “walk”, “living” and “health”. It was also possible to highlight differences in the social representation of active ageing from a gendered perspective. As exclusive evocations, the male prominente evocation anchors in "sport", while among females the “domestic activity” predominated.

Interpersonal relationships, in particular those established with the family network, are central to various phases of life cycle. The model of social protection dominant during the dictatorship period (Estado Novo), pointing out the family as the central pillar of protection, seems crystallized throughout time.

Both genders chose the “family” as prominent evocation as a social representation of active ageing. Although in Western society the social status of women has changed, women in our sample seem to assume that active ageing is associated with the execution of tasks they have always done, focusing many of its evocations in a family oriented content, where the role of caregivers stands out. This reflects the gender roles. Instrumental activities and those that are associated to private sphere, such as domestic tasks, are emerging more prominently. In the case of men, the family components also emerged, but at the same time as pleasurable leisure activities.

Key words: Active ageing, Social representations, Gender.

 

Introdução

A conquista da humanidade, contabilizada no maior número de pessoas a chegarem a idades mais longevas, advém das melhores condições de vida e do desenvolvimento da medicina e das suas áreas correlatas, com consequências no aumento significativo da esperança média de vida. Concorre igualmente para o envelhecimento populacional a diminuição drástica da fecundidade, estimando-se que num futuro próximo, 2047, o número de pessoas mais velhas ultrapasse, pela primeira vez, o número de crianças e que, em 2050, o número de pessoas idosas (60 anos ou mais), que em 2013 se situava nos 841 milhões, ultrapasse os 2 bilhões em 2050 (UN-DESA, 2013).

O envelhecimento é, efetivamente, um dos principais desafios colocados às sociedades contemporâneas. A sua dimensão e importância social têm-no alavancado para o discurso político nacional e internacional tanto quanto para o domínio da opinião pública. Sendo resultado de uma construção social partilhada, verifica-se uma “requalificação” discursiva do envelhecimento, associando-o a uma pluralidade terminológica que desconstrói a prevalência de estereótipos idadistas negativos que associam a velhice a dependência, falta de autonomia, doença, institucionalização e uma desconsideração da sua heterogeneidade (de género, por exemplo). Esta revalorização do envelhecimento surgiu com organizações como a ONU e a União Europeia que lançaram, desde as décadas de 1980 e 1990 respetivamente, o conceito de “Envelhecimento Ativo”. Neste sentido, novas abordagens e soluções políticas têm alavancada esta noção como uma representação social para os discursos político e mediático, procurando combater a estereotipia produtora de idadismo negativo.

Os factos sociais resultam da construção de representações simbólicas partilhadas pelos membros dos sistemas sociais habitam um universo de sociabilização específico (Durkheim, 1964). Concomitantemente, as representações sociais decorrem dos processos de socialização e sociabilização, estando diretamente associadas à identidade coletiva. A forma como vemos o “outro” é uma conceituação formal (Moscovici, 1961) que traduz as representações sociais validadas pela sociedade. Neste sentido, enquanto construção social partilhada, as representações sociais classificam e categorizam fenómenos. A objetivação do envelhecimento como uma problemática societária associada a adjetivação negativa está ancorada em representações sociais negativas. Daqui decorre que as pessoas tendem a associar representações negativas tanto à última etapa da vida como ao processo do envelhecimento (Daniel, Antunes, & Amaral, 2015). As novas narrativas pretendem, por isso, ultrapassar os estereótipos tradicionais de incapacidade e de decrepitude associados à velhice empurrando-os para outras idades: a quarta-idade.

A nova retórica que visa ultrapassar os estereótipos tradicionais de incapacidade e de decrepitude associados à velhice necessita de uma legitimação das representações sociais que amplie novas significações associados à terminologia do envelhecimento ativo. Neste sentido, este trabalho visa analisar as representações sociais do envelhecimento ativo, procurando detetar os impactos das conceções diferenciadas de homens e mulheres idosos.

