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Revista de Ciências Agrárias
versão impressa ISSN 0871-018X
Rev. de Ciências Agrárias v.32 n.1 Lisboa jan. 2009
Influência da morfologia do terreno nas características do solo em terrenos agrícolas do Alentejo aplicação de classificações geomorfométricas
Terrain morphology influence on soil characteristics in agricultural fields of Alentejo application of geomorphometric classifications
Carlos Alexandre1,3 & José R. Marques da Silva2,3
RESUMO
Neste artigo utiliza-se um Modelo de Elevação Digital (MED) para elaborar e comparar diferentes classificações da morfologia do terreno quanto ao seu potencial para a diferenciação da espessura e da textura do solo. As classificações baseiam-se em observações de campo (UTobs e PEobs-L) ou no cálculo de variáveis geomorfométricas num MED (UTx, UTx-L e PEx-L). Aplicam-se a uma área localizada a 80 km a Este de Évora, próximo de Terena, Alandroal, numa parcela cultivada com milho regado por rampa rotativa desde 1994 e com uma morfologia ondulada em que os declives variam entre 1% e 28%. Fez-se o levantamento topográfico baseado num sistema de posicionamento global, a elaboração de um MED e o cálculo de vários parâmetros geomorfométricos de âmbito local e regional. A amostragem do solo incidiu em dois blocos (A e B), segundo uma malha relativamente regular, recorrendo a uma sonda mecânica cilíndrica com 87 mm de diâmetro e 120 cm de profundidade. Os resultados da espessura do solo e da textura da camada 0-20 cm de 203 sondagens são usados para avaliar a homogeneidade e a diferenciação das unidades de terreno (UT) obtidas com as classificações morfológicas. Todas as classificações testadas se revelaram pouco eficientes a diferenciar os solos quanto à granulometria. Os resultados foram melhores na diferenciação das variáveis de espessura, em especial a profundidade máxima observada (PMX) e a profundidade até à camada R (PR), apresentandose as classificações pela seguinte sequência qualitativa: UTobs-L > PEobs-L > PEx-L. As classificações por observação de campo obtiveram melhores resultados, mas as classificações geomorfométricas baseadas em variáveis regionais (PEx-L) foram melhores que as baseadas em variáveis locais (UTx e UTx-L). No caso da espessura, a eliminação de UT < 100 m2 melhorou sempre a resposta das classificações.
ABSTRACT
This paper applies a Digital Elevation Model (DEM) to produce and compare different classifications of land morphology in respect to its potential to differentiate soil thickness and soil texture. Land morphology classifications are based on field observation (UTobs and PEobs-L) or on geomorphometric variables calculated on a DEM (UTx, UTx-L and PEx-L). They are tested in a field area located 80 km at East of Évora, near Terena, Alandroal, in a parcel cultivated with maize, irrigated by centre pivot since 1994, with an undulated morphology where slopes gradient vary between 1% and 28%. The study area was surveyed using a methodology based on the global positioning system, and a DEM was produced to calculate some local and regional geomorphometric parameters for the entire area. Soil sampling was made using a mechanical cylindrical probe with 87 mm of diameter and 120 cm of depth, and was concentrated in two sites (A and B) following a relatively regular scheme. Soil thickness and texture of the 0-20 cm layer for the 203 soil samples are used to evaluate the degree of homogeneity and differentiation of the land units (UT), defined by the morphologic classifications. None of the tested classifications is able to differentiate meaningful soil groups based only on texture (0-20 cm). Results are better for soil thickness, especially for observed maximum soil depth (PMX) and soil depth to R layer (PR), for which the qualitative sequence of classifications are as follow: UTobs-L > PEobs-L > PEx-L. Classifications based on field observation give the best results but the classifications based on geomorphometric variables of regional nature (PEx-L) are better than those based ones on local variables (UTx and UTx-L). For soil thickness, the elimination of UT < 100 m2 improved the results for all the classifications.
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1 Dep. de Geociências, Universidade de Évora, Apartado 94, 7002-554 Évora; e-mail: cal@uevora.pt;
2 Dep. de Eng. Rural, Universidade de Évora, Apartado 94, 7002-554 Évora;
3 Instituto de Ciências Agrárias Mediterrâneas (ICAM)