 

Representações sociais e envelhecimento ativo

O estudo das representações sociais tem procurado compreender a relação entre significados sociais mais amplos e o modo como os indivíduos pensam e expressam as realidades e visões do mundo. Moscovici foi o psicólogo social ao qual se deve o maior impulso ao estudo das representações sociais, propondo através do conceito a análise dos processos por meio dos quais os indivíduos, em interação social, constroem teorias sobre os objetos sociais, que tornam viáveis a comunicação e a organização dos comportamentos (Moscovici, 1981, 1984). As representações sociais têm sido entendidas e tratadas como uma modalidade de conhecimento, socialmente elaborada e partilhada, com um objetivo prático e que contribui para a construção de uma realidade comum a um conjunto social. Jodelet (1986) afirma, por isso, que o conceito de representação social congrega uma dupla função no estudo das ciências sociais. Por um lado, as representações sociais constituem-se como formas de conhecimento prático orientadas para a compreensão do mundo e para a comunicação, em segundo, elas surgem como construções de sujeitos sociais a propósito de objetos socialmente valorizados.

O processo de construção das representações sociais é social porque acontece num contexto social determinado e determinante, composto de ideologias, valores e sistemas de categorização social partilhados, através da comunicação e da interação social; e porque produz e traduz as relações sociais (Vala & Monteiro, 2000). Por esse motivo, as representações são sociais e não apenas pelo facto de serem partilhadas por um conjunto de pessoas. Com efeito, elas alimentamse não só das teorias científicas, mas também dos grandes eixos ideológicos, das experiências e comunicações quotidianas. Moscovici (1981) propõe que as representações sociais são o equivalente, na nossa sociedade, aos mitos e sistemas de crenças das sociedades tradicionais. Elas são a versão contemporânea do senso comum.

A sua relevância social advém do sua funcionalidade ao permitirem resolver problemas, dar forma às relações sociais, oferecerem um instrumento de orientação dos comportamentos. São, assim, consideradas um saber prático, coletiva e socialmente produzido num determinado contexto sociocultural, que organiza as cognições dos sujeitos sobre um determinado objeto ou tema social, como é o caso neste estudo do envelhecimento ativo, e que determina os comportamentos e opções dos sujeitos perante esses objetos. Interessou por isso, nesta pesquisa, equacionar o que se pensa e como se pensa socialmente, no tempo presente, acerca do envelhecimento ativo.

Em face das diferentes mudanças societárias, o envelhecimento ativo emerge assumidamente como uma estratégia política, global, de resposta aos desafios multidimensionais que o envelhecimento da população acarreta. Parafraseando Walker, “o envelhecimento ativo serve de abrigo conveniente para uma grande variedade de discursos políticos e iniciativas relativas às alterações demográficas” (2009, p. 75).

Atividade, autonomia, independência, qualidade de vida, esperança média de vida saudável são expressões que aparecem hoje, com maior frequência, associadas à narrativa do envelhecimento. A utilização destas expressões, na linguagem quotidiana, são reveladoras do novo discurso do envelhecimento tido, cada vez mais, como uma fase de oportunidade, uma experiência positiva ligada ao ciclo de vida (La Caixa, 2010, p. 10). Este discurso emerge de um novo “paradigma” que se verifica “tanto no campo da pesquisa sobre envelhecimento e em um sentido amplo na ciência da gerontologia: a visão positiva” (Fernández-Ballesteros, Robine, Walker, & Kalache, 2013, p. 1).

Em torno do fenómeno do envelhecimento populacional tem emergido uma diversidade de variantes terminológicas indutoras de viragens nas representações sociais e nas políticas públicas sobre o fenómeno. A referida diversidade foi analisada por Bowling e Dieppe (2005), por exemplo, que fizeram uma revisão de 170 artigos sobre “envelhecimento bem-sucedido” e apontaram a estreita articulação do conceito às disciplinas científicas que o tratam, sejam as teorias biomédicas, psicossociais e do direito; denunciaram também a sua normatividade, elitismo e tendência a homogeneizar as experiências de velhice associando-as a fardo e declínio, numa visão hegemónica e implicitamente valorativa. A mesma tendência normativa é recenseada por Almeida (2007) nos diversos estudos nacionais e internacionais que elenca, e nos quais prevalece uma definição de “envelhecimento saudável” ou “bem-sucedido” como algo que se tem ou não e não como um continuum, percepcionado de forma diferenciada pelos próprios indivíduos. A autora refere-se inclusivamente ao reduzido número de estudos que se centrem na perspetiva dos próprios idosos (Almeida, 2007). Walker (2009) destaca a importância da participação dos movimentos sociais que representam as pessoas idosas quer na investigação quer na produção de políticas de envelhecimento que enfatizem os direitos, a participação e a inclusão social.

Um dos trabalhos mais interessantes sobre o discurso europeu do envelhecimento é o de Walker, que distingue entre uma fase inicial em que o discurso prevalecente era o que ele designa de “deserving or compassionate mode”, do momento de viragem em 1999, quando a União Europeia começou a focar-se apenas num aspeto do envelhecimento: o emprego, designadamente o aumento das taxas de emprego das pessoas mais velhas e o adiamento da entrada na reforma (2009). Desde o Tratado de Lisboa que, segundo Walker, duas perspetivas marcam o discurso da UE: um mais produtivista centrado no emprego e outro mais “compreensivo”, centrada na diversidade, heterogeneidade e no bem-estar e saúde ao longo do curso de vida. A atenção à heterogeneidade da situação e vivências das pessoas idosas e à forma como as diferenças (etárias, sexuais e socioeconómicas) tornam as experiências de envelhecimento muito distintas é uma das principais chamadas de atenção da literatura científica crítica aos agentes políticos (Walker, 2009). Tais preocupações podem combinar-se com denúncias anteriores que apontavam, por exemplo, a invisibilização da dimensão de género nos estudos e discursos públicos sobre envelhecimento, até das próprias análises feministas (CEDAW, 2010; Goldani, 1999; Miller & Simeth, 2007; Wheeler, 1997). Em Portugal, Nazareth (2009) propôs uma nova classificação das faixas etárias, defendendo a heterogeneidade da categoria.

A evidência empírica reconhece que o contexto e a cultura condiciona a forma como os indivíduos envelhecem. Identifica igualmente que existem variações no modo como os homens e as mulheres experimentam o seu processo de envelhecimento (Arber & Ginn, 1996; OMS, 2005).

Tendo em conta o pano de fundo sociocultural acerca do envelhecimento e da velhice, o objetivo deste estudo é analisar comparativamente as representações sociais do envelhecimento ativo numa perspetiva de género, junto de uma amostra de pessoas idosas de ambos os sexos. Partindo da hipótese de trabalho de que se encontrarão associações representacionais entre envelhecimento e atividade, procurámos perceber a nuance de género desta associação, analisando os conteúdos avançados pelas pessoas respondentes às concepções de género que determinam os papéis sexuais convencionais e que associam o masculino ao público e à atividade, e o feminino à domesticidade, ao privado e aos afetos (Acker, 1992; Amâncio, 1994; Monteiro, 2005).

 

Método

O presente estudo, norteado pelo eixo teórico das Representações Sociais (Moscovici, 1961, 1981, 1984; Jodelet, 1986), recorre a uma amostragem não-probabilística de indivíduos com idades iguais ou superiores a 65 anos utentes da resposta social centro de convívio e centro de dia e frequentadores de um ginásio do concelho de Pombal. A participação foi voluntária e os participantes preencheram e assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido. No caso das/os participantes não alfabetizadas, a recolha dos dados foi feita sob a forma de entrevista individual.

Para captar as representações sociais do envelhecimento ativo utilizámos a técnica de associação livre de palavras (TALP). Desenvolvida originalmente por Jung na prática clínica, foi adaptada ao campo da Psicologia Social por Di Giacomo (1981) e tem sido utilizado, frequentemente, no estudo das representações sociais. A utilização da TALP permite um tipo de investigação aberta, que se estrutura através da evocação de respostas dadas a partir de um ou mais estímulos indutores. Esses estímulos indutores devem ser previamente definidos em função do objeto a ser pesquisado ou do objeto da representação, levando-se também em consideração as características da amostra ou os sujeitos da pesquisa (Vieira & Coutinho, 2008). Assumindo a Teoria das Representações Sociais de Moscovici (1961) como quadro analítico e recordando a perspetiva de Durkheim (1964) de que os factos sociais resultam da construção de representações simbólicas partilhadas pelos membros de sistemas sociais, procurámos através desta metodologia identificar quais as conceituações formais que expressam as representações sociais do envelhecimento ativo.

O estímulo indutor utilizado para esta pesquisa foi “Envelhecimento ativo faz-lhe lembrar...”. Importa referir que os/as respondentes associaram 4 palavras ou 4 pequenas expressões ao estímulo. As palavras mencionadas foram posteriormente organizadas por campos semânticos e as evocações que emergiram foram convertidas em substantivos flexionados no singular. Para a análise dos dados obtidos, listaram-se e organizaram-se os dicionários de evocações numa base de dados. O software Excel foi utilizado para registar as evocações e proceder a esta primeira organização. Após esta organização inicial, exportaram-se os dados para o software SPSS, no sentido de realizar o tratamento descritivo (elaboração de tabelas de frequências e de contingência).

No que diz respeito à caraterização sociodemográfica dos participantes observa-se uma feminização – 85 mulheres (69,1%) vs. 38 homens (30,9%). A percentagem maioritária de elementos do sexo feminino está de acordo com os resultados apresentados nos Censos. A idade média dos inquiridos é de 76,84 anos (DP=8,46). No que concerne ao estado civil os inquiridos, na sua maioria, são casados (48%), seguindo-se os viúvos, com uma diferença mínima (43,9%). Quanto às habilitações literárias, verifica-se que os participantes na sua maioria frequentaram a escola apesar de terem como habilitações, maioritariamente, a 4ª classe (1.º ciclo do ensino básico, com 46,3%), seguindo-se as pessoas que não sabem ler nem escrever (19,5%). Este facto vai ao encontro dos dados apresentados pela PORDATA que dão conta que é na população idosa que encontramos maior número de pessoas com baixa escolaridade. Considerando a importância da auto-categorização no contexto das representações sociais, que não anulam a individualidade, sublinhamos a importância de compreender a construção social partilhada do fenómeno do envelhecimento ativo junto de uma amostra maioritariamente composta por pessoas idosas. É ainda neste sentido que se pretende compreender se a perspetiva de género, sendo amplamente difundida nos discursos coletivos de vinculação, influencia diretamente as representações sociais do fenómeno.

 

Resultados e discussão

Em seguida apresentamos os resultados obtidos a partir da análise do questionário e do teste de associação livre de palavras.

Na Tabela 1 podemos observar as evocações acerca do envelhecimento ativo. As representações que emergiram com maior frequência são “família” (9,33%), “passeio” (8,38%), “convívio” (7,62%) e “saúde” (6,48%).

 

 

Podemos observar que as evocações estão maioritariamente associadas a conteúdos valorativos de âmbito positivo. Apesar da coexistência de diversas narrativas sobre o envelhecimento, o envelhecimento ativo parece permeado por uma imagem positiva.

No estudo, a evocação “família” surge com a mais saliente – 49 evocações. As relações interpessoais, nomeadamente as estabelecidas com a rede familiar, são centrais em várias fases do curso da vida, assumindo nas idades avançadas um papel de destaque. Estudos reportam que a qualidade de vida e a satisfação com a vida parecem estar associadas às boas relações familiares (Resende, Bones, Souza, & Guimarães, 2005; Vecchia, Ruiz, Bocchi, & Corrente, 2005).

O facto de a evocação “família” emergir a partir do estímulo “envelhecimento ativo faz-lhe lembrar...” pode relacionar-se, não só com o facto de esta ser considerada uma estrutura de satisfação ontológica e existencial, com efeitos na saúde mental, mas também com a sua associação à prestação dos “cuidadores familiares”, quer seja no sentido da pessoa idosa para os seus familiares, como vice-versa. A “família” enquanto representação social de envelhecimento ativo remete para uma perpetuação da conceptualização de envelhecimento, ao mesmo tempo que traduz os tempos modernos.

As duas evocações que se seguem, “passeio” (44=8,38%) e “convívio” (40=7,62%), parecem pressupor que o envelhecimento ativo se associa a um tempo de intensificação dos relacionamentos numa fase onde se retomam sociabilidades perdidas ou se tecem novas. Daqui decorre uma objetivação e ancoragem de representações sociais que ultrapassam a tradicional significação de trabalho único objetivo de vida. Estas evocações parecem contrariar a teoria do desligamento que postula que, aquando do envelhecimento, o indivíduo se retira progressivamente dos seus papéis sociais, centrando-se cada vez menos no meio e cada vez mais em si próprio. Como postulavam Cumming e Henry (1961), as pessoas quando chegam a idades avançadas tendem a retirar-se gradualmente da vida em sociedade e alteram as suas relações sociais, tanto em quantidade como em qualidade. Ora o que se verifica, nos resultados do estudo aqui apresentado é que estas pessoas quando reagrupam ideias e representam o envelhecimento ativo como a fruição (“passeio”) com outros/as (“convívio”) e não a retirada ou isolamento. Daqui emerge que envelhecer ativamente parece assumir uma nova significação que nasce de um novo contexto e traduz disponibilidade para conviver e passear, estar com outras pessoas e, concomitantemente, socializar. Este resultado materializa aquilo que postula a teoria que mais contestou a tese do desligamento, a teoria da atividade. Esta entende que um envelhecimento harmonioso se relaciona com a manutenção das atividades sociais por parte da pessoa idosa (Lima, Silva, & Galhardoni, 2008), o que reforça a satisfação com a vida, associada à manutenção de papéis familiares, sociais e laborais. De acordo com esta teoria, o sucesso no envelhecimento está relacionado com o agir e com a preservação das relações e interações dos sujeitos.

O “convívio”, o “passeio”, a “amizade” (10ª evocação) são evocações associadas à sociabilidade, ao fortalecimento de vínculos, contrariando, deste modo, o isolamento social. O convívio estimula também o exercício de cidadania e a participação social.

A quarta evocação que emerge com maior frequência é a “saúde”. Lembremos que a saúde, real ou percebida, assume um papel central nas idades avançadas. “Se a saúde física não é, por si só, condição de felicidade, a sua ausência provoca sofrimento e quebra no bem-estar, através de interações complexas, directas e indirectas com outros factores da qualidade de vida” (Paúl, 2005, p. 37). A saúde quando uma representação do envelhecimento ativo aparece como elemento potenciador das capacidades/possibilidades elencadas com maior relevância anteriormente – a família, passeio e o convívio.

“Atividade doméstica” e “atividade” surgem, também, como evocações com alguma relevância. Interpretamos estas representações como símbolo da rejeição, por parte dos sujeitos, dos traços “dependência” e “inatividade” vinculados aos estereótipos idadistas, o que nos remete para novas representações sociais diretamente associadas à retórica que tem vindo a ser veiculada pelos discursos políticos e mediáticos. Manter a atividade, não ser dependente, manter-se ativo são corolários de um processo visto pela positiva, requalificando a ideia de envelhecimento, contrariando o seu lado mais temido. Nesta linha, poder-se-ão colocar também as evocações “jardinagem” (8ª evocação) e “caminhadas” (11ª).

A evocação “Reforma” (7ª) associada ao envelhecimento ativo poderá suportar-se no facto do acontecimento de vida que é a “reforma” poder ser perspetivado como positivo, associado à liberdade de uso do tempo, de não obediência a horários, num padrão que Fonseca denomina de Abertura-Ganhos “o qual exprime uma atitude positiva face à vida e uma atitude de abertura face ao espaço exterior, aos outros e ao aproveitamento das potencialidades pessoais” (Fonseca, 2009, p. 158).

Em 9ª posição surge a evocação “vida” de conteúdo tributário de uma positividade ambivalente, simultaneamente de trajetória, realização, mas também de fardo ou mesmo fado/destino (Daniel, Simões, & Monteiro, 2012).

Duas evocações que surgem com menor frequência, mas que consideramos de destaque o seu mero surgimento são “velhice” (2,1%) e o “trabalho” (1,9%).

Surpreendentemente, a evocação “velhice” surgiu enquanto representação do envelhecimento ativo. Importa contudo assumir que a surpresa desta evocação reside no facto de se associar, comummente, a representação da velhice a aspetos negativos – a perdas e a incapacidades – ao contrário do envelhecimento ativo que aparece permeado por uma narrativa positiva. Poderá concorrer para a representação do envelhecimento ativo associado à “velhice” a variabilidade nos envelhecimentos, nem todos conseguem envelhecer da mesma forma. O envelhecimento, para determinadas pessoas, está associado a perdas tanto ao nível da rede familiar e social como a perdas da saúde física que podem, concomitantemente, interferir na saúde mental logo com a própria representação do envelhecimento ativo.

Concorrem para esta visão determinadas teorias explicativas do envelhecimento. Recordemos que as teorias do desligamento e da atividade, apesar das suas diferenças, possuem ambas problemas ao não terem em conta a multidireccionalidade do desenvolvimento resultado das diferenças tanto ao nível da personalidade como nas histórias de vida dos sujeitos. Existe uma certa mistificação baseada na normativamente no ato de envelhecer. “Ambas tendem a conceber a adaptação ao envelhecimento como um processo linear, como um sentido único e obrigatório para todos os indivíduos” (Fonseca, 2005, p. 126). Os seus pressupostos e assunções generalizam para todos os sujeitos, não atendendo à heterogeneidade social e individual. Apesar de a sua abordagem ser considerada demasiado idealista, a relação empírica entre a atividade e o bem-estar na velhice, estabelecido por esta escola, continua a ser o pressuposto pelo qual se estruturam programas de envelhecimento ativo. Coloca, contudo, expectativas irreais sobre os indivíduos, esquecendo que muitos idosos se defrontam tanto com limitações biológicas como com inibições ou mesmo impedimentos por parte das estruturas económicas, políticas e sociais da sociedade para permanecerem ativos (Walker, 2002).

A evocação “trabalho” é, do nosso ponto de vista, uma representação social ambivalente e consequente de diferentes contextos e sistemas sociais, porque o trabalho entre as pessoas idosas pode assumir várias dimensões: os que trabalham por “necessidade” de se sustentar a si e às suas famílias, e aqueles que trabalham porque o trabalho é uma fonte de gratificação identitária, de estatuto e de recursos. Noutra linha, o “trabalho” proporciona recursos financeiros e ganhos como a amizade, poder e a “independência” financeira. Para além disso a identidade, nesta fase da sua vida, não está associada à imagem dos reformados mas à de uma pessoa que ainda permanece no mundo do trabalho. Recordemos que a literatura afirma que os fluxos de apoio intergeracional se consubstanciam não só mas também, no caso das pessoas idosas, no auxílio financeiro aos seus filhos e netos (Attias-Donfut, 1995; Kohli, Künemund, Motel, & Szydlik, 2000).

Na Tabela 2 é possível verificar que é o sexo feminino que representa de forma mais diversificada o envelhecimento ativo. Enquanto o sexo masculino apresenta apenas cinco evocações exclusivas, o sexo feminino evoca vinte e três.

 

 

A análise das evocações obtidas por uns e por outras permite-nos, desde logo, verificar que nelas se espelham os papéis de género e as representações de masculino e feminino, que têm perpetuado assimetrias e desigualdades, bem como acentuações identitárias maioritariamente genderizadas. Com efeito, para muitas das mulheres o envelhecimento ativo significa manter as suas atividades e responsabilidades no domínio doméstico e familiar – “cozinha”, “neto”, “ajuda”. Manter-se ativa é conseguir realizar as tarefas domésticas, para 18 das mulheres inquiridas. Emerge também a dimensão da prática religiosa, no “ir à missa”, como elemento de manutenção de si como pessoa ativa no envelhecimento. Já os homens elegem o jogo e o desporto como elemento de preservação da atividade, o ser independente (no sentido de não carecer dos cuidados de terceiros/as), a fruição (na “comida”) e o “trabalho intelectual”. Um sublinhar das atividades do fruir que, provavelmente, já desenvolvem antes do envelhecer, mas assumindo-se mais como “senhores de si” e menos “voltados para os outros” como no caso das mulheres.

Fatores históricos e de matriz cultural da nossa sociedade que, ao determinarem uma construção social de papéis e atributos de género em função do sexo biológico, conduzem a representações sociais do masculino e do feminino diferenciadas e hierarquizadas em termos de importância (Acker, 1992; Amâncio, 1994; Monteiro, 2005).

Oakley (1972) propôs o termo género para se referir ao caráter socialmente construído das diferenças entre homens e mulheres, recusando dessa forma as explicações naturalizadoras e essencialistas para a desigualdade (Monteiro, 2005). São criadas diferentes representações sociais sobre os atributos e características pessoais, competências, interesses e motivações dos homens e das mulheres, no âmbito do trabalho e da família, que se traduzem em práticas sociais consentâneas com essas representações (Amâncio, 1994). Assim, tradicionalmente, atribuem-se ao homem papéis e responsabilidades no domínio público, de sustento, e de orientação para resultados, de competitividade, independência e força, e à mulher papéis no domínio privado, do cuidado de outros/as, de domesticidade, com base em características mais emocionais, relacionais e estéticas.

As representações sociais de género determinam “quem faz o quê” com base no “como são as mulheres” e “como são os homens”, são normativas e impõem-se na definição e imposição de capacidades, papéis e funções diferentes entre mulheres e homens (Monteiro, 2005). Para Amâncio, “os papéis não constituem uma realidade independente dos estereótipos, antes constituem uma dimensão da estruturação da ideologização dos seres masculino e feminino” (1994, p. 70). De acordo com estes papéis sexuais e com os estereótipos, o grupo masculino, considerado grupo dominante não se restringe a um só papel ou função como acontece com as mulheres. Estas são vistas como seres dependentes e submissas cujas características as remetem para o campo familiar e doméstico (Amâncio, 1994). Estas representações vão refletir-se nos papéis desempenhados por homens e por mulheres nas várias esferas, assim como nas expectativas dos seus comportamentos, das instituições e das organizações.

Estes resultados ilustram o facto de a geração mais velha ter experimentado por mais tempo relações e assimetrias de género, que naturalizou de forma mais intensa. Como refere Fernandes (2009), aqueles que hoje se inscrevem na categoria da terceira idade vivenciaram assimetrias de género e relacionais que podem influenciar, também de modo diferencial, o modo de perceberem, representarem e vivenciarem a sua velhice, conforme a marca da sua identidade de género. A variabilidade na forma de envelhecer pode, do nosso ponto de vista, justificar evocações negativas do envelhecimento ativo.

 

Conclusão

Esta investigação apresentou como objetivo apreender as representações sociais do envelhecimento ativo junto das pessoas que são/serão suas protagonistas. As representações que emergiram com maior frequência são a “família”, “passeio”, “convívio” e “saúde”. Confirma-se que as prevalências estão associadas a conteúdos valorativos de âmbito positivo. O envelhecimento ativo, contrariando a imagem do envelhecimento, parece estar permeado por uma imagem positiva. É consabido que a família no mundo contemporâneo está em profunda mudança. A organização familiar tem desde o século XX sofrido reconfigurações devido às transformações verificadas no papel social da mulher. O tradicional modelo de ganha-pão masculino perdeu a pujança que o caracterizava (Aboim, 2010). Podemos referir que se tem verificado algumas mudanças na atribuição de papéis os homens e para as mulheres dentro e fora da família. Contudo, a amostra que inquirimos possui características que nos rementem para o passado. Enquanto hoje a figura da mulher doméstica constitui uma raridade, a coorte geracional que inquirimos cresceu e forjou-se a partir do modelo de família parsoniana, ligada ao modelo do ganha-pão masculino e das mulheres cuidadoras do espaço doméstico.

Foi, ainda, possível destacar diferenças na representação do envelhecimento ativo a partir de um olhar genderizado. A evocação proeminente no sexo masculino ancora no desporto enquanto a evocação exclusiva do sexo feminino centra-se nas atividades domésticas. As mulheres da nossa amostra, refletindo os papéis que assumiram ao longo da sua vida, representam o envelhecimento positivo associado à execução das tarefas que sempre fizeram, centrando-se muitas das suas evocações em conteúdos de cariz familialista, onde o papel de cuidadoras se destaca. No caso dos homens, a componente familialista é também evocada emergindo concomitantemente atividades de lazer prazerosas.

Em síntese, concluímos que o envelhecimento pode ser experienciado por muitas das pessoas de idade avançada com prazer e com qualidade. No entanto, se partilharmos das elucubrações do psicólogo Baltes (1939-2006) que teoriza que o desenvolvimento se faz ao longo da vida (lifespan) e que existem diferentes padrões de envelhecimento “orquestrados por influências genético-biológicas e sócio-culturais de natureza normativa e não-normativa, marcado por ganhos e perdas concorrentes e por interatividade indivíduo-cultura e entre os níveis e tempos das influências” (Neri, 2006, p. 17), dificilmente poderemos esquecer as dramáticas consequências de uma problematização do envelhecimento ativo que escamoteia os mecanismos e processos que convergem para a percepção de problemas sociais como problemas individuais, veiculando uma tendencial representação social do envelhecimento como uma conceituação formal que traduz significações ancoradas no passado.

 

Referências

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CORRESPONDÊNCIA

A correspondência relativa a este artigo deverá ser enviada para: Fernanda Daniel, Instituto Superior Miguel Torga, Largo da Cruz de Celas, 1, 3000-132 Coimbra, Portugal. E-mail: fernanda-daniel@ismt.pt

 

Submissão: 21/07/2015 Aceitação: 07/02/2016

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